17.4.10

Hei, bispos e padres, deixem os miúdos em paz! ( ou a pedofilia como doença endémica da Igreja Católica: uma Igreja pedófila ou Igreja de pedófilos?)

A história e os casos por todo o mundo do abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica
http://en.wikipedia.org/wiki/Catholic_sex_abuse_cases


Report by Commission of Investigation into Catholic Archdiocese of Dublin
http://www.justice.ie/en/JELR/Pages/PB09000504

A Research Study Conducted by the John Jay College of Criminal Justice
http://www.usccb.org/nrb/johnjaystudy/index.htm

Relatório da Igreja revela mais 11 mil casos de abuso sexual. AQUI NA BBC


Survivors Network of those Abused by Priests (SNAP)
http://www.snapnetwork.org/

http://www.childrenofpriests.org/web/


A pedofilia como doença endémica da Igreja Católica:
Uma Igreja pedófila ou uma Igreja de pedófilos?

O flagelo da pedofilia tornou-se uma verdadeira doença orgânica da Igreja Católica. Nas condições actuais não pode ser derrotada pela acção hipócrita de censura, reprovação e condenação do Vaticano. Aliás basta olhar para o que fez a Igreja a todos os padres e bispos pedófilos americanos para perceber como, de facto, não reconhece a pedofilia como um crime e um comportamento inaceitável e classifica-a apenas como mais um "pecado" a ser excluído com a confissão.

No catecismo recentemente actualizado a pedofilia não é sequer mencionada no rol dos pecados. Em qualquer caso, a pena máxima prevista é pedir perdão e se arrepender. Como se o perdão e o arrependimento pudessem curar o dano quase permanente que marca as vidas das crianças abusadas para sempre. Até agora, a Igreja preocupou-se apenas em ocultar ao mundo as suas culpas, sem, na verdade, as reprimir.

Porque, entre as muitas religiões que existem no mundo, apenas a Igreja Católica está fortemente afectada de forma massiva pela doença da pedofilia?

Em primeiro lugar pela satanização da mulher, do sexo e do corpo. A mulher, apesar do culto da Virgem Maria e tantas santas, é concebida como instrumento do Maligno para corromper o homem corrupto.

Em segundo lugar pelo o celibato obrigatório. Se os padres pudessem casar-se e constituir família, poderiam ter uma vida sexual regular com a mulher que amariam, e certamente se criaria um ambiente mais normal dentro da rígida hierarquia da Igreja. Dentro de um par de gerações, o fenómeno da pedofilia poderia reentrar na normalidade fisiológica do mundo secular.

Em terceiro lugar pela monossexualidade da estrutura da Igreja. Do Papa ao padre da igreja de bairro a Igreja é gerida apenas por homens. Se as mulheres fossem admitidas ao sacerdócio em todos os seus graus até ao papado, se houvesse uma verdadeira igualdade entre homens e mulheres dentro da igreja, certamente tudo iria mudar para melhor.

Mas isso não é possível e na fantasia da Igreja a figura de uma Papisa é vista como demoníaca. Lembramo-nos da história-lenda da papisa Joana assassinada por uma turba na alta Idade Média, por iniciativa dos cardeais do Idade Média.

Finalmente, devemos considerar que a Igreja vê a vida humana como processo de expiação e de redenção para a vida eterna. Uma espécie de antecâmara, como premissa, que deverá sofrer, sofrer tanta dor para ganhar o céu. Este ponto de vista distorce todos os valores em função de uma almejada vida eterna. Nesta distorção, a concepção demoníaca da carne em oposição ao "espírito", insinua-se a patologia pedófila.

Em conclusão: sacerdócio para as mulheres e o pleno reconhecimento da igualdade de género, fim do celibato, reabilitação do corpo humano sobre o chamado "espírito", pode curar a Igreja de pedofilia. Mas é difícil imaginar uma reviravolta humanista e secular de um poder que vive e prospera graças a proibições que impõe ao sexo e é incapaz de encontrar no Evangelho a sua motivação profunda da verdade.

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