27.10.08

Alexandra Svoboda: uma heroína da classe trabalhadora



O campo de batalha não são as minas do condado de Harlan na década de 1930, nem a violência contra os sindicatos na Colômbia ou nas Filipinas. O cenário é Rhode Island e estamos em 2007.

Nesse ano, num Sábado de Agosto, mais propriamente a 11 de Agosto de 2007, Alexandra Svoboda não fez aquilo que as pessoas costumam fazer. Não ficou em casa; não foi fazer compras ao centro comercial; nem ainda dsperdiçou o seu tempo no MySpace.

A trabalhadora de 22 anos, estudante e militante sindical, preferiu antes comparecer a uma pacífica manifestação sindical que reivindicava os legítimos direitos dos trabalhadores. Não obstante, a coluna de manifestantes foi brutalmente atacada pela polícia. A perna de Alexandra fica terrivelmente desfigurada, e por pouco não tinha de ser mutilada. Ainda assim, a activista sindical irá ficar mutilada para toda a vida. Não suficiente com isso, ela é acusada por múltiplos delitos!

A manifestação sindical era promovida pelo lendário sindicato IWW ( Industrial workers of world) de que Alexandra pertence, e o seu motivo era protestar contra os abusos dos empregadores, dos salários em atraso e do excesso de horas de trabalho de um estabelecimento comercial de guloseimas que empregava trabalhadores imigrantes em Queens, Nova Iorque.


Alexandra solidarizou-se com quem sempre foi explorado e oprimido. Como os outros marchou e manifestou-se ao lado dos outros jovens trabalhadores. A polícia de Providence decidiu atacar. Brutal e inexplicavelmente. Três polícias cercaram Alexandra e começaram a desferir-lhe golpes em todo o corpo até lhe partirem a perna e esmagarem o joelho. Outros manifestantes foram também atacados com gaz pimenta.

Levada para o hospital, Alexandra foi submetida a uma operação cirúrgica de emergência. Seguiram-se mais três intervenções cirúrgicas, todas elas acompanhadas com dores tremendas e inúmeras horas de reabilitação. E o caso não era para menos: os policias tinham-lhe cortado a artéria poplítea no seu joelho, fracturado a tíbia e o principal osso da perna. Não obstante isso, sobre Alexandra recaem acusações infundadas: agressão a um agente da polícia, resistência à autoridade e alteração à ordem pública!

O acto público teve mesmo assim efeitos, uma vez que o estabelecimento visado teve que encerrar as portas, e deixar de explorar impunemente os trabalhadores.

Alexandre Svoboda é mais um exemplo de um lista infindável de heróis da classe dos trabalhadores que foram feridos ou assassinados só porque clamavam por justiça. Naquele fatídico dia Alexandra marcou presença na luta por condições dignas no trabalho e na reivindicação de justiça.

Hoje, Alexandra Svoboda precisa de todo o nosso apoio, moral e financeiro.

Apelamos que lhe escrevam para o seguinte email: providenceiww@gmail










Poema dedicado a Alexandra Svoboda