23.5.12

Feira do Livro Anarquista de Lisboa (25,26 e 27 de Maio na Faculdade de Belas Artes de Lisboa)



FEIRA DO LIVRO ANARQUISTA de LISBOA
25, 26 e 27 de Maio

Local:
Faculdade de Belas Artes de Lisboa
Largo da Academia Nacional de Belas Artes, Lisboa

Metro: Baixa/Chiado

Como chegar:
http://g.co/maps/8xcqd







A 5ª Feira do Livro Anarquista terá lugar de 25 a 27 de Maio, em Lisboa, criando um espaço de debate, encontro e convívio, aberto a todos.

O objectivo é aprofundar e divulgar as ideias anarquistas, enquanto ataque real a esta sociedade exploradora, autoritária e antropocêntrica, incentivando as publicações independentes, criando espaços de discussão e de troca de ideias que possibilitem projectos alternativos e modos autónomos de vida.

Partindo de um inconformismo face a todas as formas de dominação, continuamos a promover o pensamento libertário e a rejeitar qualquer mediação política.
Acreditamos numa vivência que respeita a singularidade e as diferenças entre cada indivíduo e grupo, numa relação pacífica com a biosfera. Acreditamos que é possível pensar a realidade de uma outra forma e actuar sobre ela.

Para poderes reservar lugar para a tua banca envia mail para


PROGRAMA

Sexta-feira 25 de Maio


14h - Abertura da Feira


16h – Filme “Fahrenheit 451”
François Truffaut, 1966, cor 112 min.

Fahrenheit 451 é um romance distópico de ficção científica, escrito por Ray Bradbury e realizado por François Truffaut em 1966.
O filme apresenta um futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas anti-sociais e hedonistas e o pensamento crítico é suprimido, em prol de uma sociedade pacificada pela televisão e outros instrumentos dissuasores. Num futuro hipotético, os livros e toda a forma de escrita são proibidos por um regime totalitário, sob o argumento de que fazem as pessoas infelizes e improdutivas.
O personagem central Guy Montag, trabalha como bombeiro - o que na história significa “o que queima livros” - mas Montag (Oskar Werner) começa a questionar tal linha de raciocínio, quando vê uma mulher preferir ser queimada com a sua vasta biblioteca ao invés de abandonar o local. O número 451 refere-se à temperatura (em Fahrenheit) em que o papel ou o livro incendeia… 


18h – Conversa sobre Autogestão

O que é a Autogestão? Diferença entre Autogestão, Cooperativismo e Co-gestão; A experiência autogestionária durante a Guerra Civil Espanhola; Empresas autogestionadas na Argentina de 2001 até ao presente; Outros exemplos actuais em vários países, nomeadamente Espanha e EUA.

Apresentação do documentário “Argentina Turning Around”
Em 1990, a Argentina abraçou a globalização, a qual, em vez de trazer um crescimento económico, provocou o colapso do país. O documentário pretende averiguar como é que as pessoas, através do apoio mútuo e da solidariedade, se organizaram sem patrões e sem partido – em autogestão.


20h – Apresentação de Espaços: 

Centro de Cultura Libertária – Cacilhas, Almada

Biblioteca Observatório dos Estragos da Sociedade Globalizada – Santos, Lisboa 


22h – Performance:

Título: Sem Altar
Autoras: Andrea Inocêncio e Dani d'Emília
Sinopse: Deambulação performática a partir de uma selecção especial de textos de carácter duvidoso

23h – Encerramento da Feira



Sábado 26 de Maio


10h – Abertura da feira


10h30 – Oficina de Encadernação – BOESG

Promovida pela Secção de Auto-Suficiência da Biblioteca Observatório dos Estragos da Sociedade Globalizada, pretende-se transmitir aos participantes conhecimentos que lhes permitam encadernar livros de forma autónoma.
   

14h – Apresentação de publicações: 

14h – Boletim Anarco-Sindicalista

Existindo desde 1996, o Boletim Anarco-Sindicalista é publicado pela Secção Portuguesa da Associação Internacional dos Trabalhadores, a AIT-SP. Com especial enfoque no mundo do trabalho, nele se poderão encontrar notícias, textos e análises sobre as questões da actualidade a partir de uma perspectiva anarco-sindicalista e ficar a conhecer melhor tanto a AIT-SP, como as suas organizações irmãs espalhadas um pouco por todo o mundo. 

14h30 – Raividições 

"A Raividições é um projecto editorial que surge em 2006. O desejo de dar vida a um projecto assim nasce da vontade de ver em português alguns textos que sempre considerámos essenciais para demonstrar aquilo que sentimos em relação à vida e ao modo como a queremos viver, livremente. A introdução de determinados conceitos num contexto que deles necessitava para se desenvolver qualitativamente, assim como de perspectivas sobre esta sociedade e como a tentarmos destruir, foi uma das razões principais para levarmos a cabo este projecto, sendo que no contexto actual queremos continuar com textos que vão mais além dessa introdução.
Ao traduzir textos que nasceram na e da luta contra o existente, queremos tornar a sua divulgação o mais alargada possível entre quem se sinta cúmplice, para que sobre eles se possa pensar e passar à prática."

15h – Revista Alambique 

Acaba de sair mais um número (4º) da revista anarquista Alambique. Neste número é lançado o convite para se falar em torno do “Alentejo Cigano”, assim como à volta de "Setúbal Rebelde", ou o questionar do progresso e do desenvolvimento que é traçado para o Alentejo. Revista editada pelo Colectivo Gonçalves Correia a partir do Baixo Alentejo.

15h30 – Vacaciones en Polonia

Vacaciones en Polonia é, aparentemente, uma publicação aperiódica sobre literaturas não convencionais. A crítica literária, assim como o suicídio, a antropofagia, a utopia ou a dinamite, pouco importa aos seus autores. No entanto, as suas pequenas células dançam cada vez que, ao jogar-se com a linguagem ou com as palavras dos outros, encontram flashes de luz casuais. Vacaciones en Polónia é a resposta política a esses encontros.

16h – El Rapto – Grupo Surrealista de Madrid

Já está nas bancas o novo El Rapto, um número duplo especial dedicado não tanto aos acontecimentos e aos processos gerados pelo chamado 15-M, mas a um movimento muito mais amplo e profundo de resistência, contestação e (quem sabe) de insurgência revolucionária mundial, do qual o 15-M é apenas mais um elemento sintomático. Desta forma, poderás encontrar nas suas 16 páginas uma amostra completa e variada de panfletos, declarações, manifestos, críticas, acções, posturas e análises que geraram a revolta do 15-M entre distintos colectivos, sempre desde uma visão radical que rejeita e deseja ir mais além, tanto das ficções e dos oásis reformistas dos cidadanistas, como da apatia e da desconfiança sistemática e desencantada do derrotismo ilustrado. Por outro lado, estes textos acompanham e integram-se nas notícias do outro lado da subversão generalizada, de Grécia a Londres, de Oakland ao Egipto, que ainda agora começou. É pelo menos isso que desejamos e é essa a pretensão do El Rapto e de quem o edita.


17h – Apresentação do Es.col.a 

O Es.Col.A (Espaço Colectivo autogestionadas) é um projecto de dinamização da antiga Escola Primária do Alto da Fontinha no Porto que se encontrava ao abandono há 5 anos.
Contando com o apoio popular, o Es.Col.A. conseguiu recuperar o edifício e durante mais de um ano trazer vida e alegria a um espaço devoluto, seguindo os princípios da autogestão e do consenso e rejeitando todas as formas de hierarquia. Este projecto “nascido no bairro e para o bairro da Fontinha” abrange diversas actividades: apoio educativo às crianças; oficinas de música, teatro e trabalhos manuais; círculos de estudos artísticos; yoga; xadrez; jantares populares; capoeira; aulas de línguas…
Apesar do violento despejo a 19 de Abril ordenado pela Câmara Municipal do Porto, o Es.Col.A não desistiu de devolver este espaço à comunidade e continua a realizar agora no Largo da Fontinha as suas actividades e assembleias, anunciadas no blog: http://escoladafontinha.blogspot.pt/.


18h – Encerramento da Feira


20h – Jantar no Espaço DA BARBUDA*

22h – Concertos no Espaço DA BARBUDA

Xoto 
Mentis Afro

* Largo da Severa nº8 - Lisboa
Email: severafeliz@gmail.com
Metro: Martim Moniz


Domingo 27 de Maio


10h – Abertura da feira


10h30 – SOLIDARIEDADE é prática, não somente palavras...

A repressão sobre os meios anarquistas na Grécia é brutal. Com o objectivo de atingir as Organizações Revolucionárias, Luta Revolucionária e Conspiração das Células de Fogo, têm sido efectuadas detenções em massa, mantendo os/as companheiros/as em prisão preventiva por longo tempo, são forjadas provas...
A Grécia tornou-se o laboratório do totalitarismo económico. O aumento da actividade da extrema-direita, a demonização da expansão da migração e o canibalismo social. Campos de detenção de imigrantes. Os anarquistas na luta contra a “Aurora Dourada”, organização fascista grega em franca expansão.

Luta social na Grécia... a auto-defesa das populações foi acompanhada pela consciencialização em relação ao papel do estado, dos sindicatos burocratas, dos partidos? Um ano de luta em Keratea.
Ser-se solidário significa fazer ecoar sem parar as lutas de todas as partes do mundo… os casos da CONTRA INFO e da A.N.A. Agência de Notícias Anarquistas.

Visionamento de vídeos alusivos aos temas tratados na actividade. 


12h – Apresentação do texto “Para que a insurreição tenha êxito, temos primeiro de nos destruir a nós próprios” de Alex Trocchi. Um debate sobre questões de identidade.

“Para que a insurreição tenha êxito, temos primeiro de nos destruir a nós próprios” é um texto que põe em questão a utilização de uma identidade declaradamente anarquista num contexto insurreccional. Baseado na experiência grega de Dezembro de 2008 a Maio de 2010, ele foca a pertinência de uma idiossincrasia de cariz anarquista, com as suas diversas nuances, dentro de um contexto social dissolvido em diferentes identidades que reflectem uma falsa liberdade subsumida pelo capital. Será que a destruição das nossas identidades revolucionárias não trará uma maior cumplicidade entre aqueles e aquelas que desejam uma outra forma de vida? Este debate andará em volta desta e de outras questões, procurando estabelecer pontes entre a experiência grega e a nossa própria experiência.


14h – Apresentação de livros

A Biblioteca Terra Livre de São Paulo apresenta:

Escritos Sobre Educação e Geografia
Autores: Élisée Reclus e Piotr Kropotkin
Editora: Biblioteca Terra Livre

No “O ensino de geografia”, Reclus nos faz um alerta, “para aprender, tratemos antes de compreender” e recorre ao método científico para que isso se dê forma livre e divertida, pronunciando sobre o malefício para a verdadeira aprendizagem o fato de já naquela época as escolas parecerem mais com uma prisão do que um lugar convidativo a descoberta. Aliás, para Reclus, a verdadeira descoberta se daria fora dos muros das escolas, tendo em vista que aprender se trata de conhecer a vida em suas infinitas dimensões, e essas dimensões seriam incapazes de serem apreendidas entre quatro paredes.


14h30 – Cinema e Anarquia

Exibição de filmes mudos realizados pela cooperativa anarquista de cinema Cinéma do Peuple na década de 1910 em França.

A Comuna (La Commune)
França, 1914, 35mm, preto e branco, 22min
Cinéma du Peuple; de Armand Guerra 

As Misérias Da Agulha (Les misères de l’aiguille)
França, 1914, 35mm, preto e branco, 13min
Cinéma du Peuple; de Raphäel Clamour, Jeanne Roques, Lina Clamour, Gaget, Michelet, Armand Guerra

O Velho Doqueiro (Le Vieux docker)
França, 1914, 35mm, preto e branco, 5min
Cinéma du Peuple; de Armand Guerra, Yves-Marie Bidamant e Charles Marck.

Também serão exibidos dois filmes realizados por grandes estúdios de cinema comerciais do início do século XX que criticam e combatem o anarquismo.

Assassinato do Ministro Plehve - Grão Duque Serge (Assassinat du ministre Plehve – grand duc Serge)
França, 1904, 35mm, preto e branco, 1min16
Pathé; de Lucien Nonguet

A Terrorista (La Terroriste)
França, 1907, 35mm, tingido, 11min20
Gaumont


16h – Conversa sobre Decrescimento

O relacionamento dos anarquistas com a economia. Prevalência do marxismo e do keynesianismo como correntes do pensamento económico actual em oposição à vaga dominante neo-liberal. Porque é que os modelos de desenvolvimento defendidos por estas correntes e baseados no crescimento económico estão errados. Relação entre a actual fase do capitalismo e as causas da chamada “crise”. Porquê defender o decrescimento? Breve apresentação de propostas alternativas à globalização e ao neo-liberalismo. Tendo como ponto de partida as teorias do Primitivismo e do Anti-desarrollismo, pretende-se gerar um debate sobre a crítica ao progresso e à civilização actual, onde possam surgir algumas premissas que sustentem uma luta real e local contra o avanço do capitalismo.


18h – Encerramento da Feira