15.5.06

«Robin dos bosques» alemães dão aos pobres o gosto da vida boa dos ricos


Um grupo de militantes anti-capitalistas na Alemanha tem-se fantasiado de super-heróis para roubar estabelecimentos de luxo e super-mercados, entregando depois os bens roubados a desempregados e pessoas carenciadas.

Um grupo de ladrões anarquistas ao estilo de Robin Hood, que se vestem como super heróis e roubam comida cara de confeitarias e restaurantes finos e selectivos para dá-la aos pobres, está a ser procurado pela polícia na cidade alemã de Hamburgo.

Os membros do grupo gostam de deixar uma certa dose de humor nas suas incursões, que contam com números absolutos e a confusão causada pela sua presença. Depois de saquear filets Kobe, champanhe e salmão defumado de uma loja gourmet na exclusiva Elbastrasse, eles deixaram no caixa um bouquet de flores antes da fuga.

O último roubo seguiu o padrão que vem sendo seguido nos últimos meses, sugerindo que os ladrões querem deliberadamente realçar o que entendem como desigualdade inerente à sociedade alemã.

No entanto, as autoridades não concordam com isso. Bodo Franz, porta-voz da polícia, disse: "Eles vão-se embora achando que são como Robin Hood. Há cerca de 30 pessoas no grupo. Mas seja lá quais forem seus motivos, eles são ladrões, pura e simplesmente".

Carsten Sievers, gerente do supermercado de luxo na abastada área de Blankenese em Hamburgo, viu recentemente os ladrões fugindo cheios de comidas caras, inclusive os filets Kobe, que, a mais de 100 libras o quilo, estão sempre na sua ilícita lista de compras.

Noutro ataque recente, o gang encheu sacos com o conteúdo de uma extensa mesa de buffet de um restaurante top de linha enquanto um deles dizia: "Os tempos da gordura acabaram" – alusão a um filme de sucesso da Alemanha.

Através de declarações na Internet, o grupo chegou a ponto de dizer que o seu prémio é distribuído aos beneficiários de Hartz IV – os mais pobres, desempregados há mais tempo na Alemanha. O benefício foi concedido depois que o desonrado director de recursos humanos da Volkswagen, Peter Hartz, que, antes de perder o seu emprego na montadora por causa de um escândalo, tramou um novo sistema de verificação de renda que é odiado e ridicularizado pelos mais pobres.

Quando o grupo roubou uma loja gourmet em Abril – desencadeando uma forte investigação policial que custa 20.000 libras provenientes de taxas pagas pelos contribuintes sem que prisão alguma acontecesse –, eles deixaram uma nota dizendo: "Sem as habilidades dos super heróis para ajudá-los, seria impossível às pessoas comuns sobreviverem numa cidade de milionários".

A polícia diz que está a concentrar suas investigações num colectivo de anarquistas e agitadores chamado "Hamburg in Vain", que eles acreditam que os super heróis pertencem, apesar de admitirem que há uma certa ostentação de habilidade em relação aos roubos.

O gang também está por trás do mercado negro de ingressos de cinema que são distribuídos gratuitamente aos pobres e imprimiu também panfletos para passageiros sobre como enganar os cobradores de autocarros e metro

O Sr. Franz disse: "Eles tentam tornar o crime engraçado, mas têm motivação política".

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