Ao contrário da tendência europeia, o desemprego em Portugal continua a crescer, pelo menos até 2007. Dados do Instituto Nacional de Estatística revelam uma subida de meio ponto percentual face ao segundo trimestre, situando-se nos 7,7 por cento. O que significa que o desemprego evoluiu, de Julho a Setembro, ao ritmo médio de 330 novos desempregados por dia.
"Prevê-se que a UE crie seis milhões de novos postos de trabalho entre 2005 e 2007." A perspectiva, radiosa, consta das previsões de Outono da Comissão Europeia e estriba-se na expectativa de um bom comportamento económico do espaço comunitário, que espera crescer 1,5 por cento este ano, 2,1 por cento em 2006 e 2,4 por cento em 2007.
Postas as coisas neste pé, Portugal parece fazer parte de outro universo. O desemprego está a crescer "sustentadamente" desde 2002 e, pelo menos até 2007, deverá subir ainda mais, ao arrepio da tendência europeia. A taxa do terceiro trimestre deste ano (2005) divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) deu um salto de meio ponto percentual face ao segundo trimestre, situando-se nos 7,7 por cento, a que corresponderão cerca de 430 mil desempregados, o que significa que o desemprego evoluiu, de Julho a Setembro, ao ritmo médio de 330 novos desempregados por dia (o chamado "desemprego registado", que contempla as inscrições nos centros de emprego do continente e regiões autónomas, ascendia em 31 de Outubro a 484.730 indivíduos.
Também nas previsões de crescimento, a economia portuguesa contraria a UE, devendo continuar até 2007 a crescer abaixo da média europeia, perfazendo um total de seis anos de empobrecimento face aos parceiros da União. Enfim, Portugal deixou, decididamente, de ser o "bom aluno" dos anos noventa, com a economia a crescer acima da média europeia e com baixas taxas de desemprego, para se constituir, no novo século, como o "patinho feio" e um dos fardos com que a União tem de carregar.