Mais de 140 sindicatos já anunciaram a sua adesão à greve geral convocada pela CGTP para a próxima quarta-feira (30 de Maio), um protesto que "está a mexer com a sociedade" e que a central sindical considera, por isso, que "já está a ser um êxito".
"A sociedade sente que esta situação de marasmo, de desesperança, precisa de ser sacudida", disse o secretário-geral, Carvalho da Silva, que se escusou a falar em previsões de adesão, mas manifestou a convicção de que "vamos ter uma grande greve geral". "Esta greve não é para dizer ao Governo: "Rua!". É por uma mudança de políticas", afirmou à imprensa.
Entre as "fortíssimas razões" para o protesto, o sindicalista destacou a "imposição do [peso do] poder económico sobre o conjunto da sociedade", que leva a que o país esteja "crescentemente atrofiado", e a "soma de resultados resultados negativos" do Governo. Como exemplo desta última situação referiu a perda salarial de 2006, a maior dos últimos 22 anos, e o agravamento do desemprego, que no primeiro trimestre atingiu os valores mais altos desde 1986.
A necessidade da greve é apresentada também pelo líder da CGTP com o facto de o país "estar a ficar menos coeso" e por "as forças neoliberais da União Europeia estarem a fazer pressão sobre o Governo" para que, durante a presidência portuguesa, "credencie, à esquerda, mudanças de cariz conservador".
A CGTP denunciou pressões ainda para evitar a adesão à greve - através de mecanismos como ameaça de corte de prémios, promoções e não-renovação de contratos dos trabalhadores. No caso dos transportes, a pressão "começa na definição de serviços mínimos", acusou a central, que referiu o exemplo da Transtejo, onde foi fixada a obrigatoriedade de um barco de meia em meia hora, decisão de que vai recorrer.