6.5.07

Como a mini-saia subverteu o moralismo tradicionalista imposto por Salazar às mulheres portuguesas

No início dos anos 60 o aparecimento da mini-saia um pouco por todo o lado veio a minar a moralidade dominante e a subverter todo o tradicionalismo conservador e reaccionário que Salazar e os seus comparsas do integralismo lusitano, com o Cardeal Cerejeira à frente, quiseram impor aos portugueses ao longo da sua ditadura que começou com o golpe militar a partir de 1926 e se consolidou com o regime do Estado Novo da Constituição Corporativa de 1933

O modelo da mulher doméstica ( e domesticada), dona de casa e submetida ao marido ( definido como o cabeça-de-casal), começou a ser posto em causa e com ele a tríade da moral e da ideologia salazarista do «Deus, Pátria e Família»


A geração bay-boom do pós-Guerra tinha atingido a adolescência e pretendia romper os arquétipos morais e ideológicos que moldaram as mentalidades e os costumes das épocas passadas. A música, o corpo e a indumentária serviram perfeitamente para esse objectivo. O rock (com o seu ritmo endiabrado), a dança lasciva que a acompanhava, e as roupas leves foram o sinal premonitório para as lutas emancipadoras pela liberdade de costumes e de ideias que se prologaram pelos anos seguintes.
Portugal, apesar da censura e dos apertados controles da ditadura de Salazar, não foi excepção ao vento que soprava por maior liberdade.

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