16.1.09

Soldados fora de Gaza!

Abaixo todos os exércitos!


Soldados fora de Gaza

Quem governa realmente Israel, qualquer que seja o governo, e quer tenha sido eleito ou não, é efectivamente o exército. Actualmente o Estado israelita vive a sua enésima crise política, no momento em que a administração norte-americana de Bush está de saída, e depois de uma derrota em toda a linha no Sul do Líbano no Verão de 2006. Por esta altura, para mais, os mísseis nucleares iranianos ainda não estão prontos. É, por isso, a ocasião ideal que o exército israelita escolheu para invadir Gaza com vista a «fragilizar o Hamas», propósito que se afigura relativamente modesto e muito pouco definitivo. Com efeito, não se conhece nenhuma proposta política viável para a fase pós-combates. Trata-se assim de uma autêntica carnificina, uma pura manifestação de ódio, num combate claramente desigual que parece ter por objectivo fazer crer que não existe adversário com quem se possa negociar, abrindo caminho para a continuação da política de colonização. Ou seja, é uma superstição religiosa aquilo que motiva e promove o horror. A entrada de numerosos palestinianos no fanatismo muçulmano não altera os dados do problema original. Do que falamos é de uma escalada de violência em cada novo episódio desta guerra.

Gaza não é um santuário para terroristas. Gaza é, sim, uma prisão a céu aberto, onde sobrevivem miseravelmente os palestinianos. Israel reprime violentamente a título de represálias toda e qualquer violência cometida pelos palestinianos. Mas agora, o momento pareceu de feição para os assassinos, que não têm pejo algum em invocar a segurança das populações como desculpa para a sua boa consciência. Pouco importa que as bombas caiam sobre civis palestinianos, e também não é por acaso que também atingem os elementos e os edifícios da ONU. Há quem pense numa solução com os soldados da ONU a fim de obrigar o exército israelita a manter-se dentro das fronteiras. Se assim fosse, os capacetes azuis mais não seriam que alvos, como já se viu.


A Federação anarquista é solidária com os «anarquistas contra o Muro» que em Israel, e em conjunto com outros partidários da paz, não se cansam em denunciar um Estado assassino, exigindo o levantamento imediato do cerco a Gaza pelo exército israelita e proclamando «sim à vida para os dois povos»



Texto de um comunicado da Fédération anarchiste, com data de 10/1/2009



GAZA RESISTE !