A roupa é um bem indispensável e responde a necessidades de todos nós, levando os industriais a aproveitarem-se dessas circunstâncias para sacarem lucros chorudos graças ao uso de estratégias publicitárias agressivas e ao sistemático desprezo pelos trabalhadores que são contratados para as produzir ( a industria têxtil é uma das principais promotoras do trabalho feminino com baixos salários, quando não mesmo do trabalho infantil). Tudo isto em nome do sacrossanto lucro e do não menos santificado mercado.
A moda, com todo o seu cortejo de banalidade, consumismo e luxo, por exemplo, que alguém já disse que era tão feia que precisava de ser renovada de 6 a 6 meses, tornou-se uma estratégia fundamental dos fabricantes de roupa e dos comerciantes que as vendem. Outras actividades e agentes ( marketing, design, etc) se colaram, entretanto, para também eles obterem o máximo rendimento para si.
As coisas pioraram quando apareceram os tecidos artificiais, o poliéster, as fibras sintéticas, o uso de tintas, que não só têm um impacto negativo na natureza ( a sua pegada ecológica é grande) como geralmente são prejudiciais para a pele, causando reacções alérgicas, não a deixando respirar livremente, e provocando não poucas vezes irritações de pele.
É por todas essas razões que um estilo de vida natural e alternativa procuram roupas com características diferentes, roupa feita em condições justas e com o uso de materiais respeitadores da natureza. Preocupação esta que já foi, aliás, manipulada por alguns fabricantes e desenhadores que a utilizam como argumento ecológico a fim de garantir mais vendas e lucros.
Por isso nunca são demais as cautelas a ter quando se compra uma simples peça de roupa num qualquer estabelecimento. Critérios ecológicos e laborais, para além, naturalmente, dos nossos próprios gostos e apetências, devem estar sempre presentes no acto de aquisição da roupa que decidimos vestir no nosso dia-a-dia.
Greenpeace lançou uma campanha sob o lema «Moda sem tóxicos» e existem já, desde há vários anos, campanhas no mesmo sentido, sobretudo nos países ditos desenvolvidos, como é o actual caso da campanha «Roupa Limpa». A ideia é sensibilizar os responsáveis na escolha da matéria-prima e dos tecidos para a produção têxtil que evitassem os impactos ambientais negativos, ou a sua atenuação, e a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores(as). Planear uma produção limpa de materiais contaminantes e defender os direitos laborais dos trabalhadores são os objectivos primaciais da campanha «Roupas Limpas»
Critérios para comprar Roupa ecológica:
- A roupa ecológica é normalmente adquirida nas lojas de comércio justo, de artesanato ou junto dos próprios produtores
- É recomendável a aquisição de roupa em segunda mão e de roupa reciclada. Sempre é melhor tentar prolongar a vida útil das roupas, sobretudo das que têm incorporados elementos não recicláveis e cujo destino é a incineração.
- Se se optar pela compra de roupa em primeira mão é preferível a aquisição de produtos de confecção local, feitos na área ou região da comunidade onde vivemos, e produzidos com fibras naturais ( algodão, lã e cãnamo) com cores claras ( para evitar a carga tóxica das tintas).
http://www.ropalimpia.org/includes/index.php
http://www.cleanclothes.org/
http://www.vetementspropres.be/