Como construir os indicadores do desenvolvimento sustentável
(Nota: um indicador é uma variável que serve para dar conta de uma realidade.
Já um índice faz a síntese de vários indicadores)
Uma política de desenvolvimento sustentável não pode fazer-se sem indicadores.
Ora para os autores da Agenda 21 – o programa que resultou da Conferência do Rio de 1992 – os indicadores existentes ( Produto Nacional Bruto, Produto Interno Bruto, etc) são incapazes de avaliar a sustentabilidade de uma política de desenvolvimento. Na continuação dos indicadores sociais que irromperam no domínio das políticas públicas em meados dos anos 60, a procura de indicadores de desenvolvimento regressou em força nos últimos tempos.
Entre as tentativas visando superar ou, pelo menos, completar o PIB, existe uma com certo sucesso. É o índice de desenvolvimento humano (IDH) proposto pelo Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD). As outras ficaram entre os iniciados e ainda não encontraram legitimidade para um eventual uso.
Quais são esses indicadores?
IDH (índice do Desenvolvimento Humano) combina 3 indicadores de base: a esperança de vida à nascença, o rendimento e o nível de educação
Índice de bem-estar económico sustentável (índex of sustainable economic welfare, Isew) é um índice monetário que corrige o PIB tendo em conta as contribuições negativas ( custos sociais e ambientais ligados às desigualdades de rendimentos, à poluição, aos ruídos sonoros, às perdas nos ecossistemas naturais; à diminuição dos recursos não-renováveis; à erosão da camada de ozono, etc) e positivas ( trabalho doméstico e despesas públicas de educação e de saúde)
Indicador do progresso real (genuine progress indicator, GPI) derivado do Isew, mas ao qual junta as contribuições positivas dos beneméritos, dos bens de consumo sustentáveis e das infraestruturas de transportes, e que subtrai os custos suplementares como os das fracturas familiares, do desemprego, e perda dos tempos livres, etc
Indicador do bem-estar económico e social de Lars Osberg e Andrew Sharpe que consiste numa média ponderada de 4 indicadores sintéticos sobre os fluxos de consumo, as riquezas (económico, humano e ambiental), as desigualdades e a insegurança económica
Índice de bem-estar humano (human weel-being índex, HWI), proposto pelo economista Robert Prescott_Allen, composto de indicadores relativos à saúde e à vida familiar (estabilidade da família), ao rendimento e grau de satisfação das necessidades de base, à economia, ao nível de educação e meios de comunicação, direitos políticos e cívicos, paz ou conflito armado, criminalidade e equidade
Cada um destes indicadores combina 4 tipos de abordagem: o primeiro consiste em dar uma parte variável aos 3 pilares do desenvolvimento sustentável ( o económico, o social e o ambiental), o segundo diz respeito aos recurso e a sua duração; o terceiro é centrado sobre o humano, e reflecte o bem estar; o quarto define as normas e os procedimentos que permitem avaliar toda acção social a respeito do desenvolvimento sustentável.