Em boa hora o blogue Farpa Kultural recordou-nos há algumas semanas atrás a Tasca do Jaime, ali para os lados da Graça. Um local onde subsiste ainda o espírito do fado popular, aquele que é cantado à desgarrada e que fala dos dramas, anseios e tragédias das gentes do povo com a linguagem crua do fado vadio. Aos fins de semana, depois do almoço, podemos ali encontrar populares anónimos a mostrar os seus dotes fadistas, num ambiente único, das gentes humildes da cidade. É o próprio dono que dá o nome à casa, Tasca do Jaime. E é geral a opinião de que se trata de uma pessoa simpática, amigo do seu amigo, que faz juz ao ambiente descontraído e de boa disposição que se pode encontrar naquele recanto da Lisboa antiga.
Os petiscos e os condimentos adjacentes não ficam atrás, e constituem o salvo conduto garantido para uma boa refrega. Não faltam também as fotografias, as recordações e os elementos decorativos para criarem o ambiente tradicional do fado. E lá vão aparecendo os espontâneos, novos e antigos, eles e elas, a exibirem em versos as mágoas e os anseios próprios da gente que vive o Fado.
Uma tasca que, por enquanto, ainda não foi objecto de nenhuma OPA da indústria do show bizz. Até quando?
Tasca do Jaime
Rua da Graça, 91 - em Lisboa, naturalmente
Sábados e Domingos, das 16h. às 20h.