No final deste Verão, mais concretamente, no passado fim de semana ( 6 e 7 de Setembro) realizou-se na Quinta do Olival, Aguda, perto de Figueiró dos Vinhos, um encontro entre as pessoas que se ofereceram para serem futuros Guardiões de Sementes.
Tratou-se de um fim de semana em que a «COLHER PARA SEMEAR – Rede Portuguesa de Variedades Regionais», uma jovem associação, pretendeu sensibilizar e formar cerca de 40 pessoas no sentido de que a recolha e reprodução de sementes perdure e se expanda.
Foi assim possível assistir a demonstrações de processos que visam preservar e manter a variedade das sementes naturais, como por exemplo, a extracção de sementes de tomate e pepino onde é necessário um tratamento de fermentação, ou da extracção das sementes de beringela, a limpeza de sementes pesadas com água ou a limpeza pela joeira própria para aquelas sementes mais leves. Foi também ocasião para se poder recolher as preciosas sementes e produtos agrícolas e passar à sua degustação.
Fez-se ainda a descasca do feijão na eira, com cuidado para não causar o caos entre tantas variedades, cautelosamente assinaladas desde a horta, à saca de recolha até ao frasco para armazenar no banco de sementes.
No final foi agendado um novo Encontro da Semente, a realizar proximamente em Sendim.
CONTRA O NEGÓCIO DAS SEMENTES
PELA DEFESA DO PATRIMÓNIO E DA DIVERSIDADE DAS SEMENTES
Em 1984, um estudo levado a cabo pela Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) concluiu que a perda de biodiversidade agrícola ronda os 75% em todo o mundo.
O inimigo público número um está claramente identificado: o negócio das sementes. Seria de imaginar que um produtor de abóboras, por exemplo, utilizasse sementes de cada colheita para plantar a seguinte, não? O pior é que esse produtor iniciou a sua actividade com sementes de uma marca multinacional, à falta de um pequeno comerciante local, como os que havia antigamente, e ao fim de uma ou duas colheitas constatou que as sementes que colhia já haviam perdido a capacidade de germinar. Resultado: teve que voltar a comprar sementes (à mesma marca multinacional, ou a outra em tudo semelhante). Sementes híbridas, ou até geneticamente modificadas, para medrarem em qualquer ponto do planeta. O negócio é milionário, mas a factura pesa cada vez mais nas contas da Mãe Natureza
José Miguel da Fonseca, de Figueiró dos Vinhos, Graça Ribeiro, de Sesimbra e José Pedro Raposo, de Ferreira do Alentejo, agricultores e guardiões de sementes, são fundadores da Colher para Semear. A partir de um aturado trabalho de investigação, e de muito contacto directo com os pequenos agricultores pelo país afora, foram conquistando sócios e solidificando a Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais.
Contactos:
Colher Para Semear - Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais
Quinta do Olival, Aguda
3260 Figueiró dos Vinhos
José Miguel Fonseca - 236 622 218
Graça Ribeiro - 91 490 9334
fcteixeira@esb.ucp.pt
gcaldeiraribeiro@gmail.com
Para saber mais:
http://biorege.weblog.com.pt/
http://www.redsemillas.info/
http://www.semencespaysannes.org/index.php
http://www.redsemillas.info/
www.semirurali.net/modules/home/index.php?content_id=1
http://www.farmseed.net/home/
http://www.semences.ca/fr.php
http://www.terredesemences.com/