13.6.07

Para quando um exame de aferição da Língua Portuguesa à DREN ?

Transcrição da crónica de Manuel António Pina sob o título «Pensamento Único» publicada hoje no Jornal de Notícias


O Ministério da Educação tornou-se na vanguarda do regime de pensamento único entre nós. A ministra ainda não chegou ao ponto de dogmatizar a sua infalibilidade, mas não hesita em mostrar que não gosta de ser contrariada com opiniões diversas das suas. Diálogo, no ME, só assentindo com a cabeça.

Daí que a Associação dos Professores de Matemática se tenha, como diz o assessor de Imprensa de Maria de Lurdes Rodrigues, naturalmente "auto-excluído" da Comissão de Acompanhamento do Plano da Matemática quando sobre ele manifestou opinião diferente da da ministra. Porque uma questão tão simples como a do insucesso escolar na Matemática tem apenas uma solução, a da ministra.

O que acontece na DREN é só uma metástase do mesmo tumor autocrático. As notícias sobre o modo como a directora regional gere o seu quintalório são, por isso, uma "campanha sem precedentes". Não é a gestão de Margarida Moreira que não tem precedentes, são as notícias sobre ela. Mas o comunicado da DREN sobre a matéria é notável não só pela sua particular concepção da liberdade de imprensa mas também pelo não menos particular Português em vigor na DREN. Não são só erros grosseiros de concordância, é a própria expressão.
Para quando um exame de aferição de Língua Portuguesa na DREN?