14.2.08

Jovem recém-licenciado em Matemática acusa agente da PSP de o agredir dentro da esquadra continuadamente ao longo de 15 minutos

António Mota, recém licenciado em Matemática, declarou que foi agredido dentro da esquadra da PSP da Rua Gomes Freire por um agente policial, tendo ficado com o olho direito negro, e o maxilar dorido, depois de ter sido detido no decurso do despejo do Grémio Lisbonense, onde a polícia carregou sobre os manifestantes que protestavam em apoio ao Grémio.
Em declarações ao Diário de Notícias ele declarou:

"Três polícias meteram-me numa sala e fizeram-me sentar numa cadeira." António conta que dois deles saíram do quarto e deixaram-no com o terceiro: "Ele calçou umas luvas, tirou-me as algemas e deu-me um estalo."

Terá sido a primeira de muitas agressões, denuncia o jovem, que diz ainda ter caído "por diversas vezes" da cadeira. Entre "um estalo e outro", António recorda que ouviu várias ameaças do agente da PSP: "Ele dizia-me que me partia o nariz quando não estivesse fardado, que me arrancava a língua, que sabia onde eu morava e apontou-me com um lazer vermelho na cabeça, dizendo que da próxima vez não seria tão bonzinho."

De acordo com o recém licenciado, a agressão terá durado entre 15 a 20 minutos: "Depois de decidir que já me tinha batido o suficiente, o agente revistou-me e leu os meus direitos." Foi nessa altura que António terá sido autorizado a chamar um advogado e a receber assistência do INEM: "Antes de sair da esquadra fui informado de que iria ser formalmente acusado de ter agredido o agente que me bateu. Na segunda-feira seguinte, fiquei com termo de identidade e residência [TIR] e fui constituído arguido", conta o jovem que garante ter também apresentado na Polícia Judiciária uma queixa contra o polícia.