6.6.07

Activistas portugueses do GAIA estão em Rostock a bloquear cimeira do G8

Activistas do GAIA ( associação ecologista portuguesa) estão neste momento na linha da frente a bloquear o portão 2 que dá acesso ao perímetro proibido, em Rostock.

Estão mais de 10 000 pessoas em desobediência Civil NÃO VIOLENTA.

Hoje, quarta-feira dia 4 de Julho de 2007, por volta das 15 horas portuguesas um grupo de activista do GAIA encontra-se na linha da frente em forma de exército de palhaços a bloquear a vedação que dá acesso ao portão 2 do perímetro proibido da Cimeira do G8, em Rostock na Alemanha.
Para o dia 7 de Junho está marcada uma grande manifestação, onde são esperadas mais de 100 mil pessoas.

O objectivo dos activistas é bloquear o decurso normal da cimeira, através de métodos de acção directa não violenta e de desobediência civil. Em causa estão as políticas de globalização económica neoliberal que promovem a destruição do ambiente e a injustiça social. Por outro lado, os activistas consideram ilegítimo, anti-democrático e imoral, que
as 8 maiores potências económicas se reúnam para definir as políticas globais que afectam todo o planeta e toda a sociedade.

Na Alemanha, a repressão junto dos movimentos sociais tem vindo a escalar com a aproximação do G8. Na opinião de Silvia Hable, activista alemã do GAIA, "há uma intenção clara de criar uma divisão entre os bons e os maus manifestantes, tentando associar os movimentos de acção irecta a grupos terroristas, como forma de os descredibilizar e enfraquecer as estruturas que se opõe ao G8". As medidas do governo são desproporcionadas: foram gastos 13 milhões de euros numa cerca de 2,5 metros de altura, num raio de 200 metros em torno da cimeira, suspensos os acordos de Schengen e de livre circulação de cidadãos europeus, vários centros sociais na Alemanha foram alvos de buscas, dezenas de activistas foram detidos em acções marcadas pela presença de canhões de água e gás lacrimogénio, entre outras medidas da parte do estado alemão que têm promovido uma escalada dos confrontos e da violência. “Ainda assim, toda a situação ajudou a politizar os cidadãos e aumentou a percepção de que as políticas do G8 também não prejudicam apenas os países mais pobres, mas reflectem-se também a vários níveis nas nossas sociedades”.

Gualter Barbas Baptista, coordenador da campanha contra os transgénicos do GAIA, afirma estar em Rostock para "protestar de forma pacífica, mas directa, desafiando a lógica de poder ilegítimo do G8", com o objectivo de "denunciar as políticas de mercado livre estabelecidas pelas grandes potências, que não servem os interesses da sociedade, mas sim uma agenda corporativa dominada pelos interesses do petróleo, da agro-química ou da
biotecnologia agrícola. Um exemplo da incompatibilidade das agendas corporativas e sociais foi o final da moratória ao cultivo de transgénicos na UE, contra o interesse dos cidadãos e agricultores europeus e por pressão da Organização Mundial do Comércio.
A resistência às políticas globais do G8 será também global. Em
Portugal, o GAIA junta-se a um apelo global à Acção Directa pela Justiça Climática, que resultará em acções no dia 8 de Junho nas cidades de Lisboa, Coimbra e Porto.
"Perante a mediatização, superficialização e mercantilização das alterações climáticas, estamos a manter o status quo dos países poluidores e quem paga a dívida do carbono é, cada vez mais, os países do Sul, que sofrem uma deslocalização da poluição e são quem mais sofre com os impactes".