10.9.08

Guardiões de Sementes – em defesa das variedades regionais de sementes e da agricultura camponesa


No final deste Verão, mais concretamente, no passado fim de semana ( 6 e 7 de Setembro) realizou-se na Quinta do Olival, Aguda, perto de Figueiró dos Vinhos, um encontro entre as pessoas que se ofereceram para serem futuros Guardiões de Sementes.

Tratou-se de um fim de semana em que a «COLHER PARA SEMEAR – Rede Portuguesa de Variedades Regionais», uma jovem associação, pretendeu sensibilizar e formar cerca de 40 pessoas no sentido de que a recolha e reprodução de sementes perdure e se expanda.

Foi assim possível assistir a demonstrações de processos que visam preservar e manter a variedade das sementes naturais, como por exemplo, a extracção de sementes de tomate e pepino onde é necessário um tratamento de fermentação, ou da extracção das sementes de beringela, a limpeza de sementes pesadas com água ou a limpeza pela joeira própria para aquelas sementes mais leves. Foi também ocasião para se poder recolher as preciosas sementes e produtos agrícolas e passar à sua degustação.

Fez-se ainda a descasca do feijão na eira, com cuidado para não causar o caos entre tantas variedades, cautelosamente assinaladas desde a horta, à saca de recolha até ao frasco para armazenar no banco de sementes.

No final foi agendado um novo Encontro da Semente, a realizar proximamente em Sendim.







CONTRA O NEGÓCIO DAS SEMENTES
PELA DEFESA DO PATRIMÓNIO E DA DIVERSIDADE DAS SEMENTES


Em 1984, um estudo levado a cabo pela Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) concluiu que a perda de biodiversidade agrícola ronda os 75% em todo o mundo.

O inimigo público número um está claramente identificado: o negócio das sementes. Seria de imaginar que um produtor de abóboras, por exemplo, utilizasse sementes de cada colheita para plantar a seguinte, não? O pior é que esse produtor iniciou a sua actividade com sementes de uma marca multinacional, à falta de um pequeno comerciante local, como os que havia antigamente, e ao fim de uma ou duas colheitas constatou que as sementes que colhia já haviam perdido a capacidade de germinar. Resultado: teve que voltar a comprar sementes (à mesma marca multinacional, ou a outra em tudo semelhante). Sementes híbridas, ou até geneticamente modificadas, para medrarem em qualquer ponto do planeta. O negócio é milionário, mas a factura pesa cada vez mais nas contas da Mãe Natureza


José Miguel da Fonseca, de Figueiró dos Vinhos, Graça Ribeiro, de Sesimbra e José Pedro Raposo, de Ferreira do Alentejo, agricultores e guardiões de sementes, são fundadores da Colher para Semear. A partir de um aturado trabalho de investigação, e de muito contacto directo com os pequenos agricultores pelo país afora, foram conquistando sócios e solidificando a Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais.


Contactos:

Colher Para Semear - Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais
Quinta do Olival, Aguda
3260 Figueiró dos Vinhos


José Miguel Fonseca - 236 622 218
Graça Ribeiro - 91 490 9334
fcteixeira@esb.ucp.pt


gcaldeiraribeiro@gmail.com




Para saber mais:

http://biorege.weblog.com.pt/

http://www.redsemillas.info/

http://www.semencespaysannes.org/index.php

http://www.redsemillas.info/

www.semirurali.net/modules/home/index.php?content_id=1

http://www.farmseed.net/home/

http://www.semences.ca/fr.php

http://www.terredesemences.com/