Os resultados dos cinco maiores bancos a operar em Portugal são elucidativos de que a crise não é para todos. Nos três primeiros meses do ano de 2009, ano marcado pela maior crise económica dos últimos 35 anos, cinco instituições bancárias tiveram lucros de 533,35 milhões de euros, qualquer coisa como 5,9 milhões de euros/dia.
A CRISE E OS MILHÕES
SECTOR FINANCEIRO
Os resultados dos cinco maiores bancos a operar em Portugal são elucidativos de que a crise não é para todos. Nos três primeiros meses do ano de 2009, ano marcado pela maior crise económica dos últimos 35 anos, cinco instituições bancárias tiveram lucros de 533,35 milhões de euros, qualquer coisa como 5,9 milhões de euros/dia.
A CRISE E OS MILHÕES
SECTOR FINANCEIRO
Os resultados dos cinco maiores bancos a operar em Portugal são elucidativos de que a crise não é para todos. Nos três primeiros meses do ano de 2009, ano marcado pela maior crise económica dos últimos 35 anos, cinco instituições bancárias tiveram lucros de 533,35 milhões de euros, qualquer coisa como 5,9 milhões de euros/dia.
Resultados Líquidos
1º trimestre de 2009 Milhões de Euros
BES - 110,6
BCP - 106,6
BPI - 50,1
SANTANDER TOTTA - 141,8
CGD - 124,2
Total- 533,35
Fonte: Relatórios e Contas dos Grupos
Aos lucros alcançados no 1º trimestre de 2009, devemos juntar 9.260,1 milhões de euros que estes grupos financeiros acumularam ao longo da governação PS/Sócrates, ou seja, desde 2005.
O papel essencial que o sistema financeiro desempenha em qualquer economia, aquele que resulta da sua função de canalizar poupança para o investimento no sistema produtivo, está completamente subvertido.
Os milhões de lucros apresentados pelos maiores grupos do sector financeiro só são possíveis, no actual cenário de crise e falta de crédito para generalidade dos agentes económicos, devido às opções e às prioridades destas instituições, sendo conseguidos à custa dos portugueses através do aumento do preço dos serviços, como fica demonstrado nas margens impostas nos créditos à habitação ou ao investimento e ao apoio à actividade produtiva. A CGD, banco de capitais públicos, para além de não praticar qualquer discriminação positiva para os seus clientes no âmbito do acesso e condições de crédito, adopta para com outras instituições financeiras o papel de salvaguarda e garante da estabilidade financeira destes. Tal facto comprova que, por um lado que havendo vontade política a CGD pode desempenhar um papel activo, mas que tal vontade política mais uma vez se manifesta no sentido da protecção dos interesses do grande capital e não na maioria dos portugueses e do interesse nacional
Como a CGTP-IN já propôs, é necessário criar um regime de crédito bonificado à habitação dirigido para apoiar as famílias de menos rendimentos, sem prejuízo de a banca dever baixar as margens financeiras de modo a aliviar os encargos com os empréstimos à habitação e não medidas cujo o único impacto que têm é o adiar da difícil situação de milhares de famílias.
SECTOR NÃO FINANCEIRO
No que concerne às empresas do sector não financeiro, nomeadamente aquelas que desempenham actividades essenciais, como a produção e distribuição de electricidade, combustíveis, ou telecomunicações, os resultados financeiros agora anunciados que revelam 511,4 milhões de euros de lucro, não podem ser dissociados dos preços que os portugueses pagam pelo acesso a estes bens e serviços.
Resultados Líquidos
1º trimestre de 2009 Milhões de Euros
GALP - 49
EDP -296,1
PT - 166,3
TOTAL - 511,4
Fonte: Relatórios e Contas dos Grupos
Fonte: Relatórios e Contas dos Grupos
Comparando os valores pagos pelos portugueses e aqueles que em média se pagam na UE, verificamos uma enorme disparidade que se traduz no agravamento do preço destes bens e serviços, havendo casos em que o valor pago chega a ser superior em mais de 50%, como é o caso da electricidade, considerando o preço pago sem impostos, ou seja, aquele que contribui directamente para os escandalosos lucros que a EDP vem apresentando.
O mesmo se passa com as empresas de telecomunicações e combustíveis, que apresentam resultados financeiros extraordinários ao mesmo tempo que, com a conivência e suporte do governo, fazem recair sobre os portugueses facturas cada vez mais elevadas pelo acesso a estes bens essenciais.
POR UMA JUSTA REPARTIÇÃO DA RIQUEZA
Dados revelados recentemente pelo EUROSTAT indicam que Portugal continua a ser o país da UE com maior desigualdade na distribuição do rendimento, sendo que os 20% mais ricos recebem 6,5 vezes mais que os 20% mais pobres, enquanto que a média na UE é inferior a 5 vezes.
A acumulação de lucros fabulosos, que só nos três primeiros meses de 2009 ultrapassam os mil milhões de euros para um conjunto de 13 grupos económicos e financeiros, aliados ao record europeu da desigualdade, traduzem o crescente desequilíbrio na repartição da riqueza criada em Portugal.
Resultados Líquidos
Milhões de Euros
1º trimestre
BES 110,6
ZON 20,0
BCP 106,7
PORTUCEL 27,9
BRISA 19,5
EDP 296,1
BPI 50,1
EDP RENOVÁVEIS 49,8
CGD 124,2
REN 31,8
GALP 49,0
SANTANDER TOTTA 141,8
PT 166,3
TOTAL 1193,75
Para a CGTP-IN, a situação económico-social com que o país se depara vem reforçar não só a necessidade de valorização do trabalho e dos salários, como a imperiosa alteração do modelo desenvolvimento para a produção de bens transaccionáveis e um sector produtivo que incorpore um alto valor acrescentado.
A luta por tais objectivos, bem patente nas acções de 13 de Março, no 1º de Maio e hoje, em Madrid, são exemplo da determinação de milhares e milhares de trabalhadores pela mudança de políticas, por um país mais justo!
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 14.05.2009