26.4.07

Seminário no ISCTE sobre «Comunismos: História, Poética, Política e Teoria»

26 de Abril - 17H30
Sessão-debate sobre
Literatura e Comunismo - Walter Benjamin
com António Guerreiro e Manuel Gusmão
Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa
ISCTE (Lisboa), Auditório B103

Integrado no "Seminário Comunismos: História, Poética, Política e Teoria".
Organização: Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa do ISCTE
Coordenação: João Arsénio Nunes e José Neves.


Leia mais para ver o programa de todas as sessões

PROGRAMA
[todas as sessões decorrem no ISCTE às 17h30]

26 de Abril
Auditório B103.
Literatura e comunismo - Walter Benjamin.
com António Guerreiro e Manuel Gusmão.

3 de Maio
Sala C402
A Alegria Comunista. Portugal, anos 30.
com Luís Crespo de Andrade.

10 de Maio
Sala C402
"Portugal não é um país pobre": história de uma exclamação comunista.
com José Neves.

17 de Maio
Sala C402.
Americanismo e Comunismo.
com Ruben de Carvalho.

24 de Maio
Sala C402.
Comunismo e sacos de batatas.
com Fernando Oliveira Baptista e Paula Godinho.

31 de Maio
Sala C402.
Comunismo e Guerra Civil de Espanha.
com Daniel Kowalsky.

4 de Junho
Sala a indicar
Música Moderna ou Música Proletária? Os Debates no Meio Musical
Soviético (1917- 1932).
com Manuel Deniz Silva.

14 de Junho
Auditório Afonso de Barros.
Democracia e Revolução: a América Latina e o Socialismo hoje.
com Diana Raby e Miguel Urbano Rodrigues.

Texto de apresentação do seminário:

Desde o "espectro que ronda na Europa" de 1848, até ao fim da União
Soviética e do bloco de leste na última década do século XX, o comunismo foi provavelmente na história contemporânea o movimento e a ideologia que mais paixões suscitou e mais afectou a vida dos Europeus. Fora da Europa, no século XX a sua influência não foi menor, e cerca de um quinto do género humano habita actualmente Estados com governos comunistas.
No princípio do século XXI, desaparecida a contraposição de sistemas mundiais e quando a globalização capitalista ordena a marcha do planeta e dos que o habitam, é difícil entender o que diziam Marx e Engels ao escreverem que "o comunismo não é uma situação que deve ser implantada, um ideal por que a realidade se deverá reger; chamamos comunismo o movimento real que supera a situação actual." E no entanto o tempo que vivemos evoca inevitavelmente uma história de mudança através da destruição, que caracterizou os últimos dois séculos, e perante a qual o comunismo se representou como o crítico teórico e a alternativa prática.
Para além de actor político de ambição universal, o comunismo influenciou as práticas sociais e as esferas da cultura em praticamente todos os domínios.
Nesse movimento, a combinação entre as suas componentes teleológicas e societais diversificou-se, daí que haja lugar a falar em comunismos no
plural. Tal diversificação motiva a interrogar os comunismos nas suas raízes teóricas e históricas, na multiplicidade da suas conexões e conotações: como história, como poética, como política e como teoria. Embora a investigação e o debate científicos sobre o comunismo ocupem hoje em toda a Europa e nos EUA um lugar relevante nos currículos universitários - o que aliás se acentuou nos últimos anos, em consequência do extraordinário alargamento dos arquivos disponíveis -, em Portugal encontramo-nos, salvo excepções individuais, na infância da arte. O presente seminário visa impulsionar a superação deste estado de coisas, fazendo das correntes intelectuais, dos movimentos sociais, das organizações políticas e das teorias que historicamente se relacionaram com o comunismo (socialismos utópicos, marxismos, anarquismos) um objecto de indagação, pesquisa e debate científico, capaz de repercussões tanto no aprofundamento da investigação como no ensino universitário e na divulgação.
Tem-se em vista, em particular, contribuir deste modo para a superação da separação entre a história contemporânea de Portugal e a história geral, nomeadamente europeia.
O seminário acolhe contribuições que não se reivindicam de qualquer conceptualização marxista mas se debruçam sobre os comunismos e, também, contribuições - no âmbito da história, da antropologia, da sociologia, da filosofia, dos estudos literários e artísticos -, que
convocam as tradições marxistas em domínios que excedem o âmbito da história do comunismo.
O seminário iniciar-se-á em Abril e terminará no final de 2007.