Numa colaboração entre o Ballet Contemporâneo do Norte e a companhia ASTA da Covilhã, terão lugar no Cineteatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira, vários espectáculos de dança e teatro e movimento contemporâneos apresentando ao público feirense uma extensão do festival CONTRADANÇA.
Serão apresentados:
- NOCTURNO, pelo Ballet Contemporâneo do Norte, dias 26 e 27, pelas 21:30;
-Plagiai, dia 28, pelas 21:30H, pela ASTA
- Posso Avançar? Perguntou o Cavalo, dia 29, pelas 21:30H, pela ASTA, companhia de teatro/performance da Covilhã, organizadora do Festival.
O Ballet Contemporâneo do Norte colabora regularmente com o Festival Contradança e com a ASTA, tendo-se apresentado na Covilhã, no âmbito daquele festival, em 2006 (com o espectáculo Peepshow) e em 2008 (com o espectáculo Nocturno).
26 e 27 de Novembro
Nocturno
de Luís Carolino
Uma mulher da vida, um homem solitário e uma falsa suicida habitam um espaço vazio.
Nocturno assume-se como uma visita à vida destas três personagens guiada pela própria Morte, a quarta personagem em cena, que nos fala a todos na primeira pessoa; fala-nos de si, do seu «trabalho», e de como nos vê. Um olhar muito próprio, implacável, terrível, mas, ao mesmo tempo, quase maternal: uma reflexão sobre esse incrível e improvável grão de tempo que é a nossa vida, o tudo-nada durante o qual somos.
Nocturno é uma incursão no nosso lado mais escuro, não necessariamente o nosso lado mais negativo, apenas o mais privado e secreto; o lugar de todos os medos e todas as ternuras, o reino da sensibilidade, da intimidade; o sítio onde nos encontramos com nós próprios.
Uma certa e solitária melancolia encontra-se com o mal de vivre contemporâneo deste nosso mundo que parece ter perdido o pé.
Isto assusta-nos, muito, mas é preciso não ter medo.
Luís Carolino, Maio 2008
28 de Novembro
PLAGIAI
Preguiça Luxúria Avareza Gula Inveja Arrogância Ira
sinopse_
“A acção é uma loucura passageira” Paul Valéry
É muito mais fácil arrependermo-nos dos pecados que fazemos, do que daqueles que pensamos fazer. Por isso mesmo, acordaste sem te interessar onde estavas – algures entre o céu e a terra, entre as tuas sombras e a luz dos outros. Entre o que escondes desejar e o que te impõem aceitar. Entre a loucura da noite e os artifícios do dia.
Saíste! Convicto de que algo aconteceria. Até mesmo tudo podia acontecer. Tens a certeza de ir. Só não sabes se consegues voltar. Pecar é fácil. Frágil de ti mesmo, encontras nos espelhos dos outros a tua imagem, que tanto queres disfarçar. Ansiedade, desejo, angustia, vómito, adrenalina, sorrisos verdes, olhos vítreos, nuvens passageiras.
Foges, de ti… mais uma vez. Mas acabas sempre por transgredir… consciente ou não, já está. As coincidências não existem. Todos fazemos girar a vida.
Voltaste!
Mais uma vez te martirizas… tentas dormir… Uma vez mais, tentas redimir-te do que não tens certezas e não queres que amanheça.
Porque as nossas boas acções são, muitas vezes, piores que os nossos pecados…
29 de Novembro às 21h30
Posso Avançar? Pergunta o Cavalo.
ASTA_TeatrUBI
sinopse
Os intérpretes jogam diferentes jogos de crianças, de integração, de guerra, de culto. Jogam a ser eles e outros, a representar, a dançar. Jogam no seu caminho e na sua história. Em palco, sucedem-se ligações que estão relacionadas com diferentes características do jogo a jogar, como a seriedade e o compromisso que implica esse jogo. Tensão e competição caminham lado a lado em palco, que há-de ser o seu campo de acção e passatempo.
sobre o jogo
O jogo, como acção ou ocupação livre que se desenvolve dentro de limites temporais e espaciais estabelecidos, segundo determinadas regras absolutamente obrigatórias, ainda que livremente aceites. Tem um fim em si mesmo e é acompanhado de um sentimento de tensão e alegria, bem como a consciência de ser diferente em relação à vida quotidiana. Esta categoria, pode ser considerada como um dos elementos espirituais mais fundamentais da vida. E como função primária geradora de cultura, como o vê e desenvolve o grande historiador Johan Huizinga no seu livro “Homo Ludens
Formado em 1995, como estrutura amadora, o Ballet Contemporâneo do Norte tem vindo a desenvolver uma extensa actividade na área da Dança Contemporânea. Os anos de 1996 e 1997 foram, para o BCN, de afirmação e desenvolvimento do talento e vontade existentes, o que conquistou a atenção das entidades oficiais, tanto locais como nacionais. Tendo, desde o início, contado com o apoio financeiro da Câmara Municipal de Estarreja, o BCN recebe, em 1997, um subsídio pontual do Ministério da Cultura (IPAE).
A partir de 1996 candidata-se aos concursos de apoio anual do Ministério da Cultura, e passa a ter um apoio anual do estado consignado em Protocolo com o IPAE, actualmente Direcção Geral das Artes. Este Protocolo passou a ser bianual em 2001/2002.
Com o espectáculo «Última Dança», de Elisa Worm, inspirado na vida e obra de Anton Tchecov, o BCN dá mais um passo em frente. Estreado a 17 de Abril de 1998, no Teatro Municipal Estarreja, este espectáculo foi posteriormente apresentado no Teatro Camões, Parque das Nações, EXPO 98, e, a 6 de Maio, novamente no Teatro Municipal de Estarreja, durante a visita ao concelho de Estarreja pelo então ministro da cultura Dr. António Maria Carrilho. Este foi um momento crucial na vida da companhia, tanto pelo desenvolvimento técnico e artístico revelado pelo espectáculo, como por ter sido a partir daqui que o BCN, por sugestão do Ministro, foi integrado no programa de itinerância do IPAE dando um novo impulso ao projecto. O BCN enceta assim as suas digressões pelo país e pelo estrangeiro.
A partir de Março de 1999 o BCN adquire por aluguer instalações próprias, o Espaço BCN em Estarreja, incluindo estúdios, salas de apoio e um auditório devidamente equipado graças a um apoio financeiro do Ministério da Cultura. Ao longo dos oito anos em que a companhia trabalhou no Espaço BCN foi possível, para além do desenvolvimento do trabalho criativo da própria companhia, levado a todo o país e, também, a vários países além fronteiras, desenvolver uma dinâmica de criação de públicos para os mais variados tipos de espectáculo — apresentados nos ciclos das 5as Feiras de Arte e Cultura e na Semana da Dança Contemporânea de Estarreja, a qual conheceu nove edições —, abrindo-se portas a uma série de espectáculos (dança, teatro, música, cinema, etc.), apresentados pelo BCN e por outras companhias convidadas para o efeito, ateliers, conferências e exposições, formando um público cada vez mais esclarecido e exigente. No contexto deste trabalho de formação de público, desde logo se deu particular ênfase aos espectáculos em horário especial para as escolas e terceira idade, espectáculos estes organizados em estreita colaboração com as escolas e as instituições de apoio à terceira idade locais, este trabalho junto da população escolar veio a provar ser de grande importância, estimulando desde muito cedo o apetite pelo espectáculo e o estabelecimento de hábitos e comportamentos face ao acontecimento artístico de carácter teatral.
Em Março de 2007, como resultado directo do progressivo desinteresse e desinvestimento financeiro por parte da autarquia local, levando ao estrangulamento financeiro do projecto, o BCN viu-se forçado a encerrar as suas instalações em Estarreja e procurar um novo local para se estabelecer e das continuidade às suas actividades.
Sempre a pensar no futuro artístico do projecto Ballet Contemporâneo do Norte, desde sempre se tentou estimular a apetência e o talento pela criação coreográfica de todos os membros da estrutura. Apostar no talento dos jovens bailarinos do BCN é apostar no futuro ao nível da criação artística na área da Dança Contemporânea concretizando, de facto, a ideia de descentralização da produção artística que o Ballet Contemporâneo do Norte tem vindo a pôr em prática: o Ballet Contemporâneo do Norte é um lugar de criação e experimentação, diálogo e discussão, intercâmbio de ideias e saber, tendo sempre como pano de fundo a Arte em geral e a Dança em particular.
O Ballet Contemporâneo do Norte está agora a fazer uma residência em Santa Maria da Feira com o apoio do Município local e da Feira Viva E.M. na expectativa de dar mais um salto na sua carreira, encetando um novo ciclo na sua vida.
A partir de 1996 candidata-se aos concursos de apoio anual do Ministério da Cultura, e passa a ter um apoio anual do estado consignado em Protocolo com o IPAE, actualmente Direcção Geral das Artes. Este Protocolo passou a ser bianual em 2001/2002.
Com o espectáculo «Última Dança», de Elisa Worm, inspirado na vida e obra de Anton Tchecov, o BCN dá mais um passo em frente. Estreado a 17 de Abril de 1998, no Teatro Municipal Estarreja, este espectáculo foi posteriormente apresentado no Teatro Camões, Parque das Nações, EXPO 98, e, a 6 de Maio, novamente no Teatro Municipal de Estarreja, durante a visita ao concelho de Estarreja pelo então ministro da cultura Dr. António Maria Carrilho. Este foi um momento crucial na vida da companhia, tanto pelo desenvolvimento técnico e artístico revelado pelo espectáculo, como por ter sido a partir daqui que o BCN, por sugestão do Ministro, foi integrado no programa de itinerância do IPAE dando um novo impulso ao projecto. O BCN enceta assim as suas digressões pelo país e pelo estrangeiro.
A partir de Março de 1999 o BCN adquire por aluguer instalações próprias, o Espaço BCN em Estarreja, incluindo estúdios, salas de apoio e um auditório devidamente equipado graças a um apoio financeiro do Ministério da Cultura. Ao longo dos oito anos em que a companhia trabalhou no Espaço BCN foi possível, para além do desenvolvimento do trabalho criativo da própria companhia, levado a todo o país e, também, a vários países além fronteiras, desenvolver uma dinâmica de criação de públicos para os mais variados tipos de espectáculo — apresentados nos ciclos das 5as Feiras de Arte e Cultura e na Semana da Dança Contemporânea de Estarreja, a qual conheceu nove edições —, abrindo-se portas a uma série de espectáculos (dança, teatro, música, cinema, etc.), apresentados pelo BCN e por outras companhias convidadas para o efeito, ateliers, conferências e exposições, formando um público cada vez mais esclarecido e exigente. No contexto deste trabalho de formação de público, desde logo se deu particular ênfase aos espectáculos em horário especial para as escolas e terceira idade, espectáculos estes organizados em estreita colaboração com as escolas e as instituições de apoio à terceira idade locais, este trabalho junto da população escolar veio a provar ser de grande importância, estimulando desde muito cedo o apetite pelo espectáculo e o estabelecimento de hábitos e comportamentos face ao acontecimento artístico de carácter teatral.
Em Março de 2007, como resultado directo do progressivo desinteresse e desinvestimento financeiro por parte da autarquia local, levando ao estrangulamento financeiro do projecto, o BCN viu-se forçado a encerrar as suas instalações em Estarreja e procurar um novo local para se estabelecer e das continuidade às suas actividades.
Sempre a pensar no futuro artístico do projecto Ballet Contemporâneo do Norte, desde sempre se tentou estimular a apetência e o talento pela criação coreográfica de todos os membros da estrutura. Apostar no talento dos jovens bailarinos do BCN é apostar no futuro ao nível da criação artística na área da Dança Contemporânea concretizando, de facto, a ideia de descentralização da produção artística que o Ballet Contemporâneo do Norte tem vindo a pôr em prática: o Ballet Contemporâneo do Norte é um lugar de criação e experimentação, diálogo e discussão, intercâmbio de ideias e saber, tendo sempre como pano de fundo a Arte em geral e a Dança em particular.
O Ballet Contemporâneo do Norte está agora a fazer uma residência em Santa Maria da Feira com o apoio do Município local e da Feira Viva E.M. na expectativa de dar mais um salto na sua carreira, encetando um novo ciclo na sua vida.