7.5.08

X festival internacional de teatro de tema clássico ( hoje o Agamémnon de Ésquilo é representado em Viseu)

X Festival Internacional de Teatro de Tema Clássico

ENTRE 29 DE ABRIL E 20 DE JULHO DE 2008



Locais:
COIMBRA, VISEU, BRAGA, CONIMBRIGA, S. MIGUEL DE ODRINHAS, MIRANDA DO CORVO, PENELA, SANTIAGO DA GUARDA, FUNDÃO

http://10teatroclassico.blogspot.com/


Em 2008, o FESTEA comemora a décima edição dos Festivais, razão pela qual a organização fez um esforço de valorização do programa. No sentido de cumprir este desiderato, o X Festival Internacional de Teatro de Tema Clássico contempla um conjunto de 22 iniciativas distintas (20 espectáculos de teatro e dois de música). Haverá ainda umas Jornadas de Turismo e Teatro Clássico, durante as quais será lançado o volume comemorativo dos 10 anos de Festival, que pretende também funcionar como arquivo das actividades desenvolvidas. Uma das marcas do Festival é o forte carácter itinerante, pelo que as iniciativas decorrem em Coimbra, Conimbriga, Anadia, S. Miguel de Odrinhas (Sintra), Viseu e Braga, tendo este ano sido incluídos três novos espaços (Penela, Santiago da Guarda e Fundão), em obediência a um esforço continuado de descentralização.


PROGRAMA

Dia 29 de Abril de 2008 (3ª feira), 21h30, Coimbra, Teatro Paulo Quintela (FLUC)
Grupo Thíasos do IEC, As Vespas de Aristófanes

Dia 7 de Maio de 2008 (4ª feira), 21h30, Auditório Mirita Casimiro (Viseu)
Grupo Thíasos do IEC, Agamémnon de Ésquilo

Dia 14 de Maio de 2008 (4ª feira), 10h00, Museu Arqueológico de S. Miguel de Odrinhas
Grupo de Teatro Clásico (Univ. de Alicante), Ifigénia em Áulide de Eurípides

Dia 14 de Maio de 2008 (4ª feira), 15h30, Museu Arqueológico de S. Miguel de Odrinhas
Grupo Thíasos do IEC, Vespas de Aristófanes

Dia 15 de Maio de 2008 (5ª feira), 21h30, Coimbra (Páteo da UC)
Grupo de Teatro Clásico (Univ. de Alicante), Ifigénia em Áulide de Eurípides

Dia 17 de Maio de 2008 (Sábado), 21h30, Coimbra (Praceta junto a Sta. Clara-a-Velha)
Grupo Thíasos do IEC, Agamémnon de Ésquilo

Dia 18 de Maio de 2008 (Domingo), 21h00, Coimbra (Praceta junto a Sta. Clara-a-Velha)
Espectáculo lírico do grupo Canto e Drama (Conservatório de Música de Coimbra)

Dia 24 de Maio de 2008 (Sábado), 21h30, Conimbriga
Espectáculo lírico do grupo Canto e Drama (Conservatório de Música de Coimbra)

Dia 30 de Maio de 2008 (6ª feira), 21h30, Anadia (Museu do Vinho)
Grupo Thíasos do IEC, Vespas de Aristófanes

Dia 07 de Junho de 2008 (Sábado), 21h30, Conimbriga
Grupo Thíasos do IEC, As Vespas de Aristófanes

Dia 2 de Julho de 2008 (4ª feira), 21h30, Auditório Mirita Casimiro (Viseu)
Grupo de Teatro Clássico ESAD – Málaga (Escuela Superior de Arte Dramático),
As Bacantes de Eurípides

Dia 3 de Julho de 2008 (5ª feira), 21h30, Coimbra (Páteo da UC)
Grupo de Teatro Clássico ESAD – Málaga (Escuela Superior de Arte Dramático),
As Bacantes de Eurípides

Dia 5 de Julho de 2008 (Sábado), 21h30, Museu D. Diogo de Sousa (Braga)
Grupo de Teatro Clássico ESAD – Málaga (Escuela Superior de Arte Dramático),
As Bacantes de Eurípides

Dia 6 de Julho de 2008 (Domingo), 21h30, Museu D. Diogo de Sousa (Braga)
Grupo Thíasos do IEC, As Vespas de Aristófanes

Dia 8 de Julho de 2008 (3ª feira), 21h, Coimbra (Páteo da UC)
Grupo Thíasos do IEC, As Vespas de Aristófanes

Dia 10 de Julho de 2008 (5ª feira) [Local a anunciar]
Grupo Les Enfants de Nysa (Paris, E.S.R.A.), La Guerre est jolie (peça baseada em textos antigos sobre a Paz). Espectáculo montado no quadro de colaboração europeia entre o FESTEA e o Festival Européen Latin Grec (FELG), pela parte francesa.


Dia 11 de Julho de 2008 (6ª feira) Conimbriga

Jornadas de Turismo e Teatro Clássico
Grupo Les Enfants de Nysa (Paris, E.S.R.A.), La Guerre est jolie (peça baseada em textos antigos sobre a Paz). Espectáculo montado no quadro de colaboração europeia entre o FESTEA e o Festival Européen Latin Grec (FELG), pela parte francesa.

Dia 13 de Julho de 2008 (Domingo) Santiago da Guarda
Grupo Thíasos do IEC, As Vespas de Aristófanes

Dia 18 de Julho de 2008 (6ª feira), 21h30, Penela
Grupo Thíasos do IEC, As Suplicantes de Eurípides

Dia 19 de Julho de 2008 (Sábado), 21h30, Fundão
Grupo Thíasos, As Suplicantes de Eurípides

Dia 20 de Julho de 2008 (Domingo) Fundão
Grupo Thíasos, As Vespas de Aristófanes



Contactos
FESTEA-Tema Clássico (Associação Promotora)
Instituto de Estudos Clássicos, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
Largo da Porta Férrea, 3004-530 Coimbra
967685736 / 962565797 / 962565710 / 962565810
teaclass@ci.uc.pt




As Peças:



Aristófanes, AS VESPAS
Grupo Thíasos do IEC



Sinopse
Apresentadas pela primeira vez em 422 a.C., no contexto da Guerra do Peloponeso, e obra de um Aristófanes já firmemente posicionado no panorama cómico ateniense, Vespas procura testar as diversas iguarias de cómico, entre a tradição e a novidade, e tem de ser entendida como reacção ao desaire que constituiu, para o seu autor, o não reconhecimento do mérito da comédia apresentada no ano anterior, Nuvens.
No comum cenário do exterior de uma casa de Atenas, Aristófanes procura satirizar o mau funcionamento das instituições democráticas, centrando-se, sobretudo, nos tribunais, que apresenta, na pessoa de Filócleon e do próprio coro, como uma obsessão dos cidadãos mais envelhecidos, que só aí encontram a sua fonte de rendimento. Recriando-se em cena um tribunal doméstico, onde arguido e acusado são dois cães – porém representativos de dois políticos da ribalta, nesse tempo bem conhecidos –, torna-se a cada passo manifesta a corrupção que domina as instituições jurídicas do tempo.

Tradução do grego: Carlos A. Martins de Jesus
Encenação: Carlos A. Martins de Jesus
Figurinos: Luisa de Nazaré Ferreira e Maria Valente
Composição musical: Paulo Pedrosa e José Luís Brandão
Selecção musical: Carlos Jesus
Sonoplastia: Carla Cerqueira
Luminotecnia: Rodolfo Lopes e Carlos Santos
Cenografia: Carlos Santos, José Luís Brandão e Carla Braz

Com: José Luís Brandão (Filócleon), Carlos Jesus (Bdelícleon), Artur Magalhães (Xântias), Mário Gomes Pais (Sósias), Susana Bastos, (Mírtia), Carla Correia (Dárdanis), Ângela Leão (Cão Cidateneu), Bruno Fernandes, (Corifeu), Mariana Matias, Ândrea Seiça, Nélson Henrique, Carla Rosa, Nilce Carvalho, Susana Rosa, Amélia Álvaro de Campos, Miguel Sena.



Ésquilo, AGAMÉMNON
Grupo Thíasos do IEC




Sinopse
Trata-se da única parte da trilogia Oresteia, desse autor que viveu entre 525 e 456 a.C. – as outras partes são Coéforas e As Euménides –, a chegar completa aos nossos dias. Na tragédia em causa, o pano de fundo é o regresso dos heróis gregos que combateram em Tróia. No início da guerra, para que o seu exército alcançasse essa cidade, Agamémnon sacrificou a filha Ifigénia à deusa Ártemis, que decidiu poupar a jovem e transformá-la em sacerdotisa. Clitemnestra, a esposa de Agamémnon, supondo que Ifigénia estava morta, urdiu um plano de vingança contra o marido: tornou-se amante de Egisto, filho de Tiestes e quando Agamémnon regressou ao lar, após dez anos de ausência, participaram ambos no seu assassinato e no da princesa troiana Cassandra, que o vitorioso guerreiro havia recebido por escrava.

Encenação: Lia Nunes
Tradução do grego: Manuel de Oliveira Pulquério
Consultor: Carlos Jesus
Figurinos: Inês Santos, Maria João Antunes
Sonoplastia: Lia Nunes, Tiago Cabral, João Gaspar
Cenografia: Eduardo Conceição
Coreografia: Andreia Paixão
Luminotecnia: Carlos Santos, Lia Nunes
Com: Ângela Leão, Sónia Simões, Delfim Leão, Nélson Henrique, Patrícia Ligeiro, Amélia Álvaro de Campos, Ana Fonseca, Susana Bastos, Linda Miriam, Mário Jorge, Artur Magalhães, Carlos Jesus, Andrea Seiça e Luís Albuquerque.





Eurípides, IFIGÉNIA EM ÁULIDE
Grupo de teatro clássico da Universidad de Alicante

Sinopse
A Ifigénia em Áulide foi representada pela primeira vez em 405 a.C., nas Dionísias Urbanas de Atenas. Fazia parte de uma trilogia, juntamente com As Bacantes e Alcmeon em Corinto (tragédia perdida), e recebeu o primeiro prémio no concurso de tragédias. Eurípides havia morrido alguns meses antes e "Eurípides o Jovem", filho (ou sobrinho) do poeta, foi o responsável pela apresentação da trilogia.
A tragédia baseia-se num dos episódios mais famosos do Ciclo Troiano. Agamémnon, rei de Micenas, comandante das forças gregas que se preparam para atacar Tróia, é compelido a sacrificar sua filha Ifigénia para que a deusa Ártemis cesse a longa calmaria que impede o zarpar das naus aportadas em Áulide. A inesperada chegada de Clitemnestra em companhia da filha e a intervenção de Aquiles, alheio à trama, complicam os seus planos.

Tradução e adaptação: María Paz López
Encenação e dramaturgia: Charo Amador
Composição musical: José María Vives Ramiro
Coreografia: María Obdulia Díaz
Cenografia: Enrique Piera, Talleres Piñero
Luminotecnia: Ximo Hernández
Figurinos: Charo Amador, Loles Moreno
Concepção de guarda-roupa: Isabel López, María Martínez, Loles Moreno
Maquilhagem: Yolanda Escrich
Direcção do grupo: Andrés Vinaches
Com: Enrique Piera (Agamémnon), Encarna Segara (Ancião), Fernando García (Menelau), Minguel Ángel López (Mensageiro), Loles Moreno (Clitemnestra), Ariana Martínez (Ifigénia), Francisca López (Ama), Miguel Ángel Bravo (Aquiles), Roberto Sparano (Calcas). Coreutas: Irene Marcelo (Corifeu), Paola García, María José Alpañés. Bailarinas: Laura Martínez, Vanessa Yago, Laura Buil, Elisabeth Nicolás, Ana Sánchez, Gracia Urraca. Instrumentistas: Noelia Junquera (arpa), Miriam Aracil (oboé).



Eurípides, AS BACANTES
Escuela Superior de Arte Dramatica de Málaga,
em colaboração com A.C.U.T.E.M.A. (Asociación Cultural de Teatro Griego y Romano)



Sinopse
Estamos perante uma peça repleta de contradições que, à margem da sua encenação, provoca uma série de dúvidas. Trata-se da última das obras conservadas de Eurípides, representada já depois da sua morte, que, nas palavras de Julio Pallí Bonet, “pode considerar-se um canto de cisne.” O antagonismo entre a tradição e os costumes do homem racional, na figura de Penteu, e a rebelião contra esta tradição, na figura de um deus Diónisos muito ambíguo, marca o contraponto da tragédia.
Os acentuados contrastes do texto agudizam-se com a metamorfose de Diónisos, de carácter divino, e o transformismo de Penteu, numa tentativa artificial de mudar a realidade, mas, de qualquer modo, tudo está ao serviço da representação, com o objectivo de difundir a mensagem, não do deus mas do próprio autor, por via da máscra teatral, ou seja, do metateatro como técnica dramática.
O tema e o argumento pertencem ao culto dionisíaco e dizem respeito à introdução destes ritos na Grécia. O deus Diónisos chega a Tebas para introduzir o seu culto, mas depara-se com a oposição do rei Penteu, defensor das tradições antigas. Diónisos deixa-se prender, mas logo se escapa de forma prodigiosa, e convence o rei a, vestido de mulher, ir ao monte espiar as bacantes, entre as quais se encontra Agave, a sua mãe. Descuberto pelas mulheres, Penteu é desmembrado por elas e a sua cabeça é levada pela mãe, como troféu, até à cidade.

Cenografia: Pilar Jiménez
Desenho de Luzes: Eun Kyung Kang
Figurinos: Andreu
Música: José Manuel Padilla
Canção de Tebas: Juan Carlos Vilaseca
Revisão do texto: Raúl Caballero
Asistente de Coreografia: Rebeca Ríos
Confecção do guarda-roupa: Pilar Jiménez, Andreu
Realização de cenografia: Héctor Morales
Director de cena: Emma Muñoz
Chefe da equipa técnica: Emilio Martínez
Assistente de direcção: Emma Muñoz
Adaptação e encenação: Andreu
Sonoplastia: Germán Benítez Leiva
Luminotecnia: Eun Kyung
Com: Chico García (Penteu), Luis Alcedo (Diónisos), Raquel Pérez (Agave), Fran Martín (Cadmo), Emilio Martínez (Capitão), Frank Vélez (Pastor), Lucas Ortiz (Tirésias), Fran Millán (Soldado), May Melero (Autónoe), Irina Baños (Ino). Coro: Irina Baños, Tamara Gómez, Laura Molina, Carmen Melero, Emilia Moreno, Noelia Navarro, Marta Pavón, Amanda Ríos, Rebeca Ríos, Beatriz Saavedra, Marina Sánchez, Vanesa Serrano.





Chantal Collion, A GUERRA É DOCE
Les Enfants de Nysa (Paris)


Sinopse
Como é doce a guerra… é uma obra ficcional, concebida no âmbito do Festival Europeu de Latim e Grego, para o Festival Internacional de Tema Clássico, a realizar em Portugal. A única directriz que recebi foi a de criar uma montagem de textos gregos e latinos para apresentar em Coimbra um espectáculo que facilmente se inscrevesse no tema geral do festival de 2008: “Os exploradores do mundo: o turismo, a guerra, a ciência”.
O nome de Erasmo (1467-1536), todos o conhecemos, mas a sua obra, considerada demasiado austera e digna somente da curiosidade dos historiadores, tem sido negligenciada ao longo dos tempos. Quando citamos um título de Erasmo, referimo-nos normalmente à sua obra O Elogio da Loucura. Uma vez cognominado “Príncipe dos Humanistas”, colocámo-lo num pedestal, esquecendo o ser apaixonado que, apesar “da pequena estatura, adoentada e delicada” e, mais tarde, “enfraquecida pela idade, pela fadiga de viagens esgotantes e de constantes esforços intelectuais”[1], trabalhou com afinco determinado no renascimento da cultura greco-latina, sobretudo depois da sua fascinante descoberta da língua grega, quando contava já mais de trinta anos.
Este combate de toda uma vida é o suficiente para justificar a imagem que criámos de Erasmo como o herói do dia, neste festival consagrado à promoção da língua latina e grega. E mais: o cosmopolitismo da personagem que se dizia “cidadão do mundo” e “compatriota de todos”, destinava-o naturalmente a honrar com a sua presença, póstuma e dramatizada, os dois festivais europeus. O seu pacifismo resoluto e intransigente, pode ajudar a aclarar a nossa própria reflexão sobre o tema da exploração do mundo pela guerra. Aqui está como Erasmo se tornou herói de Como é doce a guerra… e a sua obra o fio condutor desta fantasia dramática que, desta forma, se impõe claramente para além de um simples jogo literário, como um verdadeiro manifesto humanista.
Embora se trate de um texto lúdico, Como é doce a guerra… não deixa de estar recheado de intenções didácticas e pode ser abordado como um jogo de pistas, onde cada espectador deverá descobrir o autor que se esconde por detrás de cada réplica. Concedo ao leitor algumas indicações no início de cada quadro em pequenos textos-miniatura que não fazem parte do corpus dramático propriamente dito, mas que serão projectados em vídeo durante a representação, com o intuito de guiar os espectadores. Proponho a todos aqueles que desejam saber mais para nos encontrarmos no posfácio…mas só depois de terem visto o espectáculo ou lido a peça!

Chantal Collion

[1] Palavras do próprio Erasmo ao descrever-se, numa carta escrita em 1518 a Beatus Rhenatus (1485-1547; escritor, editor e advogado, amigo e editor de Erasmo).

Encenação: Tiphaine Renard
Cenografia: luz: Kevin Lafargue, Som: Jean Amanieu
Assistente de encenação: Benjamin Guicheteau
Cenários: Yohan Chemmoul, Julia Delprat
Música: Niels Prayer
Coreografia: Kiyoshi Yamamoto
Guarda-roupa e maquilhagem: Palmyre Roigt, Joséphine Mathis, Dounia Khellaf
Fotografia: Aurélie Larnicol
Realização, vídeo: Michaël Ayach, Kevin Lafargue
Grafismo: Julia Diérickx-BraxCom: Damien Sartran (Caronte), Michaël Ayach (Alastor), Guillaume Sorel (Erasmo), Alias Issa (Trigeu / Ésquilo), Clément Paillette (Hermes), Joséphine Mathis (Paz), Aurélie Larnicol (Lisístrata / Corifeu), Dounia Khellaf (Calonice), Lucie Stern (Mírrina), Chloé Désiré (Lâmpito), Palmyre Roigt (Moça / Andrómaca), David Martinez (Príamo), Kevin Lafargue (Arquíloco), Jean Amanieu (Saint-Exupéry), Maïa (Criança da Paz).





Eurípides, AS SUPLICANTES
Grupo Thíasos do IEC

Sinopse
As Suplicantes de Eurípides, representadas no contexto da Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), resulta numa acutilante e sofrida reflexão sobre as consequências da guerra, de todos os tempos. O coro que dá o título à peça é constituído pelas mães dos sete generais que pereceram no cerco de Tebas, aliados de Polinices quando este pretendeu recuperar o poder ao irmão Etéocles. Em termos mitológicos, portanto, a peça vem no seguimento directo dos Sete Contra Tebas de Ésquilo, do Édipo em Colono de Sófocles e das Fenícias de Eurípides, tratando tema idêntico ao da Antígona de Sófocles – o dever de prestar honras fúnebres aos mortos.
O pano de fundo da peça é o santuário de Elêusis, ao qual se deslocam Adrasto, velho rei dos Argivos, e as sete mães suplicantes, para pedir a Etra que convença o filho Teseu a reclamar junto de Creonte os corpos mortos dos sete generais. Relutante a início, Teseu aceita a tarefa. Chega entretanto um arauto tebano que conta a vontade contrária de Creonte, o que leva o rei de Atenas a partir para Tebas com um exército, que sai vitorioso. Os cadáveres entram depois em cena e, quando as mães os depositam na pira, surge Evadne, viúva de Capaneu, que, em delírio de bacante, deseja morrer com o marido. Apesar dos pedidos do pai, ela acaba por se suicidar e arder com o marido, nas chamas que considera o seu leito nupcial. Num happy end tipicamente euripidiano, surge ex machina a deusa Atena, formalizando o pacto de amizade entre Argivos e Atenienses.
A guerra (justa e injusta), a morte, o amor e a defesa da Democracia, são estes os grandes temas que Eurípides apresenta e discute em Suplicantes. Uma peça nem sempre fácil de colocar em cena, mas cuja mensagem – grande mérito da tragédia clássica – é de todos os tempos.

Encenação: Carla Braz, Carlos Jesus
Tradução: José Ribeiro Ferreira
Consultor: José Luís Brandão
Figurinos: Maria João Antunes, Inês Santos
Sonoplastia: Luís Albuquerque
Cenografia: Carlos Santos
Luminotecnia: Carlos Santos

Com: Ângela Leão (Etra), Luís Marques Cruz (Teseu), Artur Magalhães (Adrasto), Carlos Jesus, Vitor Teixeira, Nélson Ferreira, Carla Braz (Corifeu), Susana Bastos, Ândrea Seiça, Patrícia Ligeiro, Carla Rosa, Carla Correia.
Classe conjunta Canto & Drama do Conservatório de Música de Coimbra
Récita “Doze anos, doze quadros”

1. “Cinque, dieci…” (Acto I / Cena I de “As Bodas de Fígaro”)
2. “Crudel (ActoII / Cena II de “As Bodas de Fígaro”)
3. Bruxas (Acto II / Cena I de “Dido e Eneias”)
4. “Your counsel all” (Acto III de “Dido e Eneias”)
5. “Ah guarda sorella” (Acto I /Cena II de “Così Fan Tutte”)
6. ”Madamina! Il catalogo… (Acto I /Cena I de “Don Giovanni”)
7. “La ci darem la mano”
8. (?)
9. “Che puro ciel” (Acto II) de “Dido e Eneias”)
10. “Divo Amore” (Acto III de “Dido e Eneias”)
11. “Per te io nel core” (Intermezzo Secondo de “La Serva Padrona”)
12. … (Acto III de “Vénus e Adónis”)

Direcção: Isabel Melo e Silva
Com:
Ana Mafalda Umbelino
Ana Raquel Roseiro
Maria Leonor Melo
Tânia Ralha
João Manuel Barros
João Pedro França
José Manuel Beato
Nuno Mendes
Ricardo Vicente