7.10.09

O mundo libertário ( recolha de textos publicados no jornal Le Monde Diplomatique sobre o anarquismo)




Estará o anarquismo em moda?

A questão levanta-se justificadamente nos dias de hoje quando observamos a obsessão com que a polícia e os meios de comunicação se referem aos anarco-autónomos e à importância que dão às bandeiras vermelho-negras nas multitudinárias manifestações realizadas por todo o mundo.

Mas afinal o que é o anarquismo?

Será um enquadramento teórico tal qual o que foi elaborado por Proudhon, de quem celebramos neste ano de 2009 o bicentenário do seu nascimento?

Ou será que o anarquismo é antes um ideologia das organizações tais como a Confederação Nacional do Trabalho (CNT) espanhola ou a Zenjiren japonesa, ambas organizações
profundamente comprometidas com os combates populares?

Ou o anarquismo é, sobretudo, uma corrente de pensamento algo difusa que irriga as lutas sociais e culturais, promovendo ora alguma radicalidade ora alguma dose reforçada de anti-autoritarismo nesses combates sociais ?


E não faltam até, para aumentar a polémica e o interesse pelo anarquismo, líderes políticos que se reclamam de libertários, assim como grupos sem ideologia que recorrem à violência cega em nome do anarquismo.

A verdade é que todas estas dimensões coexistem e ao facto não é certamente estranho o aparente paradoxo do nº reduzido de activistas que se proclamam anarquistas e a força e persistente e surpreendente presença das ideias libertárias e do pensamento anarquista no mundo actual.


O livro agora editado pela editora chilena «Ainda acreditamos nos sonhos» com o título «El Mundo Libertário, Anarquismo » recolhe o conjunto de textos sobre o anarquismo e o pensamento libertário que foram publicados no conhecido jornal Le Monde Diplomatique a que se acrescenta um texto do historiador chileno Sergio Grez sobre a teoria e a prática dos anarquistas chilenos nas lutas sociais nos primórdios do século XX.