3.7.06

Activistas pró-Tibet protestam contra o novo comboio Pequim-Lhasa





Activistas que defendem a independência do Tibet escalaram a fachada da Estação de Ferrovias do Oeste de Pequim, onde afixaram um cartaz em protesto contra o novo tcomboio para Lhasa (capital tibetana), segundo um comunicado da organização Free Tibet Campaign.

O cartaz tinha a frase "Comboio chinês para o Tibet, um projecto para destruir", em referência à linha de caminho de ferro que foi inaugurada dia 1 de Julho. Três mulheres que participaram nos protestos, uma britânica, uma americana e uma canadiana, foram detidas pouco depois.

"Os tibetanos temem que o Governo chinês use o caminho de ferro para aumentar a sua colonização, transferindo um maior número de colonos chineses e militares, e ao mesmo tempo explorando os grandes recursos naturais da região", diz o comunicado enviado à imprensa.

"Continuaremos com acções para defender a cultura tibetana, e os protestos de hoje são só uma amostra do que a China pode esperar à medida que se aproximam os Jogos Olímpicos de Pequim", afirmou o director da organização Estudantes por um Tibet Livre, Lhadon Tethong.

A China responde que a linha de caminhos de ferro será boa para a economia tibetana, especialmente para o turismo, criará novos postos de trabalho e não causará danos ambientais. A oposição tibetana anunciou protestos em todo o mundo. Grupos tibetanos em Londres, Ottawa, Nova York e Paris convocaram protestos com o lema "rejeite o comboio". Em Dharamsala (norte de Índia), lugar do exílio do Dalai Lama, os tibetanos fecharão os seus estabelecimentos e usarão braceletes negros. Em Londres, a Free Tibet Campaign pediu um "boicote turístico" à nova ferrovia.


Apresentado pela China como um exemplo da sua avançada tecnologia, o projecto foi criticado pelos ecologistas, que consideram que as reservas naturais do planalto tibetano vão ser contaminadas com a passagem do comboio.


Também o Dalai Lama, exilado no estrangeiro, acusou Pequim de ter const ruído a linha-férrea para aumentar a chegada de "colonos" chineses ao Tibete, co ntribuindo para a progressiva perda de cultura e identidade do povo tibetano



O primeiro comboio de passageiros que chegará ao planalto do Tibete partiu da remota cidade de Golmud, na província vizinha de Qinghai com destino à capital tibetana, Lhasa, no passado dia 1 de Julho.
O comboio, cuja locomotora foi construída pela empresa chino-canadiana Bombardier Sifang, começou a percorrer a via-férrea mais alta do mundo às 11:00 locais, levando 600 passageiros.
Antes decorreu uma cerimónia de inauguração com a presença do President e chinês, Hu Jintao, o vice-primeiro-ministro Zeng Peiyan e o ministro dos Camin hos-de-ferro, Liu Zhijun.
À mesma hora partiu outro comboio de Lhasa, com destino a Lanzhou (capi tal de Gansu, noroeste), com mais de 600 passageiros a bordo.
Hu Jintao, que foi secretário-geral do Partido Comunista no Tibete em f inais dos anos 80 e princípios de 90, destacou que a nova linha de caminho de fe rro é mais "um magnífico objectivo" que a China conseguiu com o "impulso de modernização socialista".
De Golmud, o comboio demorará cerca de oito horas a chegar ao limite da província de Qinghai e começo da região autónoma do Tibete, nos montes Tanggula , passando pelo local mais alto jamais alcançado por uma linha de comboio, a 5.0 72 metros.
O comboio, apresentado pelo governo como um projecto chave para tirar o Tibete do subdesenvolvimento e isolamento, foi construído em duas fases: a primeira entre 1956 e 1984, na qual participaram soldados do exército, e a segunda entre Junho de 2001 e Outubro de 2005.


Students For A Free Tibet


Free Tibet Campaign