12.12.08

Greve geral e protestos na Grécia contra a violência policial e governo.Em Lisboa há manifestação em frente à embaixada grega no dia 13 de Dez às 17h.

MANIFESTAÇÃO EM LISBOA

Em LISBOA, sábado dia 13 de Dezembro as 17 h,em frente da EMBAIXADA GREGA,R. Alto Duque 13, queremos manifestar a nossa indignação pela violência policial.

Queremos apoiar as lutas pacíficas das pessoas que saíram na rua para dizer basta desta política.


Queremos demonstrar pacificamente a nossa vontade de uma sociedade nova, refutando a violência e as devastações.


Queremos falar com as pessoas para tentar dar uma informação quanto mais possível completa, objectiva e verdadeira.

PORQUE COSTRUIR UMA CONSCIÊNCIA CRITICA É O PRIMEIRO PASSO PARA SERMOS CIDADÃOS ACTIVOS.


Polícia grega assassina jovem anarquista em Atenas

Um jovem anarquista de 16 anos, Alexandros Grigoropulos, morreu, no pássado Sábado (6 de Dezembro), atingido por um tiro da polícia durante enfrentamentos entre as forças de segurança e um grupo de activistas no bairro de Exarhia em Atenas
O assassinato ocorreu na noite de sábado, quando um polícia, que segundo fontes bem informadas, está vinculado a grupos fascistas, estava numa viatura e disparou a sua arma, atingindo mortalmente o jovem Alexis


Mais informação consultar:

http://exarchialx.blogspot.com/
http://www.occupiedlondon.org/blog/
http://giantakos.blogspot.com/
http://garizo.blogspot.com/
http://anarchiststrategy.blogspot.com/
http://katalipsisxolistheatrou.blogspot.com/
http://directactiongr.blogspot.com/
http://www.toutsurlagrece.com/actualites/info.htm


O edifício do Eurobank em chamas, num destes dias de tumultos em Atenas




Declaração do Grupo surrealista de Atenas
O ESPECTRO DA LIBERDADE SURGE SEMPRE COM UMA FACA NOS DENTES



O nec plus ultra da opressão social está a ser atingido a sangue frio.
Todas as pedras arrancadas do pavimento e atiradas contra os escudos da políicia ou contra as fachadas dos templos comerciais, todas as garrafas flamejantes que traçam suas órbitas no céu nocturno, todas as barricadas erguidas nas ruas das cidades, separando a nossa área da deles, todos os caixotes do lixo do consumo que, graças ao fogo da revolta, tornaram-se Algo saindo do Nada, todos os punhos erguidos sob a Lua, são as armas dando carne, assim como a força verdadeira, não só à resistência como também à liberdade. E é precisamente o sentimento da liberdade que, nesses momentos, é a única coisa em que vale a pena apostar: aquele sentimento das manhãs esquecidas da infância, quando tudo pode acontecer, porque fomos nós, como seres humanos criativos, que despertámos, e não aquelas futuras máquinas humanas produtivas conhecidas como “sujeito obediente”, “estudante”, “trabalhador alienado”, “proprietário”, “mulher ou homem de família”. O sentimento de enfrentar os inimigos da liberdade – de não mais os temer.


É portanto com boas razões que estão preocupados, aqueles que desejam continuar com a sua azáfama como se nada estivesse a acontecer, como se nada tivesse acontecido. O espectro da liberdade surge sempre com a faca nos dentes, com a vontade violenta de quebrar as cadeias, todas aquelas cadeias que tornam a vida uma miserável repetição, servindo para reproduzir as relações sociais reinantes. No entanto desde Sábado, 6 de Dezembro, as cidades do país não estão a funcionar correctamente: nenhuma terapia de compras, nenhuma abertura de estradas para nos levar para o trabalho, nenhumas notícias sobre as próximas iniciativas governamentais de recuperação da economia, nenhuma mudança tranquila de uma telenovela para outra, nenhuma condução nocturna à volta da Praça Syntagma, etc, etc, etc. Estes dias e estas noites não pertencem aos mercadores, comentadores de TV, ministros e bófia: Estes dias e estas noites pertencem ao Alexis!

Como surrealistas estamos nas ruas desde o início, juntamente com milhares de outros, em revolta e solidariedade; pois o surrealismo nasceu com o hálito da rua, e não tenciona abandoná-la jamais. Após a resistência massiva ante os assassinos do estado, o hálito da rua tornou-se ainda mais cálido, mais hospitaleiro e criativo que antes. Não é da nossa competência propor uma linha geral ao movimento. No entanto assumimos a nossa responsabilidade na luta comum, já que é uma luta pela liberdade. Sem ter que concordar com todos os aspectos deste fenómeno de massas, sem sermos partidários do ódio cego e da violência pela violência, aceitamos que este fenómeno existe por um bom motivo.

Não deixemos este hálito flamejante de poesia atenuar-se ou extinguir-se.

Tornemo-lo numa utopia concreta: transformar o mundo e mudar a vida!

Nenhuma paz com a polícia e seus mandantes!


Todos para as ruas!

Aqueles que não sentem a raiva que se calem!


Grupo Surrealista de Atenas, Dezembro de 2008




COMUNICADO DE OCUPAÇÃO DA FACULDADE DE ECONOMIA


Na noite do sábado 6/12 um policia disparou a sangue frio contra Alexis Grigoropoulos de 15 anos, em Exarchia (Atenas).

Este facto fala por si só, como também os actos de resistência e revolta que se estenderam rapidamente essa mesma noite em Atenas e em todo o país. Este assassinato estatal em particular é a gota que fez transbordar o copo da violência e do terrorismo da cada dia que sofre cada vez com mais dureza nos últimos tempos grande parte da sociedade, através de despedimentos em massa, da degradação económica, do estado policial e do terrorismo psicológico que divulgam as notícias das oito. Este assassinato estatal em particular não foi um caso isolado.

Os que têm um mínimo de memória colectiva não esquecem nem o assassinato do Michalis Kaltezas de 15 anos em Novembro de 1985 às mãos do polícia Melista, nem os assassinatos mais recentes de Hraklis Maragakis de 23 anos por um guarda em Iraklio (Creta), de Maria Koulouri de 43 anos em Leukimi, nem os combatentes assassinados pelo regime democrático (Kumis, Kanelopulu, Tsironis, Temponeras etc).

Também não esquecemos a política assassina em geral do estado e do capital. Como são exemplo os «acidentes de trabalho», assassinatos diários nas galés do trabalho, como o exemplo mais recente do extermínio em massa de trabalhadores em Perama em Julho, os assassinatos e surras diários a incontáveis imigrantes anónimos desde as fronteiras do estado grego até aos calabouços da polícia, assim como os assassinatos dos detidos nas salas de torturas da democracia.

Este assassinato estatal em particular, no final recebe a resposta que lhes corresponde… Nas ruas das cidades que ardem às mãos de milhares de jovens, de trabalhadores, de desempregados e imigrantes que enfrentam as unidades de repressão e atacam os templos do consumo, os ladrões legais que se encontram nos bancos e os assassinos legais que se encontram nos quartéis da polícia.

Entretanto a luta estende-se na sociedade, com os cidadãos que atiram vasos aos policias, imigrantes que se confrontam com a polícia anti-motim nos seus bairros, estudantes que ocupam suas escolas e que saem e se confrontam nas ruas, os meios de comunicação que mudam o significado dos confrontos, que na verdade têm um carácter social e classista.

Enquanto que por um lado mostram as suas lágrimas de crocodilo pelo assassinato, por outra tentam voltar a sociedade contra os que lutam, apresentando os ataques contra os grandes armazéns e multinacionais como reacções extremistas que prejudicam o conjunto da sociedade.

Assim como não aceitamos este assassinato a sangue frio como um caso isolado de violência estatal, também não nos voltamos apenas contra a «má direita», mas também contra todos os governos e em geral contra o regime explorador e repressor da democracia burguesa.

Por isso não pedimos nenhuma demissão de ministros nem do governo nem esperamos nenhuma justificação institucional pelo assassinato. Não existe justificação para um assassinato, para nenhum assassinato estatal. Existe só a difusão da raiva, a agudização das respostas que se dão nas ruas, o nosso desejo que a raiva social-classista se volte total e subversivamente contra o sistema capitalista e as relações de poder, sobre as quais se constrói a realidade repressiva da qual todos nos damos conta.

Como parte do confronto social-classista, a ocupação da faculdade de economia (ASOEE) representa um espaço aberto para a informação e a configuração em comum do conjunto das actividades nas ruas. Ao mesmo tempo achamos que é importante a ocupação das instituições universitárias como um lugar de reorganização e autogestão de nossas forças frente à repressão estatal para que nesta luta que suscitou não fique ninguém isolado ante o estado.

-Solidariedade com os detidos nos confrontos dos últimos dias.

-Que nenhum assassinato estatal fique sem resposta.

-Com o passar dos anos o ódio aumenta, policias porcos assassinos.

Ainda não dissemos a última palavra, estas noites são de Alexis

Assembleia da ocupação da faculdade de economia 08/12/08