A morte do rei D. Carlos e do príncipe herdeiro no Terreiro do Paço, a 1 de Fevereiro de 1908, é um dos acontecimentos mais marcantes da História portuguesa. As suas consequências mudaram o rumo do país.
No dia 1 de Fevereiro de 2008 cumprem-se exactamente cem anos sobre o assassínio do rei D. Carlos e do príncipe real D. Luís Filipe, por acção de Reis Buíça e de Alfredo Costa, ambos afectos ao grupo revolucionário da Carbonária Portuguesa. O acontecimento prenunciou a revolução republicana de 5 de Outubro de 1910 e pôs termo a um período conturbado da história portuguesa.
No dia 1 de Fevereiro de 2008 cumprem-se exactamente cem anos sobre o assassínio do rei D. Carlos e do príncipe real D. Luís Filipe, por acção de Reis Buíça e de Alfredo Costa, ambos afectos ao grupo revolucionário da Carbonária Portuguesa. O acontecimento prenunciou a revolução republicana de 5 de Outubro de 1910 e pôs termo a um período conturbado da história portuguesa.
Com efeito, o chefe do governo de então, João Franco, havia implantado no país uma férrea ditadura, combatida intransigentemente por largos sectores da oposição republicana, mas também por muitos defensores do constitucionalismo monárquico. Em 28 de Janeiro de 1907 desenhara-se mesmo uma tentativa revolucionária, tendente a afastar João Franco do Poder, com a participação activa do Partido Republicano, da Carbonária, de elementos socialistas e anarquistas e igualmente da Dissidência Progressista, agremiação monárquica.
Como resposta à gorada revolta, João Franco fez redigir pelo seu Ministro da Justiça um decreto extremamente arbitrário, nos termos do qual os opositores à sua política seriam sumariamente julgados e desterrados. O documento foi referendado por D. Carlos em Vila Viçosa, onde o rei se encontrava, na companhia da sua família, entregando-se a um dos seus prazeres favoritos: a caça. Foi no seu regresso a Lisboa, em 1 de Fevereiro de 1908, que o drama ocorreu, através do ataque dos regicidas à carruagem real.
Era a Revolução, e não Terrorismo
Carbonária mais forte do que Partido Republicano
Autor de ‘A Carbonária em Portugal, 1897--1910’, o prof. António Ventura, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, fala nesta entrevista da organização a que pertenciam Manuel Buiça e Alfredo Costa, autores glorificados do atentado contra o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro. E não tem dúvidas em considerá-la decisiva para o derrube da monarquia e mais poderosa do que o Partido Republicano
Jornalista – A Carbonária era um movimento terrorista?
A.V. – Não. A Carbonária era uma associação secreta virada para a luta política republicana. Na linha das carbonárias que aparecem na Europa desde 1830, a Portuguesa e a Lusitânia surgiram em 1897 e 1899 e uniram-se numa única em 1907, altura da sua entrada em força no Exército e na Marinha. A Carbonária era republicana e revolucionária, visava a instauração da República pela força. Os carbonários preparavam-se, armando-se e fabricando bombas. Em 1907 houve duas explosões acidentais em Lisboa, na rua do Carreão e na Lapa, devido ao manuseamento de explosivos. Numa dessas casas vivia Aquilino Ribeiro. Mas a Carbonária não planeava actos terroristas. Preparava a revolução.
Para continuar a ler a entrevista: aqui
Era a Revolução, e não Terrorismo
Carbonária mais forte do que Partido Republicano
Autor de ‘A Carbonária em Portugal, 1897--1910’, o prof. António Ventura, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, fala nesta entrevista da organização a que pertenciam Manuel Buiça e Alfredo Costa, autores glorificados do atentado contra o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro. E não tem dúvidas em considerá-la decisiva para o derrube da monarquia e mais poderosa do que o Partido Republicano
Jornalista – A Carbonária era um movimento terrorista?
A.V. – Não. A Carbonária era uma associação secreta virada para a luta política republicana. Na linha das carbonárias que aparecem na Europa desde 1830, a Portuguesa e a Lusitânia surgiram em 1897 e 1899 e uniram-se numa única em 1907, altura da sua entrada em força no Exército e na Marinha. A Carbonária era republicana e revolucionária, visava a instauração da República pela força. Os carbonários preparavam-se, armando-se e fabricando bombas. Em 1907 houve duas explosões acidentais em Lisboa, na rua do Carreão e na Lapa, devido ao manuseamento de explosivos. Numa dessas casas vivia Aquilino Ribeiro. Mas a Carbonária não planeava actos terroristas. Preparava a revolução.
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“Três Tiros que Abalaram a Monarquia” – O Regicídio de 1908
Visita guiada aos locais relacionados com o assassínio, em 1 de Fevereiro de 1908, do rei D. Carlos I e do príncipe Luís Filipe, sujeita a inscrição prévia.
Escolas, grupos e colectividades: 3.ª e 5.ª-feiras, às 11 e 15 horas respectivamente
Ponto de Encontro: Terreiro do Paço, junto à estátua de D. José I
Público em geral: Domingos, às 11 horas
Ponto de Encontro: Porta do Café Gelo (Praça D. Pedro IV – Rossio)
Marcações e pedidos de informação:
Serviço de Actividades Culturais e Educativas (SACE)
Hemeroteca Municipal de Lisboa
Elisabete Rocha / Jorge Trigo
tel.: 21 324 62 97
e-mail: hemeroteca.sace@cm-lisboa.pt
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O Regicídio na Imprensa da Época – exposição documental na Hemeroteca de Lisboa
Mostra alusiva ao impacto do Regicídio de 1908 na imprensa escrita e ilustrada da época, organizada a partir da colecção da Hemeroteca Municipal de Lisboa.
Local: Átrio e Escadaria da HemerotecaInauguração: 2 Fevereiro. Em exibição até 29 de Fevereiro.
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Ciclo de Conferências sobre o Regicídio na Hemeroteca de Lisboa
1.ª Conferência
O Regicídio de 1908, Impacto nos jornais portugueses
por Eduardo Teixeira (Professor e Mestre em História Contemporânea pela FLL)
7 de Fevereiro, 18 horas
2.ª Conferência
O Regicídio de 1908, Impacto na Imprensa Estrangeira
por Joaquim Vieira (Observatório da Imprensa) e Reto Monico
(Investigador e Professor de História na Suiça)
14 de Fevereiro, 18 horas
3.ª Conferência
O Regicídio de 1908, Ilustração de Imprensa
por Elisabete Rocha (CML/HML)
21 de Fevereiro, 18 horas
4.ª Conferência
O Regicídio de 1908. O Estado da Questão
por Álvaro Costa de Matos (CML/HML)
28 de Fevereiro, 18 horas
Local: Hemeroteca Municipal – Sala do Espelho
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Lançamento de livros
Apresentação dos livros A República nunca Existiu, obra ficcionada, com a colaboração de vários escritores portugueses, editada pela Saída de Emergência, no dia 31 de Janeiro, às 18:30; e Mataram o Rei de Joaquim Vieira e Reto Monico, editado pela Pedra da Lua, no dia da segunda conferência, a 14 de Fevereiro, às 18 horas.