31.10.07

Encontros com poetas do Porto na Fundação Eugénio de Andrade

A partir do próximo dia 3 de Novembro, realizar-se-á, aos sábados, no auditório da Fundação Eugénio de Andrade (Rua do Passeio Alegre, 584 - Porto), um encontro com um Poeta do Porto, no qual se fará uma apresentação do poeta, um debate, e leitura de poemas.

As sessões realizam-se às 18h30 e a entrada é livre.

Assim, em Novembro, a Fundação recebe

Manuel António Pina (dia 3),

João Luís Barreto Guimarães (dia 10),

Fernando Guimarães (dia 17),

Jorge de Sousa Braga (dia 24).


Já em Dezembro, será a vez de

Fernando Echevarría (dia 1),

Ana Luísa Amaral (dia 8),

Albano Martins (dia 15).



“Já por mais de uma vez ouvimos falar dos “poetas do Porto” como se eles fossem necessariamente “provincianos”, ou como se não pertencessem à mesma espécie dos poetas da capital. Mas no Porto ou nos seus arredores nasceram ou viveram - ou vivem - poetas nacionais, mesmo quando falem dos costumes ou das paisagens portuenses, o que aliás ninguém lhes exige. Baste que eles falem da vida humana, e que honrem uma longa tradição que, se não começa com trovadores, começa com Diogo Brandão, e é prolongada por Tomás Pinto Brandão, Tomás António Gonzaga, Garrett, Faustino Xavier de Novais, António Nobre, António Patrício, Augusto Gil, Teixeira de Pascoais, José Gomes Ferreira, José Régio, Adolfo Casais Monteiro, Pedro Homem de Melo, Jorge de Sena, Sophia Andresen, Eugénio de Andrade, entre muitos outros já falecidos. Este primeiro ciclo de “encontros com poetas do Porto” e os seguintes (que podem até incluir poetas que há muito residem longe do Porto, como Fernanda Botelho, Ana Hatherly, Alberto Pimenta, Vasco Graça Moura...), provam que o Porto não é de modo nenhum a “terra poeticida” execrada por outro poeta portuense, Guilherme Braga, e, modestamente, querem contribuir para que não caia sobre os poetas do Porto o silêncio repugante com que geralmente os distinguem os “grandes” meios de comunicação lisboetas e até alguns meios de comunicação nortenhos, para os quais os poetas da casa não fazem os milagres da palavra viva.”
Arnaldo Saraiva