O poeta António Gancho, de 66 anos, faleceu na Casa de Saúde do Telhal, onde se encontrava internado desde o ano de 1967. O seu falecimento foi em consequência de um ataque cardíaco ocorrido no passado 1 de Janeiro, dia em que se cumpria 39 anos que se encontrava internado naquela instituição de saúde mental no concelho de Sintra.
A sua obra não é vasta, mas não deixa de ser valiosa na recente literatura portuguesa. Esteve ligado ao grupo dos poetas surealistas, com quem privou no mítico café do Gelo.
http://www.cidadevirtual.pt/up-arte/dois/gancho-p.html
geocities.yahoo.com.br/poesiaeterna/poetas/antoniogancho.htm
Reproduzimos uma das suas poesias:
Noite Luarenta
Noite luarenta
Noite a luarar
Noite tão sangrenta
Noite a dar a dar
Na chaminé da planície
a solidão a cismar
na chaminé da planície
noite luarenta a dar a dar
Noite luarenta
noite de mistério
noite tão sangrenta
solidão cemitério
Na chaminé da planície
o Alentejo a solidar
noite luarenta que o visse
noite luarenta a dar a dar
Noite luarenta
noite luarol
na chaminé da planície
o temor e o tremor
O cavalo a luarar
a lua a fazer meiguice
noite luarenta a luarar
noite luarenta a luarice.
António Gancho