6.1.09

Objectores de consciência (refusenik) israelitas recusam-se a integrar o exército sionista de ocupação e são presos pela sua decisão corajosa


Entre a população israelita popularizou-se o termo refusenik (sarvanim, סרבנים, en hebreo ) para denominar os objectores e objectoras de consciência que se recusam a incorporar-se no Tsahal, o exército sionista de Israel, enquanto este continuar a ser um exército de ocupação, ou quando são enviados para os territórios palestinianos ocupados.

Claro que existem vários outros grupos, da mais variada natureza, que recusam a ocupação e a guerra movidos pelos seus princípios pacifistas. Mas o mais interessante é mesmo saber que uma quata parte dos jovens israelitas escapam, sob os mais diversos pretextos e subterfúgios, ao serviço militar, algumas vezes, com custos para a sua própria vida, ou da sua liberdade.


Quem são os Shministim?

Shministim significa jovens graduados em hebreu. O serviço militar é obrigatório após o ensino superior para os jovens israelitas. O Shministim são jovens israelitas que se recusam a servir no exército por causa dos 40 anos de ocupação de Israel sobre as terras palestinianas. Em 2008 estima-se que o seu n´mero tenha sido de uma centena, o que tem, normalmente, por consequência, a sua prisão. E aqueles que se recusam a vestir o uniforme militar dentro da prisão são metidos sózinhos em celas em isolamento absoluto. Depois de cumprida a punição, voltem a casa, e se recusarem a alistarem-se, pela segunda vez, são novamente detidos, e assim sucessivamente, conforme a vontade arbitrária das autoridades militares do exército israelita.

Jesse Bacon (justicelovejesse@gmail.com ) forma parte do "Shministim" que se recusam a entrar na máquina militar israelita. Ela própria afirma: « Estou muito orgulhosa da minha decisão em recusar-se a servir um exército que se diz humanitário e que tem fins defensivos, mas que faz sofrer diariamente um povo inteiro. Fui parar à prisão no dia 23 de Setembro. Cumpri 35 dias de detenção. Quando lerem as minhas palavras, o mais certo é eu estar novamente na prisão, junto de outros amigos, que serão detidos depois de estarem uma semana em casa, e voltarem a recusar a sua incorporação no exército.

Apoia os objectores de consciência israelitas enviando cartas de apoio dirigidas ao ministro israelita da defesa, tais como a que podes encontrar em,

WWW.December18th.ORG


Apoia os objectores de consciência israelitas



Outro refusenik é Michel Weksler (mweksler@gmail.com ) que declarou: "Eu era um comandante de tanques no exército israelita. Estive na prisão porque me neguei a ir para Gaza em 2002. Senti que era meu dever recusar ordens que eram claramente ilegais. Aliás, penso que as práticas de ocupação do exército israelita são nitidamente ilegais. Não é de admirar que o Tribunal Supremo Israelita tenha evitado sistemanticamente a pronunciar-se sobre o caso dos refuseniks. Os ataques com foguetes em Gaza são um erro, mas é ridículo da parte de Israel fazer-se de vítima em todo este círculo vicioso. Israel violou a lei internacional, mas também a lei israelita, com a forma como trata dos territórios ocupados. Note-se que essas pessoas vivem num limbo legal. Não são israelitas, nem pertencem a um Estado independente. Ainda por cima Israel está-lhes a negar os seus direitos como povo ocupado, como está previsto na Convenção de Genebra. O governo israelita tenta encobrir esta realidade referindo-se a essas pessoas como «cidadãos de Gaza», só que o povo bombardeado de Gaza não é cidadão de nenhum sítio, e esse é que é o problema: são pessoas sem estado e isto tem que terminar.

Outro caso ainda é o do capitão da Forças Aéreas israelitas, na reserva, Yonatan Shapira, que em 2003 liderou um grupo de pilotos da Força Aérea israelita que se negaram a participar em missões de ataque aos territórios palestinianos. É co-fundador dos Combatentes pelas Paz. Também ele declara: «Os grandes meios de comunicação estão empenhados a não dar uma visão real da situação. As pessoas precissam de ouvir, ver e ler os meios de comunicação alternativos. Se olhares o número de pessoas assassinadas em Gaza, o número de palestinianos mortos é enorme, mais de 400 em Gaza. Não podem sar, procurar alimentação, não têm água potável nem electricidade. Ainda por cima a Força Aéra israelita bombardei-os matando pessoas e crianças inocentes. Os mass media não falam disto. Apenas relatam que o Hamas lança foguetes contra cidades israelitas, o que pode matar pessoas.Mas as represálias israelitas e todo esse aparato não nos vai trazer mais segurança, mas antes pelo contrário. A raiz e a causa do conflito está sim no desenvolvimento da ocupação e na atitude do governo israelita em negociar com o Hamas a fim de acordar para uma completa retirada das fronteiras de 1967. Aliás, não noto da parte do governo israelita qualquer vontade de resolver o porblema. Por isso, quero gritar tão alto quanto possa e pedir ao mundo para que se una nesta luta a fim de evitar mais derramamento de sangue entre palestinianos e israelitas. Digo isto como judeu e israelita que quer continuar a viver neste maravilhoso mas triste pedaço de terra.»

www.CombatantsForPeace.org



Name: Raz Bar-David Varon
Age: 18
Why I am one of the Shministim:
“I wasn’t born to serve as a soldier who occupies another, and the struggle against the occupation is mine too. It is a struggle for hope, for a reality that sometimes feels so far away. I have a responsibility for this society. My responsibility is to refuse.”
First Sentence: 3rd - 21st Nov. 2008 (18 days)
Second Sentence: 24th Nov. - 30th Nov. 2008 (currently in prison)


In a brief statement made on the day of her arrest, Raz said:

“I have witnessed this army demolishing, shooting and humiliating people whom I did not know, but have learnt to respect for their ability to go on dealing with these horrors on a daily basis. There’s supposed to be a good reason for all of this. This reason is supposed to be my defense. I feel like screaming: ‘This does not defend me! It hurts me!’ It hurts me when people, Palestinians, are being so brutally assaulted, and it hurts me when they later turn their hatred towards me because of it. I wasn’t born to serve as a soldier who occupies another, and the struggle against the occupation is mine too. It is a struggle for hope, for a reality that sometimes feels so far away. I have a responsibility for this society. My responsibility is to refuse.”

http://december18th.org/2008/11/24/raz-bar-david-varon/#more-56




Name: Omer Goldman
Age: 19
Location: Tel-Aviv
Why I am one of the Shministim:
“I believe in service to the society I am part of, and that is precisely why I refuse to take part in the war crimes committed by my country. Violence will not bring any kind of solution, and I shall not commit violence, come what may.”
First Sentence: 22nd Sept. - 10th Oct. 2008 (18 days)
Second Sentence: 12th - 24th Oct. 2008 (10 days)


Omer Goldman, has had to confront the values of her own family. She is the daughter of the former deputy head of Mossad, the Israeli intelligence service and who is still considered one of the most powerful men in the Israeli security system. Omer, without her father’s permission visited a Palestinian town in the West Bank and at a check-point, alongside Palestinians, her supposed enemies, was fired upon by Israeli soldiers, “We were sitting by the roadside talking and soldiers came along and after a few seconds they received an order and fired gas grenades and rubber bullets at us. Then it struck me, to my astonishment, that the soldiers were following an order without thinking. For the first time in my life, an Israeli soldier raised his weapon and fired at me.”

Although, not surprisingly, her father does not support her decision to refuse, he still supports her as a daughter. “He and I have very similar characters. I, too, fight to the end for what I believe in. But we are opposites ideologically.”

In her declaration of refusal she stated:

“I refuse to enlist in the Israeli military. I shall not be part of an army that needlessly implements a violent policy and violates the most basic human rights on a daily basis.

Like most of my peers, I too have not dared to question the ethics of the Israeli military. But when I visited the Occupied Territories I realized I see a completely different reality, a violent, oppressive, extreme reality that must be ended.

I believe in service to the society I am part of, and that is precisely why I refuse to take part in the war crimes committed by my country. Violence will not bring any kind of solution, and I shall not commit violence, come what may. “


Name: Sahar Vardi
Age: 18
Location: Jerusalem
Why I am one of the Shministim:
“I realize that the soldier at the checkpoint is not responsible for the wretched policy of the oppressor towards civilians, I am unable to relieve that soldier of responsibility for his conduct … I mean the human responsibility of not causing another human being to suffer.”
First Sentence: 25th - 31st Aug. 2008 (6 days)
Second Sentence: 12th - 30th Oct. (18 days)
Third Sentence: 3rd - 21st Nov. 2008 (18 days)


Sahar was the third conscientious objector, and the first woman, to be imprisoned among this years group of high school seniors, who signed a collective declaration of refusal to serve in the Israeli army of occupation.

While she stresses the importance of resisting the occupation of Palestine as a motive for her refusal, Sahar’s conscientious objection is also rooted in a wider pacifist position.

During her sentence Sahar refused to wear a military uniform in prison, and subsequently spent the duration of her detention in solitary confinement. The Isolation Wards of military prisons in Israel are often the cite of various minor or less minor forms of abuse, so Sahar needs your support.

In a letter to the Minister of Defense, declaring her refusal to serve in the military, She wrote:

“I have been to the occupied Palestinian territory many times, and even though I realize that the soldier at the checkpoint is not responsible for the wretched policy of the oppressor towards civilians, I am unable to relieve that soldier of responsibility for his conduct … I mean the human responsibility of not causing another human being to suffer.

The bloody times in which I live (consisting of assassinations, aggression, bombings, shootings) results in increasing numbers of victims on both sides. It is a vicious circle that emanates from the fact that both sides elect to engage in violence. This choice I refuse to take part in.”

A peaceful demonstration was organized in support of Sahar before her first sentence in military prison on August 25, 2008. About 80 people joined the demonstration, and were met by a small counter-demonstration organized by a pro-military group. The pro-military group confronted the original protesters aggressively and head-butted one of the demonstrators and drove a motorcycle into the crowd.

http://december18th.org/2008/11/23/shministim-statement-1/#more-5