Várias entidades, da área do feminismo e do associativismo imigrante, chamam à realização de uma jornada de acção –reinvindicativa e de confraternização- para o próximo 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, a decorrer na Alameda Afonso Henriques, em Lisboa, a partir das 12h.
Pretendemos que a reivindicação deste 8 de Março, dia de luta pelos direitos das mulheres, seja focada este ano especialmente nas imigrantes.
No evento irá ser construída conjuntamente uma manta, símbolo da luta pela igualdade de direitos entre mulheres e homens e por um mundo mais justo, sem violência, solidário e livre.
Tod@s aquelas/es que partilhem estes princípios poderão levar o símbolo da sua associação ou entidade para ser costurado à manta ou poderão escrever lá lemas e apelos, em tecido que também irá fazer parte da confecção.
Na iniciativa, que desejamos abrangente, toda bandeira, símbolo ou palavra de ordem, desde que concordante com os valores da igualdade e da justiça – entre mulheres e homens e entre os povos e nacionalidades diferentes – será bem-vinda, venha de entidades colectivas ou de pessoas individuais.
Queremos que a peça artístico-reivindicativa reflicta a grande diversidade de actoras e de actores envolvid@s neste amplo movimento.
No evento, de carácter reivindicativo mas também lúdico e de convívio, haverá um pique-nique, animação musical e performances.
Convidamos tod@s @s cidadãs/ãos e as organizações da sociedade civil a comparecerem e participarem no encontro, podendo levar também comes e bebes, para partilhar, e os seus próprios instrumentos musicais (ou outras ideias!) para colaborar na animação. Poderão ser instaladas bancas com material das associações (devendo, as que assim o desejarem, levar as mesas e cadeiras necessárias para o efeito).
Há quase um século -desde 1911- que os movimentos sociais, em particular o movimento feminista, vêm celebrando o 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher, jornada de acção em prol dos nossos direitos. Em 1975, a ONU reconheceu esta data “para comemorar a luta histórica por melhorar a vida da mulher”.
O direito ao voto, a mobilização contra as guerras, a luta pela conquista de direitos laborais, a legalização do aborto … foram algumas das importantes batalhas travadas pelas mulheres, muitas vezes com a colaboração entre o feminismo e outros movimentos sociais. As convergências continuam e são muito necessárias no actual momento. Achamos particularmente urgente reforçar a imbricação entre movimentos sociais, nomeadamente, entre os movimentos imigrante, feminista e sindical.
As mulheres imigrantes devem ser objecto de especial atenção nas nossas reivindicações, contando com o protagonismo das próprias nesta luta. Os dados mostram que as mulheres sofrem comummente mais abusos laborais do que os seus companheiros varões. As trabalhadoras imigrantes, nomeadamente quando lhes é negada a possibilidade de regularizarem a sua situação documental, sofrem também mais violações de direitos do que as nacionais. Uma parte muito significativa delas trabalha em sectores como o serviço doméstico e o cuidado de pessoas dependentes, actividades de grande relevância para toda a sociedade, embora pouco reconhecidas e onde são frequentes as situações de abusos laborais e de isolamento social.
São muitas as conquistas, mas também são ainda muitas as vitórias que estão por atingir para acabarmos com a desigualdade e a discriminação em função do género ou da nacionalidade. A violência doméstica, a feminização da pobreza, o reduzido número de mulheres em postos decisores, os entraves colocados à regularização d@s estrangeir@s -que alimentam a exploração laboral e a exclusão social- os grandes retrocessos civilizacionais verificados na Europa, em matéria de direitos humanos d@s imigrantes (Directiva do Retorno, Pacto Sarkozy)… são algumas das questões que estão no centro das nossas preocupações.
Assim, vimos pela presente convidar a vossa associação a participar nesta iniciativa, unindo-se às entidades organizadoras. Contamos com a vossa presença e colaboração. Somos precis@s muit@s para o sucesso desta acção. Tod@s somos imprescindíveis nesta luta, necessária e urgente, em prol da igualdade, da cidadania e dos direitos humanos para tod@s, sem exclusão: mulheres ou homens, nacionais ou estrangeir@s.
Entidades promotoras (até a data): Associação Caboverdeana de Lisboa, Casa do Brasil de Lisboa, Ela por Ela – Editora Feminista, GAFFE – Grupo A Formiga Fora da Estrada, Marcha Mundial das Mulheres, Não te prives – Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais, Solidariedade Imigrante, SOS Racismo, UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta