16.3.05

Harold Pinter deixa o Teatro para criticar e denunciar os políticos


O conhecido dramaturgo inglês considera que o actual clima político é muito preocupante

O dramaturgo Harold Pinter, uma das figuras mais importantes não só do teatro mas da cultura britânica de todo o século XX decidiu abandonar a actividade criadora para dedicar-se, a tempo inteiro a criticar a "preocupante" forma de actuar dos políticos.

Pinter, de 74 anos, autor de obras como "A festa de aniversário" (1958), "O porteiro" (1960) ou "Velhos tempos" (1971), confessou que, depois s de 29 peças teatrais, continuará a escrever poemas, mas não peças de teatro.
O clima político actual «é muito preocupante», declarou Pinter à cadeia BBC ao explicar a sua decisão

Quando jovem, Harold Pinter sempre assumiu o seu antimilitarismo e negou, inclusivamente a fazer o serviço militar, invocando a objecção de consciência.

O seu activismo político e pacifista tem vindo a ser cada vez mais notório com a invasão e ocupação do Iraque ao ponto de ter qualificado Tony Blair como «criminoso de guerra» que gosta de exibir um repugnante sorriso cristão, segundo as palavras do dramaturgo.
Também não poupou os Estados Unidos que, sob a liderança de George W.Bush, considera ser um país dirgido por um bando de delinquentes.

Recorde-se que, alguns meses atrás, Harold Pinter juntou-se a um grupo de pessoas, entre as quais o actor Corin Redgrave, e o produtor discográfico Brian Eno, para assinar um pedido de impugnação de Blair, como primeiro-ministro.

Harold Pinter mostrou-se também muito crítico nos últimos dias a propósito da polémica lei antiterrorista recentemente aprovada pelo Parlamento inglês que reforça o poder do ministro do Interior, e das autoridades policiais, em detrimento do poder dos juízes para fins de busca domiciliária a simples suspeitos.


(post de 16/3/2005)