Quadro de pintor anarquista do século XIX ainda choca os polícias da PSP do século XXI …!!!!
Ou, melhor dito,
Como polícias da PSP do «século XIX» ficam chocados com quadros do pintor anarquista do século XXI…
A «democrática» PSP e alguns dos seus agentes fizeram mais uma das suas!
Os factos merecem ficar nos anais da história para constituírem uma viva ilustração de como a polícia também atenta contra as liberdades fundamentais dos cidadãos.
Esquecendo, ou ignorando, a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, agentes da PSP de Braga apreenderam alguns exemplares de um livro cuja capa reproduzia o célebre quadro «A Origem do Mundo» do pintor anarquista do século XIX Gustave Courbet, e que retrata o sexo feminino. O quadro, pintado em 1866, está exposto no Museu d’Orsay, mas foi considerado por aqueles agentes da PSP como contendo imagem pornográfica, pelo que decidiram elaborar um auto de apreensão dos exemplares expostos daqueles livros.
Recorde-se que Courbet, era um pintor anarquista, socialista convicto, eleito pelos revoltosos da Comuna de Paris, pertencente à escola realista, que com o quadro intitulado «A Origem do Mundo» que representava frontalmente as coxas e o sexo de uma mulher abalou profundamente o meio artístico, tendo a sua exposição pública sido proibida na época.
Há poucos dias atrás também uma magistrada do Ministério Público de Torres Vedras mostrara os seus tiques censórios ao proibir imagens de mulheres nuas numa consola do famoso computador Magalhães que os organizadores do Carnaval daquela localidade pretendiam exibir durante o corso carnavalesco. E a sua vontade seria aplicada se não fora o imediato recurso apresentado pelo presidente da autarquia local a denunciar o acto censório e ilegal praticado por aquela magistrada.
Estes actos revelam uma perigosa mentalidade de carácter censório, quer por parte de agentes da PSP quer da magistrada do Ministério Público, mais preocupados em julgar a moralidade dos cidadãos, do que em defender os direitos e as liberdade fundamentais
http://www.gustave-courbet.fr/index.php
http://www.musee-courbet.com/
"Tenho 50 anos e sempre vivi em liberdade; deixem-me terminar a minha vida livre; quando morrer, deixem que se diga de mim: 'Ele não pertencia a qualquer escola, a qualquer igreja, a qualquer instituição, a qualquer academia e muito menos a qualquer regime que não fosse o regime da liberdade.'"
Gustave Courbet