30.5.10

Apresentação da reedição do Discurso sobre o Filho-da-Puta, de Alberto Pimenta, com a presença do autor (na livraria-bar Gato Vadio, hoje, às 17h.)




http://gatovadiolivraria.blogspot.com/

Livraria-bar Gato Vadio
Rua do rosário, 281 – Porto
telefone: 22 2026016
email: gatovadio.livraria@gmail.com

“[…] Ao longo do DISCURSO percebemos a reincidência de certos recursos estilísticos, tais como a elipse, o polissíndeto, a anáfora, a palavra-puxa-palavra, etc., que só vêm reforçar a sua estrutura enquanto discurso obediente às regras da gramática e do beletrismo da literatura em língua portuguesa. Assim, mais do que a desintegração, acentuamos a prática subversiva de desfiguração do código, o que vai consolidar a sátira contundente a toda a herança cultural que pesa sobre os nossos ombros. […]”
Do posfácio de Eduardo Kac à edição brasileira de 1983, ed. Codecri.



Discurso Sobre o Filho da Puta pertence a um autor que fará da absoluta irreverência o seu traço distintivo. Nesta obra, o processo iconoclasta passa pela introdução de uma linguagem transgressora e pela paródia de géneros, nomeadamente do discurso ensaístico ("de como o filho da puta existe e praticamente se encontra em todos os lugares, do pouco que se sabe acerca dele, de como os trajes e a conformação física não bastam para o definir, alguns traços distintivos do filho da puta, seus gostos e lugares que ocupa, modos de o filho da puta ser filho da puta" etc.), compondo um discurso aparentemente lógico, fortemente estruturado e até corroborado por notas de rodapé.
Ao longo destas páginas, o prosador propõe-se desmontar, de forma violenta e humorada todos os itens que configuram o "filho da puta", um conceito que nunca é definido com precisão, mas onde se concentram todos os símbolos de situações e seres institucionalizados, de tudo o que é burguês, kitsch, convencional ou falso.