Um quinto dos portugueses vive com menos de 360 euros por mês.
Mas o panorama é ainda pior: é que 32% da população activa entre os 16 e os 34 anos seria pobre se dependesse só do seu trabalho.
Mas o panorama é ainda pior: é que 32% da população activa entre os 16 e os 34 anos seria pobre se dependesse só do seu trabalho.
Os números são alarmantes. Um terço da população activa (entre os 16 e os 64 anos) seria pobre se dependesse apenas dos rendimentos do trabalho.
De acordo com as estatísticas ontem publicadas pelo INE, sem as pensões de reforma e as transferências sociais do Estado, mais de quatro milhões de portugueses estariam em situação de pobreza
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a percentagem de pobres subiu de 2004 para 2005.
De acordo com as estatísticas ontem publicadas pelo INE, sem as pensões de reforma e as transferências sociais do Estado, mais de quatro milhões de portugueses estariam em situação de pobreza
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a percentagem de pobres subiu de 2004 para 2005.
Apesar das pensões de reforma e de sobrevivência e das transferências sociais do Estado português, há dois milhões de portugueses no limiar da pobreza, ou seja, com um rendimento de cerca de 360 euros mensais ou 4.321 euros anuais. O estudo do INE refere-se ao ano de 2005, apesar de esta ser uma tendência que se mantém há mais de dez anos
O fosso entre pobres e ricos em Portugal é, além disso, o maior no conjunto dos países da União Europeia. O rendimento dos dois milhões de portugueses mais ricos do país é quase sete vezes maior do que o rendimento dos dois milhões de pessoas mais pobres.
“A situação é alarmante”, garante Fernando Nobre, presidente da AMI (Assistência Médica Internacional). “No último ano, os cem portugueses mais ricos viram a sua fortuna aumentar cerca de um terço [33%], quando a média da população portuguesa só conseguiu aumentar o seu rendimento em cerca de 2% ou 2,5%”, conta o médico fundador da associação.
“A responsabilidade social das elites da sociedade portuguesa não é praticada e nem sequer é assumida”, acusa o presidente da AMI. “A situação é bastante grave: já se sabe, quanto maior é o índice de desigualdade de um país, menor é o seu índice de desenvolvimento”, remata Fernando Nobre.
Portugal está entre os dez países com maior risco de pobreza da UE
O relatório do Instituto Nacional de Estatística é taxativo: Portugal faz parte da lista negra dos países com uma taxa de pobreza superior à média europeia de 16%. A lista dos Estados com maior risco de pobreza é liderada pela Polónia e pelos três países bálticos – Estónia, Letónia e Lituânia, com valores entre os 18 e os 21%. Seguem-se Espanha, Grécia e Irlanda com um quinto da população em risco de pobreza e Portugal e Reino Unido, com uma taxa de limiar de pobreza de 19% e 18%, respectivamente. Os países com menos pessoas em risco de pobreza são precisamente os escandinavos (Suécia, Finlândia e Dinamarca), a República Checa e a Eslováquia.