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A nossa sociedade está constantemente a inventar máquinas, aparelhos e artifícios que nos fazem estar sentados, a desfrutar cheios de stress, a rir como drogados e a viver como mortos.
Andar é deslocar-se ao longo de um espaço utilizando o movimento das pernas, primeiro uma e logo depois a outra, fazendo com que o músculo unido aos ossos por tendões e tecido, converta a energia químia em tensão e contracção, fazendo assim mover os ossos. A coordenação destes movimentos, fruto de aprendizagem desde a primeira infância, permite mover o corpo para outro local.
Hoje em dia, cada vez que temos de fazer coisas em lugares afastados, preferimos cada vez mais a deslocação do nosso corpo por via de outros meios que não o do próprio, meios esses, que as mais das vezes, são autopropulsionados por combustíveis fósseis, e que permitem poupar tempo e esforço. Graças a isso podemos dedicarmo-nos a outras actividades, como trabalhar horas extraprdinárias ou ver TV (4 horas em média por dia). Evitamos também com isso encontros de rua com vizinhos ou caras conhecidas, ou ouvir anedotas e histórias sobre o quotidiano, que certamente nos roubariam tempo e constituiriam perdas irreparáveis e nos impediam de ver a nossa telenovela preferida ou a partida de futebol entre os clubes da actualidade.
Ora acontece que gerir as nossas deslocações constitui uma das mais importantes e valiosas possibilidades. E andar e caminhar é uma recomendação que se revela vital uma vez que pelo seu efeito o corpo activa a circulação, reduz o stress e queima 300 calorias ( a andar a pé durante uma hora). Daí que o ginásio se tenha transformado quase que num ritual de executivos: almoçam rápido e vão de carro até ao ginásio do shopping center, sobem as escadas rolantes, enfiam-se no recinto e passam horas a andar – imóveis - sobre uma máquina rolante… !!!