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Todas as semanas chegam às cidades dos países em desenvolvimento mais três milhões de pessoas e isto fará com que a meio do século 70% da população mundial seja urbana, quando agora a cifra atingiu os 50%. O relatório bienal das Nações Unidas sobre o estado das cidades indica que o fenómeno será mais acentuado na Ásia, por enquanto com mais gente nos campos e aldeias. Mas a tendência é já evidente em África, acrescentando mais gente às maiores cidades. Isto só não tem expressão em 46 países, incluindo a Alemanha, Itália, Japão e parte da ex-União Soviética. Tal deve-se ao envelhecimento e menor natalidade, compensados em parte apenas pela imigração.
A procura do litoral é uma das preocupações evidenciadas pelo relatório deste ano. Poucas cidades costeiras serão poupadas à subida das águas provocada pelo aquecimento global e isso não ocorrerá apenas nos países pobres; a Europa também terá graves problemas.
As condições de vida dos habitantes das cidades evidenciam fossos, mesmo nos países desenvolvidos, sendo muitas cidades norte-americanas tão pouco igualitárias como outras de África e da América Latina. Pequim surge como a metrópole mais igualitária. No que toca às condições de vida, o terço da população citadina que vive em bairros sem condições tem sobretudo falta de acesso a água potável, saneamento, condições para cozinhar, espaço por pessoa e educação. E.F.
Retirado do Jornal de Notícias