A partir do dia 22 de Março, consagrado como dia mundial da água, tem início a Década da água por iniciativa das Nações Unidas (ONU)
Trata-se de mais um esforço para reverter o quadro dramático e progressivo de eliminação dos mananciais e deterioração da qualidade das águas do planeta Terra.
A esse objectivo há que acrescentar a luta contra a privatização e mercantilização das águas.
Gerir quantidades limitadas de água, aproveitar os reservatórios ainda existentes, preservar os mananciais, cuidar da qualidade das águas, serão certamente tarefas para o resto dos dias da humanidade.
Aos problemas antigos – e que, afinal, são tão recentes! - acrescentam-se outros ainda mais recentes. Assim, os últimos estudos sobre o aquecimento global mostram que os gelos milenares estão já a derreter, principalmente as do Himalaias, que alimentam os rios da China, Índia e Nepal. Estima-se que o recuo do gelo seja de dez a quinze metros por ano.
O gelo do monte Kilimanjaro, na Tanzânia derreteu pela primeira vez em toda a sua história. Esse fenómeno significa no imediato mais enchentes.
Porém, a longo prazo, significa muito mais : a perda da fonte que abastece os maiores e mais importantes do planeta.
O gelo do monte Kilimanjaro, na Tanzânia derreteu pela primeira vez em toda a sua história. Esse fenómeno significa no imediato mais enchentes.
Porém, a longo prazo, significa muito mais : a perda da fonte que abastece os maiores e mais importantes do planeta.
Além do mais, significa que haverá uma mudança drástica na equação planetária da proporção entre as águas doces e águas salgadas – na actualidade, 97,6% de salgadas versus 2,4% de águas doces -, já que 2% das águas doces existentes estão exactamente nos regiões geladas.
O fenómeno converterá a água doce em água salgada - a proporção passará a ser de 99,6% de salgadas contra apenas 0,4% de águas doces – provocando a diminuição da oferta de água doce, elevando o nível dos oceanos e inundando as áreas baixas dos litorais e das ilhas com pouca altura