Hoje em que faz anos o 25 de Abril é preciso retomar o combate de sempre: ajudar a fazer a história dos mais fracos e dos mais explorados.
Porque o 25 de Abril não foi só o golpe militar que derrubou o regime salazarista do corporativismo fascista e que permitiu a descolonização e o regresso a casa dos militares empenhados nas três guerras coloniais.
O 25 de Abril foi também o momento histórico em que os homens e mulheres do triste e ledo Portugal começaram a abrir a boca, a chamar as coisas pelos nomes e a pedir justiça e dignidade para a sua vida.
O processo revolucionário que se lhe seguiu mostrou bem como é possível as pessoas tomarem o seu destino em mãos e lançarem-se em construir uma sociedade mais participativa e justa.
Qualquer que tenha sido o desfecho desse processo, a data do 25 de Abril ficará sempre associada à queda de um regime desacreditado, à libertação dos presos políticos, e à restauração das liberdades públicas que dão dignidade a um ser humano.
Aos jovens de então o 25 de Abril será muito mais que isso. Representa um marco da sua juventude e dos seus projectos existenciais, e uma brisa fresca da liberdade. Que só muito dificilmente se esquecerão. Sobretudo nos tempos malditos do regresso à ordem e à mentira institucionalizada.
Por isso é imperioso continuar aquele combate.
Muito poucos ainda o sabem, mas já faltou mais para o próximo 25 de Abril…