30.4.06

Eco-teologia ( Leonardo Boff)


«A mesma lógica que leva a explorar as pessoas, as classes, os países, é também a que leva a explorar a natureza».

«A mesma lógica que leva a explorar as pessoas, as classes, os países, é também a que leva a explorar a natureza». É o que diz o teólogo Leonardo Boff (n. Concórdia, Brasil, 1938) que deu ontem em Madrid uma conferência no fim de uma intensa semana de seminários e encontros realizados em vários fóruns. De manhã interveio na Universidad Carlos III a propósito da Biodiversidade e do futuro da terra, e às 8 horas da tarde já se encontrava na Casa da América a reflectir sobre a actualidade da teologia da libertação. Em ambas as iniciativas a apresentação esteve a cargo do também teólogo Juan José Tamayo.
Pioneiro da teologia da libertação e também a sua figura mais conhecida, Leonardo Boff doutorou-se em 1970 em Teologia e Filosofia pela Universidade de Munique (Alemanha), onde publicou, de resto, o seuprimeiro livro, aos 26 anos, apadrinhado e financiado pelo cardeal Joseph Ratzinger, hoje Papa Benedicto XVI. Quinze anos depois foi sujeito a um processo que lhe foi movido pela Congregação para a Doutrina da Fé ( ex-Santo Ofício da Inquisição), a que presidia o próprio Ratzinger, e no fim do qual foi remetido ao silêncio por decisão dos inquisidores. Alguns anos mais tarde Leonardo Boff viria a abandonar a Ordem dos Frades Menores ( franciscanos), continuando a exercer, no entanto, o cargo de professor de Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade do Estado de rio de Janeiro. É autor de 72 livros em áreas como a Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística, muitos deles traduzidos em diversas línguas.
Após a publicação da sua obra «Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres», Leonardo Boff tornou-se um símbolo da chamada Ecoteologia da libertação.
Ontem, no decurso de uma das suas Conferências, Boff declarou:
«Temos que nos convencer que a Terra é Gaia, isto é, tem um comportamento típico dos seres vivos. Somos mais filhos e filhas da Terra. A nossa singularidade é a de ser os cuidadores da Terra, os jardineiros do Éden terreno, e não o Satã da Terra.»

Fonte: El País
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