25.10.08

Um em cada três citadinos vive em bairros de lata

As grandes cidades do mundo albergam cada vez mais pobres, que se concentram em bairros precários. Uma avaliação das Nações Unidas renova agora as chamadas de atenção para este grau de pobreza, bem como para os riscos que correm as grandes concentrações humanas no litoral, devido à subida dos oceanos.

Todas as semanas chegam às cidades dos países em desenvolvimento mais três milhões de pessoas e isto fará com que a meio do século 70% da população mundial seja urbana, quando agora a cifra atingiu os 50%. O relatório bienal das Nações Unidas sobre o estado das cidades indica que o fenómeno será mais acentuado na Ásia, por enquanto com mais gente nos campos e aldeias. Mas a tendência é já evidente em África, acrescentando mais gente às maiores cidades. Isto só não tem expressão em 46 países, incluindo a Alemanha, Itália, Japão e parte da ex-União Soviética. Tal deve-se ao envelhecimento e menor natalidade, compensados em parte apenas pela imigração.

A procura do litoral é uma das preocupações evidenciadas pelo relatório deste ano. Poucas cidades costeiras serão poupadas à subida das águas provocada pelo aquecimento global e isso não ocorrerá apenas nos países pobres; a Europa também terá graves problemas.

As condições de vida dos habitantes das cidades evidenciam fossos, mesmo nos países desenvolvidos, sendo muitas cidades norte-americanas tão pouco igualitárias como outras de África e da América Latina. Pequim surge como a metrópole mais igualitária. No que toca às condições de vida, o terço da população citadina que vive em bairros sem condições tem sobretudo falta de acesso a água potável, saneamento, condições para cozinhar, espaço por pessoa e educação. E.F.