29.3.07

Marcha global pela Marijuana no Porto ( a 5 de Maio)

Local de concentração e partida da Marcha Global na cidade do Porto: Praça do Marquês, 15 h. do dia 5 de Maio



A Marcha Global pela Marijuana Porto é uma iniciativa apartidária, sem fins lucrativos, fruto da sociedade cívil “activa” portuense que se insere num movimento mundial que pretende pôr fim ao proibicionismo do cânhamo/cannabis que, perante um consumo massificado, não produz resultados na diminuição do tráfico e menos ainda no acesso à informação. O Porto acolhe esta iniciativa pela primeira vez no dia 05 de Maio de 2007, estando programadas uma concentração na Praça do Marquês de Pombal pelas 15.00 para distribuição do Manifesto, seguida por uma parada com soundsystems pela Rua Santa Catarina finalizando na Praça da Batalha com animação.
No local da concentração, Praça do Marquês de Pombal, serão distribuídas máscaras para tod@s que tenham necessidade de manter oanonimato, por motivos profissionais ou familiares.
Ao longo dos mês de Abril será distribuída semanalmente uma fanzine chamada "porto cannabis", pelas ruas do Porto e nos locais habituais.





A cannabis sativa — popularmente conhecida por marijuana ou, na sua variedade concentrada, por haxixe — é a “droga leve” mais massificada mundialmente, estimando-se que o número dos seus consumidores ascende a 4% da população mundial, ou seja, cerca de 160 milhões de pessoas. Na Europa este número ronda os 24 milhões. No entanto, a grande maioria destas pessoas consome cannabis numa situação completamente ilegal, cometendo um crime que pode incorrer em pena de prisão, tanto no hemisfério Sul, onde o consumo está enraizado na cultura de determinados povos, como no hemisfério Norte, onde com a globalização das culturas se difundiu o seu uso recreativo e medicinal, sobretudo para aliviar dores e indisposição causadas por doenças crónicas e terminais como o HIV ou o cancro.
A desinformação reinante oculta as vantagens e desvantagens do consumo de marijuana e, ao subestimar a sua utilização medicinal, camufla a realidade da sua aceitação noutros tempos e sociedades. Originando o comércio de um produto agrícola injusto e mal remunerado para quem semeia e colhe marijuana, ao mesmo tempo que atinge, no momento da sua venda nos países onde foi ilegalizada, percentagens de lucro na ordem dos 500%.
Ao associar-se apenas negativamente o cânhamo/cannabis a um narcótico, despreza-se o seu aproveitamento industrial, (que em Portugal tem raízes seculares enquanto matéria prima) florestal e energético (como fonte de biomassa alternativa na presente situação calamitosa dos incêndios de Verão e promovendo ainda a auto-suficiência energética nacional).No panorama europeu impera o proibicionismo, apenas na Holanda, Suiça e Alemanha o consumo de marijuana é permitida chegando por vezes o Estado a assegurar a sua distribuição mediante prescrição médica.Em Portugal o consumo da cannabis foi descriminalizado em 2001. No entanto, continuamos longe daqueles países pois a perseguição policial aos consumidores mantém-se, e o risco de se ser tomado por traficante é grande uma vez que a quantidade pela qual se pode ser acusado de tráfico é mínima. Sendo ilegais a venda, transporte e o auto-cultivo de marijuana, como esperam as autoridades que o consumidor se abasteça sem estimular a prática do crime de tráfico, aquele que mais detidos envia para o sistema prisional? Como é possível justificar-se um consumo despenalizado da marijuana mas não se permitir a prática legal da venda dessa substância?Dado que a toxicodependência de drogas duras é um problema de saúde pública, urge a separação de mercados e o fim do mercado negro não taxado, criando à imagem da Holanda locais devidamente autorizados para a venda de drogas leves, apenas acessíveis aos maiores de 18 anos, que tal como qualquer outro estabelecimento comercial contribuam com os devidos impostos para o Estado, ao mesmo tempo que se garante o controlo da qualidade do produto vendido.
Marcha Global pela Marijuana Porto, uma iniciativa apartidária sem fins lucrativos fruto da sociedade civil portuense, insere-se num movimento mundial que pretende pôr fim ao proibicionismo do cânhamo/cannabis, o qual perante um consumo massificado, não produziu nem produz resultados na diminuição do tráfico e menos ainda no acesso à informação. Chegou a altura de terminar com a hipocrisia reinante, fazendo-se um amplo debate público sobre a legalização da marijuana de modo a respeitar-se o direito à escolha, com a participação activa dos órgãos políticos e da comunidade científica em geral.A Marcha Global Marijuana Porto manifesta-se pela * Legalidade do consumo recreativo da cannabis* Legalidade para o uso medicinal da cannabis* Legalidade para o autocultivo de uma planta que cresce livre na natureza
O Cânhamo (Cannabis ruderalis) é uma planta da família Cannabaceae, diferindo da Cannabis sativa e da Cannabis indica pelo baixo teor de um princípio activo conhecido como THC (tetrahidrocannabinol). Ou seja o cânhamo já é uma planta de cultivo legal numa das suas espécies, apenas desde 1987, um ano após a directiva europeia que impunha aos dois novos estados membros, Portugal e Espanha, directivas relativas à comercialização de determinadas sementes. O estado português nesse ano, quase sem dar nas vistas acabou com um proibicionismo de cinco décadas que impunha desde 1937, data da ilegalização total de todas as espécies de cannabis ditada pelos EUA. Cumpre-se este ano o vigésimo aniversário da primeira fase da legalização da cannabis (ruderalis, vulgo cânhamo), faltando agora a legalização das restantes duas espécies: cannabis sativa e cannabis índica.





global marijuana march

A Marcha Global pela Marijuana é um encontro anual que se realiza desde 1999. A ideia de uma marcha internacional começou com o encontro pró-legalização da cannábis que ocorreu nesse ano na cidade de Nova Iorque. Ocorre no 1º Sábado de Maio e junta pessoas, consumidores e não consumidores em todo o Mundo pela legalização da cannábis e do auto-cultivo para uso medicinal e recreativo. Nos primeiros 5 anos era apelidada de: Million Marijuana March; World Cannabis Day; Cannabis Liberation Day, mas a partir de 2005 com o crescimento do número de cidades aderentes em mais de 50 países foi adoptado o nome único de Marcha Global pela Marijuana.Um dos grandes organizadores desde 1999 é Dana Beal (http://en.wikipedia.org/wiki/Dana_Beal) , através do seu site Cures-Not-Wars.org ; outro dos principais organizadores é a revista Cannabis Culture Magazine.
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