Em Setembro de 1970 Salvador Allende ganha as eleições presidenciais no Chile e, desde então, é desencadeada uma violenta campanha de intoxicação e de agitação contra o governo de Unidade Popular até ao seu derrube por meio do golpe militar de 11 de Setembro de 1973, apoiado pelos Estados Unidos, no qual encontraram a morte milhares de pessoas, entre elas Allende, cujo Palácio presidencial foi bombardeado pelos aviões golpistas, e a partir do qual o Chile viveu o período mais negro da sua história, esmagado sob a ditadura fascista de Pinochet em que milhares de pessoas foram perseguidas, presas, torturadas e mortas, tendo muitas delas desaparecido.
Grande parte da responsabilidade das acções de desestabilização social e política deve ser assacada aos Estados Unidos, e muito particularmente às suas agências de informação, como a CIA, que estiveram muito activas durante todo o período por que durou o governo de Unidade Popular e que não se cansaram até Allende ter sido morto às mãos dos militares golpistas.
Com efeito, desde a eleição de Allende e a entrada em funções do governo de Unidade Popular o Chile tornou-se aos olhos dos norte-americanos um perigo para a «democracia», e a então Administração Nixon empenharam-se diligentemente em desestabilizar a democracia chilena, financiando as forças, as milícias e os partidos da extrema-direita e fomentando o golpe de estado militar
Recorde-se que Allende, logo que assumiu a direcção do governo chileno, tinha nacionalizado as grandes empresas e os bancos, em especial as empresas estrangeiras que exploravam os recursos mineiros do Chile, verdadeiros vampiros do povo chileno.
Allende tentou ainda levar a cabo uma política social a favor das camadas sociais mais pobres e exploradas, ensaiando formas democráticas de gestão.
O 11 de Setembro deve ficar na memória dos povos como uma página negra da luta pela liberdade e pela justiça, a fim de ninguém mais esquecer o que são capazes de fazer as multinacionais e os homens de mão dos Estados ricos aos países do sul que lutam pela salvaguarda das suas riquezas.
O 11 de Setembro é mais uma data em que os Estados Unidos derrubaram uma democracia e um presidente democraticamente eleito