Apela-se aos pais, aos professores e aos jovens para rejeitar o assédio e o autêntico raid de consumismo comercial que os estudantes, as suas famílias e os professores são normalmente vítimas por ocasião do recomeço de aulas em cada ano lectivo.
Não faltam exemplos do assédio por parte dos publicitários e das mais variadas empresas junto da população e das comunidades escolares para a compra e posse de múltiplos objectos e materiais que são apresentados como imprescindíveis para o sucesso escolar, desde o material de informática até a empréstimos bancários, passando pelos mais diversos e imaginativos elementos e acessórios, sem esquecer o autêntico roubo em que se transformou o negócio chorudo dos manuais escolares, verdadeira fraude escolar que as famílias dos alunos são as principais vítimas. A penetração da publicidade e de produtos empresariais dentro das escolas torna-se cada vez mais uma realidade que importa denunciar, e sensibilizar todas as comunidades educativas para a sua completa rejeição.
Recusamos firmemente que os alunos e os jovens em geral sejam presas fáceis de operações de marketing e publicidade encapotada dentro do espaço escolar. Apela-se pois quer às famílias dos alunos, quer aos encarregados educativos de cada escola para boicotarem e não permitirem a entrada de marcas publicitárias dentro do recinto escolar como primeiro passo para uma educação não consumista dos jovens e para a sua descolonização mental, habituando-os e mantendo a sua educação fora da ditadura das marcas e da pressão e assédio da publicidade e do marketing.
A escola é, e deve manter-se, um espaço privilegiado de aprendizagem e autonomia o que pressupõe e exige a salvaguarda das crianças e dos jovens face aos apetites e pressões das firmas e das marcas comerciais, de forma a não serem vítimas de pulsões consumistas nem se tornarem consumidores compulsivos. A monocultura do consumismo dominante veicula padrões e valores que são forçosamente muito distintos da educação pública e da pedagogia escolar.
É preciso não esquecer que os publicitários funcionam como verdadeiros dealers à porta da escola: esperam pelas crianças e jovens, sabendo sobejamente que, quantos mais cedo os conseguirem convencer para o consumismo compulsivo e irreflectido, mais difícil se tornará a desintoxicação no futuro. É esse o objectivo do marketing e dos publicitários: tornarem as crianças e os adolescentes em jovens adictos de marcas e produtos a fim de que outras grandes empresas possam explorar em seu proveito outros jovens no outro extremo do planeta.
É, por exemplo, justamente por efeito da publicidade e de outros factores que lhe estão adjacentes que existe um número cada vez maior de crianças e jovens a sofrer de obesidade e de outras doenças.
Face à crescente agressão e penetração da publicidade junto dos alunos e respectivas famílias é preciso resistir de forma a preservar os valores e os princípios da educação e da autonomia e não permitir que a pedagogia escolar seja pervertida pelo mercado.
É preciso resistir às agressões e ao assédio da publicidade dentro da escola e junto dos alunos e estudantes
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