14.2.08

Trabalhadores da Câmara do Porto fazem piquenique na rua em protesto pelo fecho da sua cantina habitual

Contra o fecho da cantina dos Paços do Concelho, os trabalhadores da autarquia vão realizar hoje um piquenique nas traseiras da Câmara do Porto.

Os trabalhadores da Câmara do Porto vão voltar hoje a manifestar-se contra o encerramento da cantina do edifício dos Paços do Concelho. Um piquenique nas traseiras da autarquia é a forma de luta agendada para decorrer precisamente à hora de almoço, entre as 12h00 e as 14h30. “Vamos almoçar nas traseiras da câmara municipal.
A iniciativa visa chamar de novo a atenção para os problemas com que os funcionários se têm deparado ao não terem uma cantina onde recorrer nas proximidades do seu local de trabalho. Benilde Caldeira informou ainda que o vereador das Actividades Económicas e Protecção Civil e que é também o responsável pela Direcção Municipal de Recursos Humanos, Manuel Sampaio Pimentel, aceitou agendar uma reunião com os representantes dos trabalhadores, encontro que está marcado para a próxima sexta-feira, pelas 16h00.

Na altura em que estiver a acontecer a reunião, os trabalhadores vão também formar no exterior dos Paços do Concelho um cordão humano, a partir das 16h30, que só será desfeito “quando sair fumo branco do encontro”. Benilde Caldeira mostrou-se optimista num desfecho positivo, mas lembrou que a reunião já devia ter sido agendada há mais tempo.

A cantina encerrou há cerca de duas semanas, tendo os trabalhadores se mostrado desde logo surpreendidos com a decisão. Apesar de compreenderem os argumentos usados de que o espaço tinha falta de condições de funcionamento, nomeadamente técnicas, higiénicas e de segurança, os funcionários contestam o facto de não haver alternativas, dado que a prometida cantina para o Edifício dos Correios, junto à câmara municipal, ainda não foi criada. O projecto está concluído, mas falta abrir o concurso para a execução da obra.

Desde o fecho da cantina “cerca de 50 trabalhadores têm recorrido à cantina da Biblioteca de S. Lázaro que está agora entupida”, afirmou Benilde Caldeira, acrescentando que outros funcionários (especificamente as telefonistas) não têm essa possibilidade, porque o seu horário de almoço é apenas de meia hora. “Muitos trazem comida de casa, mas são sandes e coisas assim e não uma refeição quente”, lamentou. A representante da comissão de trabalhadores referiu ainda que na reunião com Sampaio Pimentel, os trabalhadores vão solicitar que a autarquia disponibilize pelo menos o transporte para a cantina do Carvalhido: “Para ir para lá de autocarro com um horário de almoço de uma hora não dá”, assegurou.

Fonte: jornal O Primeiro de Janeiro