18.5.08

Morreu Zélia Gattai, autora do livro «Anarquistas, graças a deus»


A escritora Zélia Gattai, autora do livro «Anarquistas Graças a Deus», e viúva de Jorge Amado, morreu ontem aos 91 anos. Nasceu no seio de uma família de imigrantes italianos anarquistas no Brasil do início do século XX e participou activamente na sua juventude no movimento político-operário anarquista.

Anarquistas, graças a Deus descreve o quotidiano da uma família de imigrantes italianos anarquistas no Brasil no início do século XX. É uma história familiar mas que está eivada de preocupações com questões ideológicas e valores humanistas, em particular o apoio mútuo, a amizade e o companheirismo entre todos os seres humanos na sua luta diária pela subsistência e as contrariedades da vida social.




Zélia Gattai (São Paulo, 2 de julho de 1916 — Salvador, 17 de maio de 2008) foi uma escritora e fotógrafa brasileira, tendo também sido um expoente da militância política durante quase toda a sua longa vida, da qual partilhou cinquenta e seis anos casada com o também escritor Jorge Amado, até a morte deste.

Filha dos imigrantes italianos Angelina e Ernesto Gattai, nasceu e morou durante toda a infância na Alameda Santos, 8, no bairro Paraíso, em São Paulo.
Zélia participava, com a família, do movimento político-operário anarquista que tinha lugar entre os imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, no início do século XX.
Aos vinte anos, casou-se com Aldo Veiga. Deste casamento, que durou oito anos, teve um filho, Luís Carlos, nascido em São Paulo, em 1942.
Leitora entusiasta de Jorge Amado, Zélia Gattai conheceu-o em 1945, quando trabalharam juntos no movimento pela amnistia dos presos políticos. A união do casal deu-se poucos meses depois. A partir de então, Zélia Gattai trabalhou ao lado do marido, passando a limpo, à máquina, os seus originais e o auxiliando no processo de revisão.
Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar.
Viveram em Paris por três anos, período em que Zélia Gattai fez os cursos de civilização francesa, fonética e língua francesa na Sorbone. De 1950 a 1952, a família viveu na Checoslováquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo de exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registro, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.
Em 1963, mudou-se com a família para a casa do Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia, onde tinha um laboratório e se dedicava à fotografia, tendo lançado a fotobiografia de Jorge Amado intitulada Reportagem incompleta.
Aos 63 anos de idade, começou a escrever as suas memórias. O livro de estreia, Anarquistas, graças a Deus, ao completar vinte anos da primeira edição, já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil. A sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo.
Anarquistas, graças a Deus foi adaptado para mini-série pela Rede Globo. Censurada em 1983 acabou por ser transmitida só em 1985. Foi escrita por Walter George Durst, que adaptando o romance autobiográfico de Zélia Gattai, e dirigida por Walter Avancini.

Fonte: parte do texto foi retirado da Wikipedia



Obras:
• Anarquistas Graças a Deus, 1979 (memórias)
• Um Chapéu Para Viagem, 1982 (memórias)
• Pássaros Noturnos do Abaeté, 1983
• Senhora Dona do Baile, 1984 (memórias)
• Reportagem Incompleta, 1987 (memórias)
• Jardim de Inverno, 1988 (memórias)
• Pipistrelo das Mil Cores, 1989 (literatura infantil)
• O Segredo da Rua 18, 1991 (literatura infantil)
• Chão de Meninos, 1992 (memórias)
• Crônica de Uma Namorada, 1995 (romance)
• A Casa do Rio Vermelho, 1999 (memórias)
• Cittá di Roma, 2000 (memórias)
• Jonas e a Sereia, 2000 (literatura infantil)
• Códigos de Família, 2001
• Um Baiano Romântico e Sensual, 2002



Abertura da mini~série Anarquistas Graças a Deus




Ler o livro









Discografia da mini-série Anarquistas, Graças à Deus

• 01 - Mattinata - Mario Del Monaco
• 02 - Comme Facette Mammeta - Sergio Franchi
• 03 - Core'ngrato - Mario Lanza
• 04 - Torna A Surriento - Beniamino Gigli
• 05 - Una Furtiva Lagrima - Placido Domingo
• 06 - Santa Lucia - Tito Schipa
• 07 - Quel Mazzolin Di Fiori - Luciano Tajoli
• 08 - Musica Probita - Beniamino Gigli
• 09 - Un Amore Cosi' Grande - Mario Del Monaco
• 10 - Tarantella - Mangini Coletti
• 11 - O Sole Mio - Tito Schipa
• 12 - Serenata - Armando Sorbara
• 13 - E Lucevan La Stelle - Placido Domingo
• 14 - Nabucco: Va Pensiero... - Robert Shaw Choracle & Orchestra



Actores que participam na mini-série:

Ney Latorraca - Ernesto Gattai
Débora Duarte - Angelina Gattai
Daniele Rodrigues - Zélia Gattai
Marcos Frota - Remo
Lilian Vizzachero - Vanda
Cristiane Rando - Vera
Afonso Nigro - Mário (Tito)
Gianni Ratto - Nonno
Zenaide Pereira - Maria Negra
Bárbara Fazio - Ada





Letra de Comme Facette Mammeta - Sergio Franchi
Parte I


Quanno màmmeta t'ha fatta,
quanno màmmeta t'ha fatta...
Vuò' sapè comme facette?
vuò' sapè comme facette?...
Pè 'mpastà sti ccarne belle,
pè 'mpastà sti ccarne belle...
Tutto chello ca mettette?
tutto chello ca mettette?...
Ciento rose 'ncappucciate,
dint''a màrtula mmescate...
Latte, rose, rose e latte,
te facette 'ncopp''o fatto!...
Nun c'è bisogno 'a zingara
p'andivinà, Cuncè'...
Comme t'ha fatto màmmeta,
'o ssaccio meglio 'e te!...
Parte II
E pè fà 'sta vocca bella,
e pè fà 'sta vocca bella...
Nun servette 'a stessa dose,
nun servette 'a stessa dose...
Vuò' sapè che nce mettette?
Vuò' sapè che nce mettette?…
mo te dico tuttecosa...
mo te dico tuttecosa:
nu panaro chino, chino,
tutt''e fravule 'e ciardino...
Mèle, zuccaro e cannella:
te 'mpastaje 'sta vocca bella...
Nun c'è bisogno 'a zingara
p'andivinà, Cuncè'...
Comme t'ha fatto màmmeta,
'o ssaccio meglio 'e te...
Parte III
E pè fà sti ttrezze d'oro,
e pè fà sti ttrezze d'oro...
Mamma toja s'appezzentette,
mamma toja s'appezzentette...
Bella mia, tu qua' muneta!?
bella mia, tu qua' muneta!?
Vuò' sapè che nce servette?
vuò' sapè che nce servette?...
Na miniera sana sana,
tutta fatta a filagrana,
nce vulette pè sti ttrezze,
che, a vasà, nun ce sta prezzo!
Nun c'è bisogno 'a zingara,
p'andivinà, Cuncè'...
comme t'ha fatto màmmeta,
'o ssaccio meglio 'e te...