23.11.07

O paradigma ecológico nas ciências sociais


Ensaios de E.Morin, G.Munda, M-Nardo, A.Puleo, V.Toledo, Á. Valência, F.GArrido, M.GOnzález de Molina, J.L.Serrano y J.L.Solana (eds)


«O paradigma ecológico nas ciências sociais » é um livro agora editado pelas edições Icaria, e disponível somente em castelhano, que pretende ser uma primeira abordagem, assim como oferecer um panorama geral do actual estádio de conhecimentos, sobre o impacto do paradigma ecológico nos diferentes campos do saber social: antropologia, economia, sociologia, ética, política… Com efeito, em cada um destes campos quebrou-se o binómio homem/natureza e foi definitivamente ultrapassada a separação artificial abstracta entre a espécie humana e o resto da natureza pelo que urge reequacionar os pressupostos a partir dos quais as ciências sociais se desenvolveram.

Agora que o pensamento científico superou esse binómio é chegado o momento de questionar as consequêcias e procurar situar o homem no lugar que lhe corresponde no seio de um contexto problemático de sistemas naturais. Tarefa que é cada vez mais urgente face à tentação a que não são alheias as ciências sociais de inserirem o ser humano num vazio, como se as suas acções não tivessem impactos decisivos, e da maior importância, sobre a natureza. Esta concepção releva de dois axiomas: o mito do progresso ilimitado e o antropocentrismo.


O paradigma ecológico permite voltar a considerar a natureza dentro da sociedade. A viragem operada pelo paradigma ecológico parte de um princípio fundamental: o de que as sociedades humanas, quaisquer que sejam as suas condições históricas ou graus de complexidade, não existem no vazio ambiental, bem pelo contrário, pois todas elas afectam e são afectadas pelos fenómenos e pelas leis da natureza. E isto não de forma determinista, mas antes como um duplo jogo em que ambos os termos se determinam reciprocamente Trata-se no fundo de uma relação co-evolutiva que passa assim a ser o fundamento epistemológico em que se baseia o paradigma ecológico.


No livro com 304 páginas uma série de investigadores abordam esta questão tendo por base o novo paradigma emergente: Edgar Morin, Alicia Puleo, Francisco Garrido, Manuel González de Molina, Giuseppe Munda, Michela Nardo, José Luis Serrano, José Luis Solana, Víctor Toledo y Ángel Valencia