11.1.08

Normose

Há na maioria dos nossos contemporâneos uma crença bastante enraizada segundo a qual tudo o que a maioria das pessoas pensa, sente, acredita ou faz, deve ser considerado normal e servir de guia para o comportamento de todas as outras pessoas.

Factos e descobertas recentes sobre as origens do sofrimento e das doenças e também sobre as guerras, a violência e a destruição ecológica questionam seriamente a utilidade de certas "normas" ditadas pela sociedade e os seus consensos.

Muitas normas sociais, actuais ou passadas, levam ou levaram ao sofrimento - moral ou físico – de indivíduos, grupos, colectividades inteiras e até mesmo espécies vivas.

Resolvemos então adoptar o termo de "Normose", para designar esta forma de comportamento visto como normal mas que na realidade é anormal. O termo foi forjado na França por Jea Yves Leloup.

A Normose é o conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir aprovados por um consenso ou pela maioria de uma determinada população e que levam a sofrimentos, doenças ou mortes, por outras palavras, que são patogénicas ou letais, e são executados sem que as suas vítimas tenham consciência desta natureza patológica, isto é, são de natureza inconsciente.

Pierre Weil



O estado permanente de alienação, de adormecimento, de inconsciência, de ausência de si mesmo, é o que caracteriza as pessoas normais.

A sociedade supervaloriza as pessoas normais. Educa as crianças para que se percam, se tornem irracionais, e assim se tornarem pessoas normais.

As pessoas normais mataram quase 100.000.000 de pessoas normais nos últimos cinquenta anos.

Ronald David Laing, 1990
http://www.laingsociety.org/