Manuel Castells (Hellín, 1942) é um sociólogo espanhol. Entre 1967 e 1979 leccionou na Universidade de Paris, primeiro no campus de Nanterre e, em 1970, na "École des Hautes Études en Sciences Sociales". Foi nomeado em 1979 professor de Sociologia e Planejamento Regional na Universidade de Berkeley, Califórnia. Em 2001, tornou-se pesquisador da Universidade Aberta da Catalunha em Barcelona. Em 2003, juntou-se à Universidade da Califórnia Meridional, como professor de Comunicação. Actualmente Castells reside em Barcelona e Santa Monica, junto com a esposa Emma Kiselyova.
Teoria
Teoria
Durante a década de 70, Castells teve um importante papel no desenvolvimento da sociologia urbana marxista. Enfatizou o papel dos movimentos sociais na transformação conflitiva da paisagem urbana.
Introduziu o conceito de "consumo coletivo" para compor um amplo alcance dos esforços sociais, deslocado do campo económico para o campo político pela intervenção do Estado. Ao abandonar as estruturas marxistas no início da década de 80, começou a se concentrar no papel das novas tecnologias de informação e comunicação na reestruturação econômica.
Nos meados da década de 90, a sua pesquisa desembocou num um sólido estudo, chamado "A Era da Informação", publicado como uma trilogia entre 1996 e 1998.
Sociedade em Rede
O primeiro volume da Trilogia, "Sociedade em Rede - A Era da informação: Economia, sociedade e cultura", mapeia um cenário mediado pelas novas tecnlogias de informação e comunicação - TICs - e como estas interferem nas estruturas sociais. O autor constrói o seu raciocínio partindo da história do forte desenvolvimento das tecnologias a partir da década de 70 e seus impactos nos diversos campos das relações humanas. Demonstra como as tecnologias, inicialmente impulsionadas pelas pesquisas militares, foram amplamente utilizadas pelo sector financeiros, justamente em um momento de necessidade de reestruturação do capitalismo. Aproveitando-se do processo de desregulamentação promovido pelos EUA e organismos internacionais, como Banco Mundial e FMI, o capital financeiro multiplicou a sua circulação entre os diversos mercados mundiais, em movimentos cada vez menos vinculados ao processo produtivo. As tecnologias também tiveram papel fundamental na reestruturação das empresas, que puderam horizontalizar as suas estruturas e, por meio de TICs de baixo custo, transnacionalizar a produção.
Ao analisar a questão da produtividade, Castells ressalta que a introdução das novas tecnologias somente começaram a ter efeito a partir do final da década de 1990, o que justificaria a ausência de aumento de produtividade no período 1970-80. Ressalta, também, o impacto dessa reestruturação do capital financeiro e da nova sociedade organizada em rede em relação ao trabalho.
Argumenta que, mais do que as novas tecnologias, as políticas empresariais e governamentais, bem como aspectos institucionais e culturais é que determinam os impactos na questão do emprego.
Sustenta, ainda, que há um processo tendente à dualização do trabalho, com aumento substancial dos trabalhadores de alto nível e também de nível de menor qualificação, havendo um claro achatamento dos empregados de padrão intermediário de conhecimento e rendimento.
Castell apresenta a sua formulação teórica que intitula "a cultura da virtualidade real", lembrando que as culturas consistemem processos de comunicação e que, sendo a comunicação baseada em sinais, não há separação entre "realidade" e representação simbólica. Isso é importante para destacar que as relações humanas, cada vez mais, se darão em um ambiente multimedia, cujos impactos ainda estão por serem estudados.
texto da wikipedia. Ver também aqui
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