13.2.08

Quem ganha com as culturas transgénicas? ( comunicado da Plataforma Transgénicos Fora)


Venha connosco ao País Basco para o encontro ibérico de resistência aos transgénicos!

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Nos dias 15 e 16 de Março de 2008 vai ter lugar um encontro ibérico para articular lutas e estratégias nas campanhas a favor da agricultura e da alimentação livre de transgénicos.


O encontro está concretamente pensado para juntar os movimentos sociais contrários à engenharia genética na Península Ibérica e também organizações da area alimentar (agricultores/as, comunidades indígenas, grupos de agricultura urbana, etc) a nível mundial.


Neste sentido o encontro é uma iniciativa conjunta promovida inicialmente pelo sindicato agrário EHNE com a participação da Via Campesina, Greenpeace, GRAIN, Amigos da Terra, Ecologistas en Acción, Red de Semillas Resembrando & Intercambiando, Entrepueblos, COAG e a Plataforma Transgénicos Fora.


O encontro será no País Basco.


Mais info: aqui, aqui




Comunicado da Plataforma Transgénicos Fora
2008/02/13

No dia em que a indústria divulga o relatório anual mundial


QUEM GANHA COM AS CULTURAS TRANSGÉNICAS?

O cultivo de transgénicos a nível mundial está a conduzir a um aumento massivo do consumo de pesticidas e só as empresas que os vendem podem lucrar com tal situação. Isto mesmo foi
verificado num estudo agora disponível (1) que desmonta a realidade cor de rosa apresentada hoje em Bruxelas pelo ISAAA, uma organização que representa os interesses globais da indústria da engenharia genética.

De facto, até a indústria começa a reconhecer que o consumo de pesticidas está a aumentar. Em entrevista (2), uma representante da EuropaBio (associação europeia de bioindústrias) afirmou que se têm vindo a verificar "aplicações muito maiores de Roundup [herbicida], junto com uma série de outros químicos."

Os números do próprio governo americano mostram que, entre 1994 e 2005, o consumo de glifosato (o princípio activo do Roundup, o pesticida mais usado em transgénicos) aumentou 15 vezes. Só entre 2005 e 2006 a aplicação de glifosato em soja transgénica subiu 28%, tendo atingido o total de 44 mil toneladas em solo americano.

Apesar destas subidas o uso de outros pesticidas, ainda mais tóxicos e que as culturas
transgénicas prometiam evitar, não está a declinar. Nos Estados Unidos, o país que mais cultiva transgénicos em todo o mundo, a aplicação de 2,4 D (um herbicida altamente tóxico e um dos componentes do Agente Laranja, de má memória) em soja mais do que duplicou entre 2002 e 2006. A atrazina, proibida na União Europeia devido à sua toxicidade, aumentou 12% na culturas americanas de milho transgénico entre 2002 e 2005.

As perspectivas futuras apontam para uma situação cada vez mais grave: à medida que cada vez mais ervas daninhas se tornam resistentes aos mesmos herbicidas que as plantas transgénicas toleram, o cocktail químico necessário para as controlar vaiaumentando sempre mais em volume, toxicidade e número de ingredientes. (3)

Esta situação penaliza agricultores, o ambiente e toda a sociedade. Quem ganha? Porque os contratos de vendas de sementes transgénicas vinculam o agricultor a comprar os pesticidas à mesma empresa que produziu as sementes, quanto mais pesticidas as culturas transgénicas precisarem, mais as empresas beneficiam.

Notas:

1 - O relatório completo, realizado pela associação Amigos da Terra Internacional, está
disponível para descarregar em: aqui

2 - A entrevista integral está disponível em:
www.ethicalcorp.com/content.asp?ContentID=5684

3 - Para mais informação consultar por exemplo
southeastfarmpress.com/soybeans/122707-resistant-weeds/index.html


Para mais informações:
Dra. Margarida Silva, 91 730 1025

A Plataforma Transgénicos Fora é uma estrutura integrada por onze entidades não-governamentais da área do ambiente e agricultura (ARP, Aliançapara a Defesa do Mundo Rural Português; ATTAC, Associação para a Taxação das Transacções Financeiras para a Ajuda ao Cidadão; CNA, Confederação Nacional da Agricultura; Colher para Semear, Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais; FAPAS, Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens; GAIA, Grupo de Acção e Intervenção Ambiental; GEOTA, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente; LPN, Liga para a Protecção da Natureza; MPI, Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente, QUERCUS, Associação Nacional de Conservação da Natureza; e SALVA, Associação de Produtores em Agricultura Biológica do Sul) e apoiada por dezenas de outras.


Para mais informações
contactar
info@stopogm.net

Mais de 10 mil cidadãos portugueses reiteraram já
por escrito a sua oposição aos transgénicos.