25.7.06

Fim aos massacres na Palestina e no Líbano!

Concentrações em Lisboa e no Porto

Solidariedade com os Povos da Palestina e do Líbano


Apelamos à participação nas Concentrações marcadas para a próxima 4ª feira, dia 26 de Julho, em protesto contra as brutias agressões do estado sionista de Israel ( fantoche dos EUA) aos povos palestiniano e libanês.

Manifesta a tua solidariedade com os Povos do Líbano e da Palestina!

Esta agressão dos militaristas sionistas tem de parar!

CONCENTRAÇÃO em Lisboa: dia 26 de Julho, 18.30 horas, em frente à embaixada de Israel, na R. António Enes, 16, ao Saldanha (Lisboa)

CONCENTRAÇÃO no Porto: dia 26 de Julho, 18 horas na Praça da Batalha










FIM AOS MASSACRES NO LÍBANO E PALESTINA!

PAZ NO MÉDIO ORIENTE!

Os bombardeamentos constantes e diários levados a cabo por Israel sobre o Líbano, que se sucedem à violenta ofensiva contra o povo palestiniano em Gaza, são verdadeiros crimes e representam uma nova e perigosa escalada belicista no Próximo e Médio Oriente que só podem merecer a nossa mais firme condenação. Os bombardeamentos já causaram centenas de mortos, entre os quais mulheres e crianças, e a destruição de importantes infra-estruras vitais daquele país e que bem demonstram quão falaciosa é a procura dos soldados israelitas.

Nada justifica estas acções bélicas contra as populações civis. Trata-se de uma acção belicista absolutamente desproporcional, tendo em conta o desequilíbrio da correlação da força militar... Convém ter presente que Israel continua a ocupar territórios palestinianos, do Libano e da Síria, sendo – à luz do direito internacional – legítima a luta contra os ocupantes. As acções bélicas de Israel só são possíveis com a cobertura dos EUA e com a cumplicidade da União Europeia, incluindo a do governo português. Consideram insuportável o silêncio da ONU.

Apela-se a todos os portugueses para que se solidarizem com o povo libanês e palestiniano vítimas destas agressões e exigem do governo português uma posição de condenação dos ataques israelitas e de defesa uma política que conduza à paz na região, com base no respeito dos direitos nacionais de cada povo.

Convocam para o próximo dia 26 de Julho, às 18.30, uma concentração em frente à Embaixada de Israel a fim de exigir o fim dos bombardeamentos e uma paz justa no Médio Oriente.

CONCENTRAÇÃO EM FRENTE À EMBAIXADA DE ISRAEL EM LISBOA

PAZ NO MÉDIO ORIENTE!

26 JULHO • 18H30

Partir de férias sem carros nem aviões

La Decroissance, le journal de la joie de vivre
O Decrescimento, o jornal da alegria de viver
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Passar o Verão sem automóvel
e
Partir para férias sem carros nem aviões
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19.7.06

O primeiro dia da revolução libertária espanhola (19 de Julho de 1936)


Mural a reproduzir o célebre quadro Guernica que Picasso pintou em homenagem aos resistentes anti-fascistas espanhóis e a propósito do bombardeamento pelos aviões nazis, ao serviço das forças nacionalistas de Franco, sobre os bairros residenciais de Guernica, um pequena vila situada no País basco.
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Hoje fazem 70 anos
que começou
o breve Verão da Anarquia
em Espanha.
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19 de Julho é o primeiro dia da revolução libertária espanhola. Foi nesse dia, quando corria o ano de 1936, que todo um povo se levantou contra o golpe fascista de uma boa parte das forças armadas espanholas.
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Em Barcelona os militares fascistas amotinam-se nos quartéis e tentam tomar de assalto a cidade, mas encontram forte resistência por parte dos operários da C.N.T. e da F.A.I. que levantam barricadas e conseguem rechaçar os militares golpistas, obrigando-os a regressaarem aos quartéis.
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Será o início de um processo revolucionário que se tornou conhecido pelo curto Verão da Anarquia e que com a militarização das forças em conflito irá evoluir para uma sangrenta guerra civil entre os republicanos anti-fascistas, de um lado, e as forças nacional-fascistas capitaneadas por Franco, e apoiado pelas tropas de Mussolini e pelos aviões de Hitler, do outro.
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Nota
Esta é uma mais que justificada excepção relativamente ao conteúdo do texto do post seguinte, uma vez que, face ao facilitismo dos que não sabem cumprir com a palavra dada, nem com os compromissos assumidos, recordar é também resistir.

7.7.06

Aviso à Navegação



«Um homem ( ou uma mulher) mostram o que valem,
Não pelas palavras que dizem,
Mas pelas acções que praticam»


Este velho dito, que se pode aplicar tanto nas relações amorosas ( quantas vezes os falsos amantes enchem a boca com o banal «amo-te») como na política (os partidos políticos têm um programa político, mas aplicam outro), explica a razão porque decidimos suspender a actualização do Pimenta Negra até ao próximo mês de Outubro.

Torna-se um imperativo voltarmo-nos cada vez mais para a vida, porque nem tudo é comunicação palavrosa nem fluxos pós-modernistas de frases com pouco ou nenhum sentido.

O importante mesmo é ter uma ética de acção.

O projecto «Pimenta Negra», aliás, sempre foi de carácter formativo ( para nós, de longe, o mais importante), e não tanto a informação propriamente dita ( jornais, revistas, net,… e tutti quanti desempenharão essa função de satisfazer as atenções sôfregas dos que gostam de viver a 200 à hora)


Com a chegada do Verão surge também a necessidade de uma paragem para agirmos em consequência.

Continuem a ler outras coisas, mas, sobretudo, não se esqueçam de levar mais a sério as vossas palavras, para não fazerem o show-off de alguns…


Em suma:

Foi linda a festa, pá!

Agora, é preciso continuar a espalhar o cheirinho de alecrim!



O autor do
Pimenta Negra

3.7.06

Por um mundo sem fronteiras


As grandes manobras eleitorais mal ainda começaram e já a questão da imigração passou para o centro dos debates. Le Pen, de Villiers, Sarkozy competem entre si para cativar as vozes da França xenófoba., enquanto os deputados de esquerda e de direita, se travam de razões sobre a forma, estão no fundo de acordo sobre o controle da imigração a fim que «toda a miséria do mundo» permaneça fora do território nacional.

Como anarquistas, nós não conhecemos outra fronteira que não seja a que separa os oprimidos dos seus exploradores. Não somente os seres humanos são, para nós, livres e iguais em direitos, onde quer que estejam, como ainda gostamos que estrangeiros venham à nossa casa, e fazemos questão de os acolher como hóspedes. Não aceitamos qualquer entrave à livre circulação de pessoas e a simples ideia de «quotas» para a imigração é coisa que repudiamos veementemente. Rejeitamos igualmente as políticas de Tartufo que preconizam o desenvolvimento do Sul só para que os « negros» não invadam o Norte.

Uma tal posição, que deverá ser partilhada sem hesitação por todos os internacionalistas consequentes, geram frequentemente críticas e acusações de irresponsabilidade, mais concretamente, actos de provocação da «esquerda» sindical e política. Todavia, até de um ponto de vista «razoável» a abertura das fronteiras é perfeitamente defensável (1). Assim, tendo em conta os condicionantes, examinemos os argumentos dos que se opõem à liberdade de circulação e de instalação.

O primeiro que surge, e que faz tremer as torres, é a ameaça de um «vaga migratória»: dada a diferença ente o salário médio por habitante (2) (de 1 a 50) entre a França e numerosos países de África, a abertura das fronteiras provocaria um gigantesco força de atracção que levaria todos os miseráveis do continente negro em direcção à nossa bela e opulenta pátria.

Pensar que os pobres se deslocam mecanicamente de um território para outro em função das diferenças de nível de vida é bem uma ideia ocidental. Quem pode pensar que se deixa, a não ser obrigado, da sua aldeia, da sua família, dos seus amigos, das suas canções, danças e o sol de África para vir suportar as nossas tristes cidades? Todas as pessoas aspiram, na sua
esmagadora maioria, a manter as suas condições de vida e os seus valores do seu meio natural.
Na verdade, aqueles sobre os quais a miséria caiu estão já aqui, ou a caminho, e nada os deterá. Quem os viu a escalar à mão as paredes de arame farpado em Ceuta e Melilla não duvidam. E é inútil barricarmo-nos contra o desespero; a abertura das fronteiras não aumentará o número dos querem matar a fome. Estudos estatísticos das migrações mostram que não são as populações mais pobres que emigram mais (3). Mostram também que as situações de livre circulação – entre a França e o Gabão, o Togo ou a República Centro-africana, até uma data recente, ou ainda actualmente entre os novos membros da União Europeia do Leste e os dos Oeste que lhes abriram as suas fronteiras – não provocaram fluxos migratórios, apesar das enormes diferenças de nível de vida. Provou-se sobretudo que «quanto mais as fronteiras se abrem, mais a mobilidade é de curta duração; e quanto mais elas se fecham, mais a migração de residência se torna desejável» (4). É por isso que a política restritiva transforma uma imigração que poderia ser sazonal em imigração com prazo indeterminado, bem como acaba por dissuadir a partir aqueles que gostariam de regressar ao país, mas temem não poder retornar em caso de fracasso.

A migração internacional, ponderadas todas as suas causas, refere-se a 2,5 % da população mundial (55.000 entradas por ano em França, segundo o INSEE, o mais provável será 100.000). A abertura das fronteiras, passado o breve afluxo dos que já estão às nossas portas e aguardam por entrar – e entrarão mais cedo ou mais tarde – não mudará nada.

O segundo argumento constitui um espantalho para os sindicatos: a imigração incontrolada aumentaria o desemprego e contribuiria a baixar os salários dos franceses. Ora os estudos disponíveis desmentem a correlação entre o crescimento do desemprego e o aumento dos recursos em mão-de-obra, logo o número de imigrados (5). Por um lado, os empregos mais desejados ( a função pública) estão interditos aos trabalhadors estrangeiros, os quais ocupam massivamente os que os franceses recusam. Recordemos ainda que o desemprego é indispensável ao capitalismo a fim de regular o mercado de trabalho, e os imigrados servem normalmente para serem os bodes expiatórios desse facto. Quanto ao risco de haver concorrência entre trabalhadores estrangeiros e autóctones a regra é simples: os mesmos papéis e os mesmos direitos para todos.

O terceiro argumento, o mais frequente, diz respeito ao equilíbrio dos orçamentos sociais, de saúde e o custo da imigração em geral. Mas ele faz parte do preconceito segundo o qual as populações do Terceiro Mundo sonham viver nas nossas sociedades só por causa das ajudas sociais. Para falarmos a sério, torna-se necessário recordar que a imigração é na realidade vital para as economias das sociedaes ricas – os Latinos nos Estados Unidos estão prestes a provar isso mesmo, e tal é a consequência directa da pilhagem do Sul pelo Ocidente desde a colonização. Disto isto, poder-se-ia mesmo dizer que o custo de uma verdadeira política de acolhimento e de integração não excedaria certamente os custos da política repressiva com todo o arsenal de polícias, juízes, centros de retenção e as operações de recondução às fronteiras.

Uma vez afastados os argumentos «técnicos», resta o temor, irracional e perigoso, que leva a votar pela Frente Nacional ( em França) as aldeias onde jamais um imigrante pôr lá os pés, o receio do outro, do estrangeiro, o receio de ver a dissolver-se a cultura e a «identidade nacional» numa mistura de cores, culturas e religiões. O fantasma de uma civilização superiora, branca, cristã e rica, «submergida pelas hordas dos bárbaros» encontra a sua origem histórica na queda do império romano do Ocidente. Mas tal como a maior parte das «verdades» que nos são transmitidas pelos manuais escolares, também essa é truncada. Na realidade, colonizadores romanos e autóctones «bárbaros» viveram juntos durante mais de 25 gerações no interior das fronteiras do império. E quando as povoações, vindas da Ásia, o atravessaram de uma ponta à outra, forma esses mesms «bárbaros» que se esforçaram para manter as estruturas.

Após uma investigação profunda não encontraremos nenhum exemplo na história de qualquer nação que tivesse sido dissolvida ou destruída no seguimento de uma invasão pacífica de migrantes pobres. O contrário não se pode dizer: quando os Europeus começaram a expandir-se pelo planeta, por onde eles passaram reduziram à escravatura os povos autóctones, quando não mesmo os exterminaram, como aconteceu nos Estados Unidos, na Austrália, na Nova Zelândia, só para citar alguns exemplos.

Em suma, a abertura das fronteiras não provocaria o fluxo de imigrantes suplementares nem em França nem na Europa, e evitaria inumeráveis dramas humanos. Ela não mudaria a ordem económica neo-colonislista de que se aproveitam as sociedades ocidentais e que é a primeira causa para a imigração «não escolhida», mas poderia ser um pequeno passo para a solidariedade internacional dos explorados contra o capitalismo globalizado e os seus falsos nacionalistas.

Autor do texto: François Roux

(1) Consultar o dossier »migrations et mondialisation», elaborado pela ATTAC 63
(2) Que corresponde a uma diferença de nível de vida de cerca de 1 a 20
(3) Ler Faut-il ouvrir les frontières? Catherine Withord de Wenden, Éditions de Sciences-Po, 1999.
(4) L'Europe et toutes ses migrations, sob la direction de Catherine Withord de Wenden et Anne de Tinguy, Éditions Complexe, 1995.
(5) Rapport « Immigration, emploi et chômage » , Conseil de l'emploi, des revenus et de la cohésion sociale, 1999.

Texto publicado no Le Monde Libertaire de 18 de Maio de 2006

Manifesto contra a política europeia de fronteiras, e pelo fecho dos Centros de Internamento para Estrangeiros

Contra as imputações aos detidos da Zona Franca (Barcelona) que estavam a realizar acções de protesto contra as limitações à liberdade de circular pela europa no passado dia 24 de Junho.

Desde o Outono último, as imagens de horror que estão a produzir-se como resultado do actual regime de fronteiraseuropeias não cessam de chegar à imprensa, Tv e blogs. As mortes nas valas de Ceuta e Melilla, as deportações em pleno deserto do Sahara, os naufrágios nas costas das Canárias, as negociações bilaterais para que certos países africanos aceitem as deportações de não-nacionais em troca de avultadas somas de dinheiros, a mobilização por parte da EU de patrulhas navais e aéreas para cntrolar as costas das Canárias e da África Ocidental… tudo fala-nos de uma guerra larvar que está a ser levada a efeito nas fronteiras externas da Europa contra aqueles homens e mulheres que ousam viajar para a Europa em busca de uma vida melhor.


A migração Sul-Norte, tal como a migração campo-cidade, é algo como que irreversível. Apesar disso, a União Europeia empenha-se a encará-la em termos insistentemente repressivos. Isto não acontece só nas fronteiras externas da Europa e nos países de trânsito migratório, subcontratados para a gestão do deslocamento das pessoas para a Europa, mas cada vez mais dentro das nossas cidades: os controles de identidade multiplicam-se um pouco por todo o lado, desde a saída do metro e do comboio suburbano, até às agências de viagens ou estação de correios. O objectivo não é tanto o de identificar e expulsar todos os estrangeiros extracomunitários sem licença de residência, mas principalmente manter uma grande quantidade da população num estatuto de subalternidade. Assim é que os cidadaãos migrantes extracomunitários que vivem e trabalham na UE vêem o seu estatuto legal, a sua segurança, a sua segurança, a sua liberdade de movimentos a serem submetidas à arbitrariedade típica das legislações de excepção. O medo e a incerteza impregnam as suas vidas quotidianas mas também o ambiente que respiramos dentro das nossas cidades.

Os acontecimento ocorridos no passado Sábado (24 de Junho) no Centro de Internamento para estrangeiros de Zona Franca ( em Barcelona), que se encontra em construção, são uma expressão mais da modalidade repressiva, de carácter policial-militar da actual política fronteiriça do governo Zapatero e de todos os governos da União Europeia. E são-no pelo simples desencadear dos factos: nada exemplifica melhor a arbitrariedade e denegação de direitos do regime fronteiriço europeu que os Centros de Internamento para Estrangeiros. Nestas prisões para imigrantes é retido por um prazo até 40 dias pessoas cujo único delito é existir e querer habitar, trabalhar e conviver num lugar em que não nasceram. O Centro de Internamento em construção duplica a capacidade existente, e situa-se num local isolado dos centros populacionais e de difícil acesso, tudo isso para aperfeiçoar o terror e afasta-lo das cabeças bem pensantes.

Os acontecimentos do dia 24 de Junho mostarm a orientação repressiva da política fronteiriça e constituem uma reacção policial contra quem ousam desafiar as fronteiras, e contra quem levanta a sua voz esta política, feita supostamente em nome da nossa segurança, mas que não nos representa.

A detenção de 59 pessoas que entraram no recinto do Centro em construção, juntamente com dois advogados e dois jornalistas, as acusações abusivas, o tratamento vexatório nas instalações policiais, o prolongamento da detenção durante mais de 48 horas como resposta a uma acção pacífica, não podem senão suscotar a mais viva indignação e contestação.

Por isso os baixo-assinados, em solidariedade com todos aqueles que imigram para a Europa e se encontam em condições humilhantes, numa situação de subalternidade e sofrendo na pele os ataques que lhes são desferidos, assim como em solidarieade com a centena de homens e mulheres que, vindo de toda a Europa, realizaram no Sábado passado (24 de Junho) uma acção pacífica para chamar a atenção para a construção de mais um centro de internamento, antes da sua inauguração, publicitando assim o movimento contra os Centros de Internamento Europeus , exigimos:

– a retirada de todos as acusações contra todos os detidos;

– a declaração de Barcelona como ciudade livre de Centros de Internamento para Estrangeiros;

– a regularização incondicional de todos os imigrantes na Europa; – o fim da política de fronteiras policial-militar.

http://communia.org/caravana/reply/reply.php?loc=0

Activistas pró-Tibet protestam contra o novo comboio Pequim-Lhasa





Activistas que defendem a independência do Tibet escalaram a fachada da Estação de Ferrovias do Oeste de Pequim, onde afixaram um cartaz em protesto contra o novo tcomboio para Lhasa (capital tibetana), segundo um comunicado da organização Free Tibet Campaign.

O cartaz tinha a frase "Comboio chinês para o Tibet, um projecto para destruir", em referência à linha de caminho de ferro que foi inaugurada dia 1 de Julho. Três mulheres que participaram nos protestos, uma britânica, uma americana e uma canadiana, foram detidas pouco depois.

"Os tibetanos temem que o Governo chinês use o caminho de ferro para aumentar a sua colonização, transferindo um maior número de colonos chineses e militares, e ao mesmo tempo explorando os grandes recursos naturais da região", diz o comunicado enviado à imprensa.

"Continuaremos com acções para defender a cultura tibetana, e os protestos de hoje são só uma amostra do que a China pode esperar à medida que se aproximam os Jogos Olímpicos de Pequim", afirmou o director da organização Estudantes por um Tibet Livre, Lhadon Tethong.

A China responde que a linha de caminhos de ferro será boa para a economia tibetana, especialmente para o turismo, criará novos postos de trabalho e não causará danos ambientais. A oposição tibetana anunciou protestos em todo o mundo. Grupos tibetanos em Londres, Ottawa, Nova York e Paris convocaram protestos com o lema "rejeite o comboio". Em Dharamsala (norte de Índia), lugar do exílio do Dalai Lama, os tibetanos fecharão os seus estabelecimentos e usarão braceletes negros. Em Londres, a Free Tibet Campaign pediu um "boicote turístico" à nova ferrovia.


Apresentado pela China como um exemplo da sua avançada tecnologia, o projecto foi criticado pelos ecologistas, que consideram que as reservas naturais do planalto tibetano vão ser contaminadas com a passagem do comboio.


Também o Dalai Lama, exilado no estrangeiro, acusou Pequim de ter const ruído a linha-férrea para aumentar a chegada de "colonos" chineses ao Tibete, co ntribuindo para a progressiva perda de cultura e identidade do povo tibetano



O primeiro comboio de passageiros que chegará ao planalto do Tibete partiu da remota cidade de Golmud, na província vizinha de Qinghai com destino à capital tibetana, Lhasa, no passado dia 1 de Julho.
O comboio, cuja locomotora foi construída pela empresa chino-canadiana Bombardier Sifang, começou a percorrer a via-férrea mais alta do mundo às 11:00 locais, levando 600 passageiros.
Antes decorreu uma cerimónia de inauguração com a presença do President e chinês, Hu Jintao, o vice-primeiro-ministro Zeng Peiyan e o ministro dos Camin hos-de-ferro, Liu Zhijun.
À mesma hora partiu outro comboio de Lhasa, com destino a Lanzhou (capi tal de Gansu, noroeste), com mais de 600 passageiros a bordo.
Hu Jintao, que foi secretário-geral do Partido Comunista no Tibete em f inais dos anos 80 e princípios de 90, destacou que a nova linha de caminho de fe rro é mais "um magnífico objectivo" que a China conseguiu com o "impulso de modernização socialista".
De Golmud, o comboio demorará cerca de oito horas a chegar ao limite da província de Qinghai e começo da região autónoma do Tibete, nos montes Tanggula , passando pelo local mais alto jamais alcançado por uma linha de comboio, a 5.0 72 metros.
O comboio, apresentado pelo governo como um projecto chave para tirar o Tibete do subdesenvolvimento e isolamento, foi construído em duas fases: a primeira entre 1956 e 1984, na qual participaram soldados do exército, e a segunda entre Junho de 2001 e Outubro de 2005.


Students For A Free Tibet


Free Tibet Campaign

1.7.06

A Contra-História da Filosofia, de M. Onfray



Já se encontram editados em francês os dois dos primeiros volumes da monumental obra de Michel Onfray, «Contra-História da Filosofia», que, quando completa, deverá contar com os seis volumes previstos.
(nota: a tradução para português já foi contratualizada com a editora brasileira Martins Fontes)

O sumário do 1º Volume, dedicado às Sabedorias Antigas, contém os seguintes capítulos:

1. Leucippe et "la joie authentique"

2. Démocrite et "le plaisir pris à soi-même"

3. Hipparque et "la vie la plus plaisante"

4. Anaxarque et sa "nature éprise de jouissance"

5. Antiphon et "l'art d'échapper à l'affliction"

6. Aristippe et "la volupté qui chatouille"

7. Diogène et "jouir du plaisir des philosophes"

8. Philèbe et "la vie heureuse"

9. Eudoxe et "l'objet de désir pour tous"

10. Prodicos et "la félicité"

11. Epicure et "le plaisir suprême"

12. Philodème de Gadara et la communauté hédoniste

13. Lucrèce et "la volupté divine"

14. Diogène d'Oenanda et "la joie de notre nature"


O 2º volume, intitulado «O Cristianismo hedonista», tem o seguinte sumário:

1. Simon le magicien et "la grâce"

2. Basilide et "la débauche"

3. Valentin et "les semences d'élection"

4. Carpocrate et "l'amour"

5. Épiphane et "le désir impétueux"

6. Erinthe et "la satisfaction du ventre"

7. Marc et "les femmes élégantes"

8. Nicolas et "la vie sans retenue"

9. Amaury de Bène et "la sanctification de la vie courante"

10. Willem Cornelisz d'Anvers et "le péché contre nature"

11. Bentivenga de Gubbio et "l'occupation infâme"

12. Walter de Hollande et "la liberté suprême"

13. Jean de Brno et "le nihilisme intégral"

14. Heilwige de Bratislava et "l'esprit subtil"

15. Johannes Hartmann d'Amtmansett et 'la vraie béatitude"

16. Willem van Hilderwissem de Malines et "le plaisir du paradis"

17. Éloi de Pruystinck et "la manière épicurienne"

18.Quintin Thierry et "la liberté de la chair"

19. Lorenzo Valla et "la volupté"

20. Marsile Ficin et "les voluptés contemplatives"

21. Érasme et "le plaisir honnête"

22. Montaigne et "l'usage des plaisirs"


Na apresentação à obra, o editor escreve o seguinte:

Nesta «Contra-Historia da Filosofia», Michel Onfray propõe-se examinar em seis volumes 25 séculos da filosofia esquecida. Os manuais, as histórias, as enciclopédias, os trabalhos universitários evitam cautelosamente esse imenso continente da filosofia. É por isso que só conhecemos as figuras mais austeras e as menos interessantes da filosofia. Porque será?
Porque a história da filosofia é escrita pelos vencedores de um combate que, em geral, opõe os idealistas e os materialistas. Basta lembrar que com o cristianismo aqueles tomam o poder que vão manter ao longo dos últimos vinte cinco anos. Desde então, favorecem todos os pensadores que trabalham segundo as suas tendências e apagam conscientemente todos os traços de uma filosofia alternativa. Daí a ocultação dos materialistas, dos cínicos, dos epicuristas, dos gnósticos licenciosos, dos irmãos e das irmãs do Livre Espírito, dos libertinos barrocos, dos ultras iluministas, dos utilitaristas anglo-saxões, dos socialistas dionisíacos, dos nietzcheanos de esquerda e de outros tantos continentes povoados por personagens furiosas. Esta Contra-História conta a sua aventura.
E qual é o ponto comum de todos estes indivíduos? Nada mais que o gosto por uma sabedoria prática., de um vocabulário claro, de uma exposição límpida, de uma teoria que visa produzir uma vida filosófica. À maneira dos sábios antigos, todos eles voltam as costas à linguagem hermética e obscura; á filosofia só para os filósofos, às discussões de especialistas, aos assuntos próprios de profissionais, e fazem-no porque pretendem fazer da filosofia uma arte de viver – de viver bem, isto é, de viver melhor.
Os seis volumes previstos abrangem os sete anos de trabalho desenvolvido por Michel Onfray à frente do seminário de filosofia hedonista realizado na Universidade Popular de Caen ( no Norte da França). Todos estes textos servem de base de apoio às suas exposições improvisadas nas sessões realizadas por ele em cada 3ª feira à noite e que frequentadas em geral por umas quinhentas pessoas.

Reproduzimos as primeiras linhas do 2º tomo dedicado ao cristianismo hedonista:

A invenção de Jesus, a construção violenta e autoritária do cristianismo que se veio a tornar na religião de todo o Império graças ao golpe de Estado realizado por Constantino, o vandalismo voluntário da soldadesca às suas ordens, a destruição dos homens, o incêndio das bibliotecas, a perseguição dos filósofos, o encerramento das suas escolas, a inscrição no corpo jurídico – Códigos de Teodósio e de Justiniano – do estatuto de extraterritorialidade cidadã dos pagãos, o alastramento cultural e planetário da nevrose de S. Paulo, o triunfo do paulinismo – ódio às mulheres, ao corpo, à carne, aos desejos, aos prazeres, às paixões, à ciência, à inteligência, à filosofia – a conversão dos antigos perseguidos em perseguidores, tudo isso produziu uma sanha na História que excluiu dos séculos seguintes, incluindo o actual, de uma considerável acervo de informações sobre esse período histórico.
O mundo antigo afunda-se. Desaparece, morre, e com ele, a filosofia pagã, de que uma grande parte não consegue atravessar os séculos seguintes por razões que não procedem todas da vontade deliberada dos homens de não deixar rasto do património dos antigos gregos e romanos. Com certeza que os homens queimaram bibliotecas, incendiaram-nas, pilharam-nas, assassinaram os seus semelhantes, muitos deles gente das letras, mas o tempo também apaga os traços de uma civilização que se tornou um imenso campo de ruínas.

Compreende-se bem demais que o desaparecimento dos livros dos filósofos materialistas abderitanos – os seiscentos títulos de Demócrito … -, que as obras dos cínicos e dos epicuristas, que os abundantes volumes – trezentos, segundo consta – de Epicuro ou dos seus discípulos tenham sido uma das prioridades. Os copistas cristãos tinham outras prioridades mais importantes do que salvar livros subversivos. O platonismo e o estoicismo, reivindicados por vezes pelos Padres da Igreja como sabedorias propedêuticas ao cristianismo, dispunham de claras vantagens sobre as ideias que se mostravam inimigas ao ideal ascético católico.

Mais a mais o livro antigo é uma espécie de acessório numa época em que primam a oralidade e a transmissão oral. A palavra evanescente que não seja consignada pelos escribas ou pelos copistas acaba por desaparecer para sempre. Foi o que aconteceu com o ensino oral de Platão, provavelmente muito diferente do ensino dos seus textos que ainda persistem. A oralidade foi, pois, um obstáculo de monta. A que se deve juntar os obstáculos ligados aos seus suportes materiais como o papiro de origem egípcia, incapaz de aguentar a hidrometria, os climas e as estações de Roma. Tornaram-se em poeira, e com eles, aquilo que, por via deles, era transmitido. Até porque o número de exemplares de uma edição inicial não ultrapassava a trintena…

Recensão crítica de Robert Maggiori, publicada no Liberation (de 9/3/2006):

É preciso dizê-lo claramente: não se conhece lá muito bem Heilwige de Bratislava, Bentivenga de Gubbio, Eloy de Pruystinck, Willem van Hildervissem de Malines. Ignoramos também completamente quem seja Cérinthe. E nem sequer sabíamos que Carpocrate era o pai de Epífanes. Mas, desde que queiramos, a ignorância tem sempre remédio. Nada impede a qualquer um de visitar as bibliotecas, e tornar-se num especialista de Filodemo de Gadara, e interessar-se por Jean de Brno. Da mesma maneira que um explorador de ouro tem de remexer toneladas de pedras e calhaus antes de encontrar uma minúscula pepita, também se deve começar por folhear toda a biblioteca antes de encontrar qualquer fragmento de, ou sobre, algum daqueles pensadores…
Falámos disto porque uma Contra-História da Filosofia, mais concretamente os dois primeiros volumes ( vol 1, As Sabedorias Antigas; vol. 2, O Cristianismo Hedonista) de um conjunto previsto de seis, acabou de ser editada.
Não será difícil de prever que, tal como o seu anterior Tratado de Ateologia, esta obra trará ao seu autor, Michel Onfray, o mesmo ódio daqueles que já anteriormente se tinham manifestado contra os autores que ele defende. O que é perfeitamente legítimo, senão mesmo necessário. Não há dúvidas que «a historiografia releva da arte de guerra» e que o modo por que se faz a história resulta das relações de força, das estratégias, das fraquezas, dos calculismos, dos confrontos reais ou simbólicos ou, como disse Marx, que as ideias dominantes de uma época sejam aquelas pelas quais a classe dominante justifica a sua dominação. Por outras palavras, a história sempre foi escrita pelos vencedores. Donde a absoluta necessidade de uma «contra-história» que venha a recuperar os restos dos discursos dos vencidos, dos excluídos, dos dominados, dos minoritários, dos esquecidos. Foi s esta exigência, política e moral, que esteve, aliás, na origem da renovação da historiografia contemporânea, ao integrar a história das mulheres, a história da homossexualidade, a história da loucura, a história dos internamentos, a história dos colonizados, dos operários, dos camponeses…E é perfeitamente legítimo que Michel Onfray queira olhar os «estilhaços» acumulados sob o peso das estátuas monumentais de Platão, Descartes e Kant, assim como faça por difundir as vozes dos cristãos heréticos, silenciadas pelas de Santo Agostinho, S.Tomás de Aquino, e que ao lado da corrente dominante de Pitágoras, Parménides, Platão, Marco Aurélio ou Séneca, ele queira ver o trajecto de Leucipo, Demócrito, Diógenes, Epicuro ou Lucrécio, ou que proteste contra a relativa desvalorização de Erasmos e de Montaigne, ou ainda tente responder à interrogação «que pode o corpo?», quando aborda Spinoza, Nietzche ou Deleuze, diferentemente dos que maldosamente os desconhecem. Ou seja, que a uma filosofia idealista, espiritualista, ascética, ele prefira uma filosofia «materialista, sensualista, existencial, utilitarista, pragmática, ateia, corporal, incarnada…». Mas algumas questões permanecem…
Michel Onfrauytraça uma galeria de retratos intelectuais, legíveis por todos, na qual são referidos, para além de Demócrito, Diógenes o cínico, Lucrécio, os filósofos que têm sido frequentemente marginalizados… A galeria apresentada no segundo volume, acerca do Cristianismo hedonista, é ainda mais espantosa…

Mais info:
http://perso.orange.fr/michel.onfray/accueilonfray.htm

Colectivo das Mulheres por um Portugal sem futebol lança protesto contra o Mundial da Alemanha

Protesto contra o Mundial de Futebol da Alemanha


Os homens encontram-se profundamente perturbados, doentes mesmo.
Os homens ignoram-nos
Os homens estão mentalmente ausentes
Os homens pensam e falam mais em Ronaldo que nas mulheres
Os homens estão obcecados com a bola
Os homens dão ares que sabem tudo de futebol


As nossas noites são substituídas por uma gritaria sem sentido acerca de 22 homens e uma bola que não têm outro objectivo que andar de um lado para outro à força de pontapés e cabeçadas. E perguntámos nós: será isto que nos distingue dos restantes animais?

O colectivo «Mulheres por um Portugal sem futebol» pretende contribuir para acabar com este estado de coisas, que mostra cada vez mais a sua insensatez.
Esta declaração é apenas um primeiro passo da nossa campanha contra o futebol.


Há que acabar com esta paranóia, já!
Já basta o que sofremos com os campeonatos nacionais.
Chegou-se, agora, a um extremo que é completamente intolerável.
É a hora de sairmos em protesto e que nos escutem.

Este colectivo representa apenas as mulheres que ousam e têm coragem de protestar.
O colectivo visa reunir todas as mulheres que aspiram a mais respeito por parte do seu parceiro.
O colectivo luta pelos direitos das mulheres que sofrem por causa desta paranóia colectiva do futebol que atingiu e contamina a população masculina, mas que, infelizmente, já começa a alastrar-se a outras mulheres, que se mostram indefesas face à agressividade e violência do vírus pestífero.

A luta é longa e difícil, sabemos bem. Mas não desistiremos.
Não estamos sós, e temos a razão pelo nosso lado.

Nunca estaremos fora do jogo.

Apenas reivindicamos que os homens se esqueçam das bolas, e passem a jogar connosco.

De uma vez por todas: Não à paranóia do futebol-espectáculo


As nossas regras de jogo são:

1 – Nunca mais mundiais de futebol

2 – Nunca estaremos fora de jogo

3 – Por cada hora de futebol na Tv reivindicamos dois dias de curtição

4 – O colectivo está disposto a fazer tudo o que for necessário, desde manifestações, recolha de assinaturas e acções directas

5 – Cada golo será recompensado por uma semana de sonho

6 – Não permitiremos a entrada em casa dos escabrosos jornais desportivos atulhados de intrigas de bastidores e banalidades ocas que só estupificam os nossos homens

7 – A cada jogo no café reivindicamos o direito a um sóbrio e delicioso pequeno-almoço na cama

8 - Todos os aparelhos de televisão deveriam vir com a advertência que a televisão prejudica gravemente a saúde mental do tele-espectador e perturba irremediavelmente a vida do casal

9 - Depois de cada jogo de futebol todos os seus assistentes deveriam fazer uma corridinha para desenferrujar as pernas

10 – Os comandos à distância deveriam ser sempre partilhados e objecto de debate prévio, e deixarem de estar à mercê da publicidade e da propaganda mais intrusiva, enfim, da ditadura da programação por parte dos canais de televisão que tudo fazem para se instalarem dentro das nossas casas e... das nossas cabeças!!!


Colectivo das Mulheres por um Portugal sem futebol:
Ana, Cristina, Ema, Graça, Luísa, Maria, Paula, Sara, Sílvia, Tânia