5.1.11

A liberdade de imprensa na Hungria acabou, quando o governo daquele país assumiu a presidência da União Europeia




No dia 1 de janeiro, quando Budapeste assumia a presidência da UE, entrou em vigor na HUngria a nova lei para a Comunicação Social que termina com a liberdade de imprensa naquele país. O jornal húngaro Népszabadság vem di-lo expressamente na sua primeira página em todas as línguas dos países integrantes da União Europeia.
Esta lei para a Comunicação Social serve efectivamente as intenções censórias e autoritárias do Governo de coligação Fidesz-KDNP [aliança entre o partido de centro-direita do primeiro-ministro Viktor Orbán e o Partido Democrata Cristão, no poder desde abril de 2010], criando condições para refrear, punir e, a prazo, eliminar qualquer entidade que não partilhe das suas opiniões.

Em concreto, os cinco membros do Conselho para a Comunicação Social, escolhidos exclusivamente entre personalidades do Fidesz, podem aplicar multas a uma redação a qualquer pretexto: porque consideram que um artigo não é objetivo, ou porque não gostam do que se diz de alguém do seu partido, mesmo que seja verdade. O jornal pode recorrer aos tribunais para pedir a suspensão da pena e proclamar a sua inocência. Mas com que bases será decidida em tribunal essa suspensão?

Infelizmente, a Hungria não é um caso isolado. Em todos os países, a classe política não resiste a tentar controlar os órgãos de comunicação social independentes. Itália a Áustria são os casos mais conhecidos. Em França, o Presidente Nicolas Sarkozy arranjou maneira de uma série de importantes jornais ser adquirida por empresários seus amigos.

Assiste-se a um nítido processo de condicionamento e controle da imprensa independente que tem sobrevivido, apesar das dificuldades e dos obstáculos.
Parece pois que os tempos da comunicação social amordaçada regressam em força à Europa, dita democrática !!!