No próximo Domingo, dia 11 de Maio 2008, vai haver uma festa na Horta popular da Graça
Há festa na horta! Não nos pisem as couves!!
Dia comunitário na Horta popular da Graça
Programa
Na horta:
- 9h às 13h (durante a manhã) : oficinas de construção de mobiliário urbano reciclado da horta popular;
- 15.00-18h Tertúlias:
- A horta popular na Calçada do Monte (GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental);
- Hortas Urbanas e a área metropolitana de Lisboa (Arqº Gonçalo Ribeiro Telles);
- Agricultura Biológica (Ângelo Rocha - co-fundador Biocoop, sócio-gerente Miosótis);
- Agricultura familiar e rural + técnicas naturais anti-pragas: caldas (Fernando…ainda nao confirmado)
- 15h às 19.30: Passeios e conversas na horta popular . "Mundo Possível" : Pintar livremente e em grupo a imagem do Mundo Ideal (num painel grande de Madeira… para destruí-la logo em seguida. Um exercício comentário e utópico de desapego. [pede-se aos participantes que não registem o momento. Material: trazer t-shirt velha] Iniciativa do artista Daniel Melim;
. Oficina de construção de material urbano reciclado;
. Espaço para crianças - experiências com a horta - identificação de plantas e plantação de sementes + animação infantil (palhaçada e pinturas) "Lolas e Pintarolas"
. Música acústica ao vivo;
. Petiscos vegetarianos na horta (comes e bebes);
. Banca do GAIA-CSM;
. Banca informativa do Banco Comum de Conhecimentos.
No CSM-GAIA (Grupo Desportivo da Mouraria):
- 20.00 – Jantar Popular vegetariano no Centro social da mouraria;
- Projecção de filmes sobre a temática das hortas urbanas e festa no
Centro Social (concertos e djs)
- 20 h às 21h30 - Projecção de filmes sobre hortas urbanas (durante o jantar
no CSM-GAIA)
- 21h30 – Concertos:
. Mário Trovador (punk poesia)
. Pedro e Inês (popular – libertária com faduncho e pozinhos perlimpimpim)
. Zeca Mendes (Africana – cabo verde e guiné)
. Jamaica produções (hip hop)
. Stucka (punk-techno)
http://horta-popular.blogspot.com/
O Projecto de Horta Popular
As hortas em meio urbano são uma realidade em muitos países do Mundo, nas vertentes comunitária, de lazer ou de suporte ao rendimento familiar. A sua presença embeleza os bairros que as acolhem e ajuda a criar um espírito de amizade nos que regularmente se encontram para cultivar os frutos da terra, estimulando uma partilha de saberes.
Horta Popular - O que é?
De uma forma simples, uma horta popular ou comunitária é um espaço verde onde as pessoas se encontram e cultivam vegetais ou flores, num terreno comum ou dividido em pequenos talhões para cada hortelão. Ao contrário de outros espaços verdes da cidade, a sua manutenção é feita pelos próprios utilizadores do espaço e não por profissionais.
Para que serve?
As valências de uma horta popular são muitas e variadas, com benefícios tanto em termos ecológicos como sociais. O aumento do sentimento de pertença a uma comunidade, das relações de vizinhança e de conexão com a natureza são alguns dos efeitos sentidos por aqueles que cultivam os seus vegetais ou flores numa horta popular. De uma forma um pouco mais sistematizada, temos como efeitos benéficos:
- melhoria da qualidade de vida;
- desenvolvimento das relações de vizinhança e de comunidade, estimulando a interacção social;
- aumento do sentimento de auto-estima;
- embelezamento do bairro;
- produção de comida nutritiva e redução das despesas familiares com alimentos frescos;
- criação de oportunidades para recreação, lazer, exercício físico, terapia e educação;
- aumento das oportunidades para inter-relacionamento entre gerações, idosos e crianças;
- criação de habitats para espécies animais e vegetais;
- funciona como regulador da ilha de calor urbano;
- ajuda na regulação do ciclo hidrológico e na prevenção de cheias, ao ser local de infiltração de águas;
- diminuição da quantidade de lixo, ao reaproveitar resíduos alimentares domésticos para composto.
O caso específico da Freguesia da Graça – onde se situa a Horta Popular?
Na intersecção da Calçada do Monte com a Rua Damasceno Monteiro, freguesia da Graça, existe um terreno que se apresenta abandonado há largos anos. Durante algum tempo houve alguns moradores que lá cultivavam os seus legumes, mas há quase uma década que essa actividade desapareceu. É nesse local, com excelente exposição solar, que está a nascer a Horta Popular, aproveitando também as árvores já existentes para criar agradáveis espaços para contemplação do casario e do rio, leitura ou conversa.
Que objectivos temos?
No projecto que estamos a desenvolver, pretendemos incentivar alguns saberes e conhecimentos específicos junto da população do bairro, a saber:
1. Como fazer adubo orgânico a partir de restos de alimentos vegetais;
2. Como criar plantas aromáticas e hortaliças sem recorrer ao uso de pesticidas tóxicos e adubos sintéticos;
3. Ensinar às crianças do bairro como crescem alguns dos alimentos que elas todos os dias consomem, restabelecendo a ligação entre o ser humano e a terra que o alimenta;
4. Criar um agradável espaço comunal, onde seja possível não apenas cultivar a terra mas partilhar saberes através de conversas descontraídas, reforçando laços de vizinhança e sentimentos de pertença ao bairro.
Como poderá o espaço da horta ser organizado?
A horta localiza-se numa vertente exposta a Sudoeste, com muito boa exposição solar. Distinguimos três zonas na horta. Uma zona plana com três pinheiros mansos, na parte superior. Esta é a parte mais indicada para a colocação de algumas plantas aromáticas e flores, mesas, cadeiras e eventualmente um baloiço. Local preferencial para realização de piqueniques, conversas, contemplação do casario do bairro, do Castelo de S. Jorge e do Rio Tejo.
A segunda zona é a da horta propriamente dita, onde se cultivam diversas variedades hortícolas em vários talhões comunais. É a zona de inclinação intermédia, o que ainda assim não dispensa a construção de pequenos socalcos.
Por fim, identificámos uma terceira zona, a que apresenta o declive mais acentuado, que pensamos utilizar como pomar. Dado que está a norte da parte hortícola, não existe problema com a projecção de sombra das árvores de fruto sobre as hortícolas.
Transversal a estas três zonas, pensámos em algumas infraestruturas de apoio, como uma casinha para sementes e ferramentas, uma casa-de-banho e um mini-bar.
À medida que o nosso conhecimento sobre o terreno fôr aumentando, pequenos ajustes surgirão necessariamente.
Compatibilização com usos actuais do espaço
Recuando um pouco atrás, é necessário admitir que o espaço não está totalmente abandonado. É utilizado como latrina de cães dos moradores. Como é importante que os animais tenham um local onde defecar, para manter os passeios adjacentes em boas condições higiénicas, definimos igualmente um local para servir como casa-de-banho para cães.