8.6.06

Prémio Tuvalu vai para Durão Barroso por andar diariamente em plena cidade de Bruxelas … numa viatura de todo-o-terreno !!!


Cada ano um júri composto por activistas de três associações ecologistas internacionais - «Agir pour l’environnement», «Action Climat», «Transport & Environnment» - escolhe o premiado do chamado «prémio Tuvalu do desregramento climático», designação essa que tem origem no nome da ilha do oceano Pacífico ameaçada pela subida do nível das águas como consequência do aquecimento do planeta. Trata-se obviamente de um anti-prémio pois que visa justamente denunciar a acção de um actor, político ou económico, que se tenha mostrado incapaz de agir a favor da luta contra o desregramento climático.

Para este ano a escolha do júri recaiu sobre Durão Barroso, presidente da Comissão europeia pelo facto do dito cujo, sobejamente conhecido pelos portugueses, se deslocar diariamente dentro da cidade de Bruxelas com a sua viatura pessoal que é, nada mais nada menos, uma viatura 4x4 de todo-o-terreno (!!!), que gasta mais de 13.2 litros aos 100Km em circulação urbana e que produz, pelo menos, 265g de CO2/km percorrido ( sem contar a climatização), ou seja, mais de 60 toneladas de CO2 ao longo da sua vida útil.

Curiosamente é o próprio presidente da comissão europeia que acaba de lançar, pessoalmente, esta semana uma campanha europeia no sentido de sensibilizar os cidadãos para o problema do aquecimento planetário que, pelos vistos, não se aplica à sua pessoa, uma vez que ao circular, em plena cidade de Bruxelas, num modelo como o Volkswagen Touareg, Durão Barroso está, com o seu mini-camião, a emitir no mínimo 265g de CO2/km, isto é, duas vezes mais que o objectivo fixado pela Comissão Europeia no quadro do acordo voluntário dito ACEA.

Recorde-se que este acordo assinado entre a comissão europeia e os construtores de automóveis estipula que em 2008 os novos carros lançados no mercado deveriam produzir dióxido de carbono até ao limite de 120 gramas…Os jurados fustigam duramente Durão Barroso por este se mostrar inconsequente face à campanha de sensibilização contra o aquecimento global, promovida pela própria comissão, e o seu comportamento constituir um péssimo exemplo para todos os cidadãos europeus no que respeita às atitudes e condutas individuais a tomar a fim de lutar contra o aquecimento global do planeta