11.10.10

NATO para quê? – Conferência no ISCTE em Lisboa (6 e 17 de Outubro)



NATO: urgência em debater

Nos próximos dias 19 e 20 de Novembro Lisboa vai receber uma cimeira da NATO. Importante, sem dúvida, mais ainda, desde que está confirmada a visita do presidente dos EUA, Barack Obama, à capital portuguesa. Entretanto, e para lá das câmaras, dos holofotes e do tapete vermelho, para lá do impacte mediático, o que está em causa é um novo conceito estratégico de alargamento do espaço de actuação da Aliança Atlântica a todo o planeta.

É esta a situação perigosa que vai ser definida em Novembro. E é por causa dela que a CULTRA e a rede europeia Transform! organizam em conjunto um encontro a 16 e 17 de Outubro no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) uma série de conferências intitulada «NATO PARA QUÊ?». A iniciativa tem o apoio do International Coordinating Commitee No to War No to NATO (ICCNWNN).


Durante estes dois dias a história da Aliança Atlântica criada no pós-Guerra, a sua actuação e os seus palcos – do Irão ao Iraque, dos Balcãs à Palestina ao Afeganistão – serão debatidos por especialistas, portugueses e estrangeiros de diversas áreas: jornalistas, historiadores, deputados, sociólogos, activistas. Walter Baier, coordenador da rede europeia Transform! e Gilbert Achcar, escritor, activista e especialista em questões internacionais são algumas das presenças a registar.
Um dos pontos altos será, certamente, a presença e o testemunho de Mariam Rawi – é esse o seu nome «oficial» - militante da Associação Revolucionária das Mulheres Afegãs (RAWA). Esta voz do Afeganistão irá falar da sua experiência pessoal, da situação da população e das mulheres, em particular, antes e depois do regime talibã, no seu país, e do papel da NATO, na vida política local mas também no quotidiano popular daquele país árido e montanhoso: o Afeganistão, que, pelas razões mais duras, há vários anos continua a encher páginas de jornais e noticiários (onde, muitas vezes, se oculta o carácter agressivo e dominador da presença da NATO).

A política portuguesa, desde a Guerra Colonial ao contexto presente também vai ser tema de debate. Nesta série de debates mais geral. E urgente.

Às 18 e 30 de sábado, dia 16, haverá, ainda, um momento cultural: Sylvie Rocha, João Meireles e Jorge Silva Melo, dos Artistas Unidos, irão ler textos de Fiama Hasse Pais Brandão, Boris Vian (numa tradução de Nuno Júdice), Jorge de Sena, Fernando Assis Pacheco, Harold Pinter e Paul Éluard (com tradução de Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade).


NATO PARA QUÊ?
ISCTE (Edifício II)ISCTE Edifício II - série de conferências

16 DE OUTUBRO

10h- Portugal e a NATO (da Guerra Colonial ao Afeganistão)
João Paulo Guerra (jornalista)
Manuel Loff (historiador, FL - Universidade do Porto)
10h - As prioridades da política externa portuguesa e o papel das intervenções militares
Fernando Rosas (deputado e historiador, IHC - Universidade Nova de Lisboa)
Teresa Cravo (investigadora, CES - Universidade de Coimbra)
11h30 - Os primórdios: a NATO nos Balcãs
Carlos Santos Pereira (jornalista)
11h30 - Irão: a próxima guerra da NATO?
Miguel Portas (deputado europeu)
Walter Baier (Transform!)
13h - ALMOÇO
14h30 - A NATO e o(s) novo(s) conceitos estratégicos
José Manuel Pureza (deputado e professor, CES - Universidade de Coimbra)
16h30 - O imperialismo depois da Guerra Fria
Gilbert Achcar (professor, Universidade de Londres)

17 DE OUTUBRO

10h - A política externa de Obama: a guerra sem fim
Sandra Monteiro (directora do Le Monde Diplomatique, ed. portuguesa)
Mário Tomé (coronel na reserva)
10h - A guerra do Afeganistão e o conflito geoestratégico na Ásia Central
Luís Leiria (jornalista)
Reiner Braun (ICCNWNN)
11h30 - Palestina
José Goulão (jornalista)
Alan Stoleroff (sociólogo, ISCTE)
11h30 - Iraque: da mentira ao impasse
Jorge Costa (jornalista)
Arielle Dennis (ICCNWNN)
13h - ALMOÇO
14h30 - Sessão de encerramento: há vida fora da NATO?
Francisco Louçã (deputado e professor, ISEG - Lisboa)
Mariam Rawi (militante da RAWA - Associação Revolucionária das Mulheres Afegãs)